𝕺𝖎𝖙𝖔

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2 DE MAIO, 1000NÁRNIA

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2 DE MAIO, 1000
NÁRNIA

Eu estava pincelando algumas das coisas que eu via a minha frente, sejam elas os arbustos, as pedras, o pequeno rio que passava por ali, as flores que davam cor, ou os pássaros que assobiavam por aqui, era tudo perfeito, quase que lindo demais para ser verdade.

— Tudo bem? Você parece concentrada. — Era Pedro, com o cabelo jogado de lado, e um sorriso simpático que viera atrás de mim.

— Tudo sim, eu só estou pintando. — Disse com um sorriso de canto. — E você? Como andam as coisas?

— Tudo muito bem. — Não demorou muito e se sentou ao meu lado. — Wow! Isso está lindo.

— Oh! Não exagere, não está ruim, mas não está perto de estar tão maravilhoso assim.

— Não é sério, você fez algo muito bom aí, eu adorei.

— Mesmo?

— Nunca mentiria sobre isso, está lindo.

— Vou me dar esse crédito. Não está como os quadros de Van Gogh, mas eu chego lá. Já ouviu falar? — Me lançou um olhar confuso. — Sabe de Van Gogh?

— Vagamente.

— Ele fez noite estrelada, aquele quadro que tem como uma cidade a noite, ele morreu já faz cinquenta anos, não sei bem ao certo, já que mamãe não terminou de me contar, mas só precisa saber que ele é genial, mesmo que não tenha tido uma fama imediata, sei que no futuro vão lhe dar ainda mais reconhecimento.

— E você se inspira nele?

— Claro, o acho brilhante, suas pinceladas, as suas escolhas de cores, não teria outra opção se não o adorar. Você não tem ninguém que goste assim? Sabe, alguém meio distante.

— Hm... Acho que não. — Ele deu os ombros. — Não sei se sou bom realmente em algo, para ter alguém a me inspirar.

— Você deve ter algo que faça seu coração bater mais rápido, seja cálculos de matemática ou criar histórias fictícias em sua mente.

— Eu gosto do que eu sou, sabe, aqui em Nárnia.

— Gosta de cuidar dos outros não é? — Ele fez que sim.

— Médico?

— Hm... Talvez. Mas acho que é muita responsabilidade, estar entre a vida e a morte em suas mãos, e sei lá ver tantas pessoas morrendo sozinhos, sem ninguém, eu não saberia lidar, ainda mais pois eu tenho um pouco de medo disso também, morrer sem ninguém.

— Não precisa trabalhar exatamente no pronto-socorro, você seria incrível, sei disso pois tem o que metade dos médicos infelizmente não, você realmente se importa com algo, muitas coisas teriam sido diferentes se metade fosse assim.

– Que coisas?

— Você sabe, vidas teriam sido salvas, haveria menos sofrimento.

— Sofrimento da sua parte? — Ele falou pegando a minha mão, pensei em desviar, mas sinceramente eu queria que ele a tocasse.

— Não só da minha.

— Ellie... — Ele falou me olhando profundamente. — Pode confiar em mim.

Talvez fosse o momento de colocar o conselho de Aslan em prática... Pedro conquistará minha confiança ao longo do tempo, e eu tinha consideração o bastante por ele para lhe contar sobre Belly.

Então eu o fiz.

— Essa é a Belly. — Falei já com os marejados. — A garota de apesar de ser minha prima, sempre considerei como irmã, mas neguei algo a ela, e eu fui a pior pessoa do mundo, mas eu a amo, e ela foi e sempre vai ser a minha garota número um.

Ele me abraçou, encaixei minha cabeça em seu ombro e o senti fazendo carinho no meu cabelo.

— Ela era perfeita, e eu não contei a ninguém que ela tinha morrido e menti para Edmundo sobre isso, pois eu sinto que se eu não falar, ela ainda existiria sabe? E então eu não teria mais nada a temer.

Pude o sentir me apertar mais contra si.

— Você continua sendo boa o bastante e sempre vai ser, as pessoas podem dizer o que for, mas para mim, você sempre vai ser incrível do seu jeito, esperta e sagaz, da sua maneira, essa é você. — Ele me deu um beijo na testa e segurou delicadamente o meu queixo. — Não se culpe pelo passado, se algo eu aprendi nessa aventura toda, tudo se concerta ao seu tempo.

— Obrigada. — Falei limpando minhas lágrimas. — Você é incrível. Belly sempre me dizia algo...

— O quê?

— Você vai crescer, amadurecer e então entender que tudo tem uma razão, se eu tiver que morrer amanhã, não esqueça do seu propósito, nunca, isso que vai trazer sentido.— Disse relembrando a primeira vez que ela me disse isso, foi no quarto do hospital, ela tinha ficado realmente mal daquela vez mas sobreviverá, então eu prometera a ela que sempre faria justiça, seja por mim ou por outra pessoa, era o meu dever, e acho que agora em Nárnia tinha voltado a fazer isso. — Eu acho isso inspirador e sinceramente, quero seguir isso daqui em frente.

— Faça, e eu te ajudarei.

— Eu também estarei ao seu lado, dando propósito ao seu. — Lhe respondi. — Novas flores nascerão, e uma será a sua inspiração. — Falei fazendo um lirio amarelo aparecer em minha mão.  — Para você. — Entreguei a Pedro e dei um beijo em sua bochecha.

— Obrigado. — Ele me disse com um sorriso tímido.

— E mais uma coisa, você não vai morrer sozinho. — Disse no seu ouvido e depois sai dali com o meu caderninho que estava a pintura do lugar e o sonho de uma jovem Abbot.

𝕯𝖊𝖆𝖗 𝕹𝖎𝖌𝖍𝖙𝖒𝖆𝖗𝖊𝖘| 𝕻𝖊𝖙𝖊𝖗 𝕻𝖊𝖛𝖊𝖓𝖘𝖎𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora