Novo Lar

137 20 6
                                    



Capítulo 11 

Novo lar.

Hakim dirigia calmamente para o nosso lar e talvez pelo cansaço do dia, eu acabei dormindo sendo embalada pelo mexer suave do carro. Possivelmente minha mente contribuiu para isso, já que ela aparentemente aceitou o fato de que Hakim era confiável o suficiente para isso.

Eu não sabia como seria agora a vida de casada, mas parecia tranquila, pelo menos pela forma como Hakim se comportara até então. Além do mais, eu olhava tudo como se fosse um rommate que eu tinha arrumado e tudo assim daria certo.

Era no que eu queria confiar pelo menos.

Meu coração se apertava um pouco com a ideia de que não veria os meus pais todos os dias, tampouco Malika que tinha desaparecido, mas eu podia aproveitar a saudade para colocar meus planos próprios em ação. Por exemplo, começar a faculdade de biologia como eu queria. Por exemplo número 2, treinar a andar de carro.

Era o que eu tinha de foco no momento, além do fato de fugir do senhor Mustarf e do asqueroso senhor Mohammed. Como a casa era de Hakim, tinha certeza de que ele conseguiria arrumar uma maneira de que a visita desses dois, se existisse, não fosse tão desconfortável para nós dois.

Hakim tocou no meu ombro, mas não foi suficiente para me acordar. Sendo assim, ele começou a me balançar de leve, falando:

— Mah. Mah. Chegamos, Mah. — E, com isso, acabei despertando do sono.

— Hã? Onde? — Abri meus olhos e encontrei os olhos de Hakim sorrindo junto dos lábios na minha visão.

— No seu mais novo lar. Quer dizer, espero que seja minimamente agradável para você, mas se não for, sinta-se à vontade para mudar o que quiser. Não sou muito ligado a decoração, exceto no meu escritório, se não se importar. — Encabulada com a quantidade de informações, assenti brevemente.

Hakim saiu do carro e eu tirei o cinto. Ele abriu a porta para mim e eu sai. Enquanto ele fechava a porta, aproveitei para encarar a frente da casa. Ele tinha parado dentro de grandes muros que circundavam uma garagem, onde estávamos agora, coberta, mas que ainda estava com o portão aberto indicando a entrada da casa.

Havia grama sintética pelo chão e havia no chão pedras em forma redonda entre a grama que indicavam como se fosse um caminho da grande área externa circular ao redor até a entrada da casa de dois andares. Era realmente um ambiente simples, porque além disso só havia algumas luzes de chão que se acenderam conforme saíamos da garagem e seguíamos até a entrada da casa.

— Tem uma entrada para a casa de dentro da garagem, mas dizem que é importante que a noiva entre pela porta de entrada da casa, pelo menos no primeiro dia que ela chega. — E dito isso, Hakim me indicou o caminho até uma porta de madeira.

— É meio óbvio porque meu pai obrigou que ele também soubesse a senha da porta da minha casa, então o número é o meu aniversário. 0503. Cinco de março. — Assenti apertando um lábio sobre o outro.

As luzes da casa pareciam funcionar pela Alexa, pois Hakim entrou na sala e pediu para que ela acendesse as luzes de toda a casa e assim foi feito. Pude então olhar com mais atenção para os detalhes de dentro do ambiente.

Estávamos num mini hall onde ficava um aparador para chaves e documentos. Hakim depositou a chave dele ali em cima e tirou a parte de cima do terno pendurando na outra parede, em que parecia ter um guarda casacos.

— Tenho uma auxiliar que aparece duas vezes na semana para os cuidados mais urgentes. Ela costuma cozinhar algumas guarnições, recolhe a roupa suja, lava a roupa e deixa para eu guardar em cima da cama. Também faz uma limpeza superficial da casa. Na maioria das vezes, tem um aspirador robô aqui embaixo e lá em cima fazendo a manutenção da limpeza diária. Então não se preocupe. — E enquanto Hakim falava eu só conseguia acompanhar os seus movimentos.

Amor RoubadoOnde histórias criam vida. Descubra agora