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18 DE ABRIL,1000NÁRNIA

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18 DE ABRIL,1000
NÁRNIA

— ELLIE, A SUA ESQUERDA! — Uma voz fina gritou com todo o fôlego, enquanto eu rezava para que tudo fosse um sonho.

Há certas coisas que eu simplesmente não consigo controlar, e uma delas (pelo visto a principal) é meu desespero, meu bom senso apenas desaparece, isso ficou bem óbvio quando me coloquei ao meio de lobos raivosos, com uma simples espada para proteger Pedro, Lúcia e Susana, três irmãos que eu conheci a poucos dias, na floresta encantada que procuram por seu outro irmão, Edmundo, o garoto parece ser uma daquelas crianças encrequeiras.

— Pedro...— Disse baixinho ao menino ao meu lado, encarando os olhos do animal que ferviam pelo meu sangue.

— Calma, El... — Falou em um tom calmo, apesar da angústia da situação. — Você não vai sair ferida, não comigo aqui.

E no mesmo momento, como se a sanidade nos desafia-se, os lobos finalmente atacaram, e a única coisa que consegui fazer foi apunhalar a espada bem no meio de seu peito, e esperava que o loiro atrás de mim tivesse conseguido fazer o mesmo.

Mas ao me virar, só via olhares chocados, não direcionados a mim, mas ao chão, melhor dizendo ao animal encima do menino.

— PEDRO! — Apenas gritei enquanto tirava aquele traste de cima dele. — Está tudo bem? — Silêncio. — Pedro, diga algo...

Eu me virei para o lado, os meus olhos pediam algo como socorro, há pequena plateia que lá assistia, antes que sequer alguém pudesse dizer alguma coisa, senti algo me puxando denovo.

— BOO! — Era o garoto, ele me abraçava esparramado no chão, enquanto eu sentia meu coração se acalmar aos poucos e via Lúcia e Susana virem a nosso encontro, de braços abertos.

— Estão todos bem? — Perguntei, e ouvi murmúrios que pareciam dizer sim, então relaxei novamente e consegui por um sorriso no meu rosto, e voltei meu corpo a pequena Lúcia, que depositou um beijo na minha bochecha.

— Você foi incrível, Ellie. — Ela me entregou junto as palavras, uma flor roxa.

— Isso é muito gentil, Lu. — Respondi enquanto bagunçava o seu cabelo e ajeitava o lirio de forma graciosa no meu cabelo.

— Combina com os seus olhos. — Suh disse me ajudando, ao ver o quão péssima eu era tentando equilibrar uma flor na minha própria orelha.

— Só acho bom lembrarmos que ainda há carrapatos em Nárnia. — Pedro lembrou fazendo darmos um pulo e nos levantarmos prontamente da grama que agora parecia fazer minha perna coçar.

Se há três dias você me dissesse que a porta do meu sótão se transformaria em uma passagem para um tipo novo de paraíso, que eu me importaria novamente com alguém, igual me importava com Belly, e esperaria tanto pelo bem e a vida de uma criança que nem conheço, eu riria de você, e diria para parar de sonhar, que sonhos assim não se tornam realidade.

E o que eu descobri?

Se quero esse sonho completo, só preciso daquela medíocre da feiticeira branca morta, e enfim eu e os Pevensies poderemos governar Nárnia em paz, sem pessoas me julgando ou me excluindo novamente. Só nós.

 Só nós

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𝕯𝖊𝖆𝖗 𝕹𝖎𝖌𝖍𝖙𝖒𝖆𝖗𝖊𝖘| 𝕻𝖊𝖙𝖊𝖗 𝕻𝖊𝖛𝖊𝖓𝖘𝖎𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora