𝖉𝖊𝖟

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4 DE MAIO, 1000

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4 DE MAIO, 1000.
NÁRNIA.

— E em nome do límpido céu do Norte, lhes apresento, o grande rei Pedro...— Antes que Aslan pudesse terminar o discurso, a coroa de Pedro já não estava mais em sua cabeça e sim em minha mão.

— O magnífico? — O sarcasmo era óbvio em minha voz, todos me olhavam sem entender. — Ou devo dizer o dissimulado.

— O que você está fazendo? — O loiro me perguntou.

— Não deixando Nárnia cometer outro engano de te aceitar como rei.

— Engano? — Ele riu. — Só porque você não foi coroada? Sério, que maduro.

— Não, eu lhe ouvi, hoje mais cedo, e eu sei que uma pessoa quebrada como eu, não pode governar um país. — Falei olhando diretamente para ele. — Mas olhe, se alguém quebrada como eu, não pode, um mentiroso como você também não, pois acredite, o que você disse hoje de manhã foi bem diferente do que me disse em todos os outros dias.

— Mas aí que está, não podemos ter outra feiticeira em Nárnia, desculpe se você é o problema.

— O problema? Então tem a cabeça tão fechada em pensar que eu sou o problema? 

— Ele não tem a cabeça fechada Ellise. — Foi a vez de Susana falar. — Só é o que está na profecia.

— A profecia que ele mentiu para mim? — Perguntei séria.

— É, para proteger todos nós. — Pedro retomou a palavra. — Desculpe, mas não posso colocar todas essas pessoas em risco por caprichos seus.

— Caprichos? Que caprichos, Pedro?

— Ellise, você não entende. — Lúcia disse.

— Entender? Entender o quê afinal? — Falei me virando para ela, com a coroa na mão, poderia acabar com o objeto ali mesmo, mas eu não sabia exatamente o motivo pelo qual eu não fizerá.

— Você é ameaça. — Eu sou a ameaça?

— Como?

— A profecia diz: Quando dois filhos de Adão e três filhas de Eva aparecerem o reinado da feiticeira branca terá de acabar, porém uma destas filhas o seu caminho tomará, mas olhe apenas com sua ajuda poderão a feiticeira derrotar.

— Aslan? — Eu olhei para o grande Leão que me encarava, aparentemente sem saber o que dizer.

— Por isso, eu disse aquilo e por isso eu tomo cuidado com você, pois você é ameaça, e isso tem ficado bem claro com os seus pesadelos, sua história e todas as outras coisas. – Pedro continuava a falar, e minha cabeça doía, até aqui eu era o problema? — Eu precisava proteger a gente de você, e não posso deixar que Nárnia tome o mesmo rumo de quando estava com a feiticeira.

"Você vai crescer, amadurecer e então entender que tudo tem uma razão, se eu tiver que morrer amanhã, não esqueça do seu propósito, nunca, isso que vai trazer sentido."

Escutei a voz de Belly ecoar em minha mente, propósito, eu não podia deixar eles se acharem os donos do mundo, isso era injusto, tão injusto.

— Quieto. — Eu gritei o fazendo calar a boca. — Eu não sou nada disso que vocês disseram, nem um por cento, mas sabe qual o problema de vocês? O medo, tem tanto medo que os deixam cegar, eu posso não ser perfeita, na verdade não chego nem perto, mas pelo menos nunca julguei ninguém pelo seu passado, ou sua aparência.

— Não é sobre julgar, é só que vocês está provando ser exatamente o que foi previsto.

— Se querem uma vilã, então terão uma vilã, mas vocês não conheceram o meu pior lado, então se preparem.

— Você acabou de comprovar o que eu disse.

— Mas está aí Pedro, o vilão só é vilão quando visto do olhar do protagonista. — Respondi saindo do grande salão com a coroa dela girando em meus dedos.

— A coroa! — Ouvi alguém gritar.

— Ops! eu gostei de como fica em mim. — Disse ao colocar a coroa e sair dali em busca das minhas coisas para poder abandonar o castelo.

𝕯𝖊𝖆𝖗 𝕹𝖎𝖌𝖍𝖙𝖒𝖆𝖗𝖊𝖘| 𝕻𝖊𝖙𝖊𝖗 𝕻𝖊𝖛𝖊𝖓𝖘𝖎𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora