Seher chegou ao salão com o pai e mãe Nadire e subiu direto para o segundo andar para ver se encontrava com Kiraz que também iria participar do baile.
-Oi Seher! Pensei que não viesse mais... que cara é essa?
-Cara de quem não queria estar aqui Kiraz.
-E por que veio? Tá linda nesse vestido!
-Não quero falar sobre isso agora... estou muito angustiada... sinto como se estivesse me afogando e não conseguisse gritar por socorro ou gritando e ninguém estivesse me ouvindo...
-Credo amiga... o que houve... você estava contente com a festa até antes de ontem... o que mudou?
-Meu pai... meu pai quer que eu encontre um marido para que eu possa ser respeitada e possa administrar o restaurante caso algo aconteça com ele...
-E você concordou com isso? Casamento nunca fez parte dos seus planos...
-Eu não concordei com o casamento... concordei em participar desse baile porque ele passou mal... depois eu vejo o que faço. – Seher falava quando ouviram o anúncio de que deveriam fazer a primeira entrada . – Eu não vou descer agora... Você vai?
-Não vou não... tem tanta garota aqui que não irão sentir nossa falta...- Kiraz fala de uma maneira engraçada conseguindo arrancar um pequeno sorriso de Seher. Elas permanecem conversando quando todas as moças sobem novamente e logo o anúncio final para que se apresentassem em trajes adultos é ouvido e elas se preparam para descer.
-Boa sorte Seher!
-Boa sorte Kiraz! – Seher fala e suspira fundo buscando forças para encarar o que quer que fosse que ela iria encontrar lá em baixo. – Allah me ajude e que meu pai não tenha me aprontado nenhuma surpresa desagradável a mais. -Seher começa a descer os degraus e avista o pai aguardando por ela para a troca dos sapatos, ela esboça um pequeno sorriso desanimado para ele que a olha com pesar mas se mantém firme no propósito. Troca a sapatilha dela por um sapato de salto, beija sua mão e começam a descer o outro lance de escadas, ele todo orgulhoso e ela de olhar baixo tentando se resignar ao seu destino indesejado... - "Allah, me ajude!" era o seu mantra de socorro.
Faltando poucos degraus para chegar ela sente como se alguém a olhasse e ergue o olhar para ver quem poderia ser e seus olhos param em olhos negros que a olhavam com tanta intensidade como se a tivesse reconhecido de outra vida. Seher observa o homem a sua frente, cabelos... barba... altura... -" Meu salvador! Ele é real?"
-Filha, você está bem? Vamos as outras moças precisam passar. – Sr.Yusuf chama a filha que parecia ter congelado no mesmo lugar e as moças que vinham logo atrás já estavam impacientes.
-Papai...desculpe! – Seher balança a cabeça meio desconcertada e olha para o pai.
-Vamos para a pista de dança para a valsa. – Ele empurra a filha com cuidado.
-Pai, como o senhor vai dançar, ainda não está bem... – Ela pergunta preocupada com a saúde do pai e ergue a cabeça na direção onde estava o homem, que ela julgava ser quem a salvava das águas turbulentas em seus pesadelos, mas ele não estava mais lá. - " Devo estar ficando maluca... mas eu jurava que era ele!" - Ela pensava e sentia seu coração inquieto. A música começa e ela e seu pai dançam devagar. Alguns minutos se passaram e ela continuava olhando em volta da pista de dança mas não o via...
-Filha, agora você irá dançar com Osman e eu irei descansar um pouco. – Seher leva um susto ao ouvir a voz do pai falando o último nome que ela gostaria de ouvir naquela noite e ainda dizendo que ela iria dançar com ele.
-O que significa isso pai? – Ela olha incrédula para o pai.
-O menino Osman me pediu para ser seu par essa noite e eu não vi nenhum problema já que vocês se conhecem a tanto tempo. Com licença! – Sr. Yusuf sai e deixa uma Seher completamente indignada e com uma vontade enorme de chorar e sair gritando o quanto estava se sentindo traída e decepcionada naquele momento.
-Senhorita, me permita essa dança? – Osman olha para ela com um sorriso de quem havia ganhado um grande prêmio.
-Nunca! Você seria a última pessoa neste mundo com quem eu dançaria! – Seher tenta sair pela lateral de onde ele está parado mas ele a segura pelo braço e a puxa de volta, ela o olha assustada e ao mesmo tempo com raiva, mas nada a tinha preparado para o que ouviria a seguir.
-Você não irá a lugar nenhum... Seu pai me concedeu sua mão e portanto você irá dançar comigo sim e não tente me fazer passar vergonha ou ...
-Ou o que? - uma voz grave é ouvida fazendo ele arregalar os olhos na direção de onde vinha. – Você a está ameaçando ou é impressão minha? Com que direito você faz isso? Pelo que entendi ela não quer dançar com você então se afaste dela agora.- Yaman ia se aproximando do homem que ia se afastando devagar.
-Quem você pensa que é para se meter onde não é chamado? – Osman encara Yaman que o pega pelo colarinho e ergue a mão para dar um soco mas para ao sentir um arrepio pelo toque de pequenas mãos o segurando e pedindo com os olhos, para não fazer isso. Seher que estava congelada, sem ação com o que ouvira e a chegada repentina do homem que ela procurara minutos antes, para a salvar das garras do nojento do Osman, quando se deu conta do que estava prestes a acontecer, saiu de onde estava e segurou a mão de Yaman e se colocou no meio dos dois para evitar o pior. Segurou a mão de Yaman e sentiu um arrepio diferente em seu corpo e apenas olhando para ele, ele parou . Osman quando viu que o homem estava distraído e Seher o olhando descarregou sua raiva em um soco que acertou em cheio o rosto de Yaman, que apenas fechou os olhos enquanto respirou fundo para não quebra-lo ao meio, viu quando Seher empurrou o homem para longe e mandou que se afastasse deles. Todos do salão perceberam a confusão e estavam parados olhando na direção deles, Yaman pegou na mão de Seher e a puxou para sair dali o mais rápido que podia.
Quando chegavam a escadaria do lado de fora ela para.
-Espera... Quem é você e por que você fez isso? – Ela olha para ele aguardando a resposta.
-Desculpe bonequinha! Eu não queria te assustar... eu... quando vi ele te segurando daquela forma não consegui aguentar e... eu só quis te proteger...
-Bonequinha? Eu te conheço? Quem é você? – Ela começava a chorar totalmente confusa. – "Seria ele o menino que mãe Nadire falava?"
-Não chore... por favor! – Ele se aproximava dela com o coração em pedaços por ver lágrimas em seus olhos.
-Não se aproxime... quem é você? – Ela ergue a mão em sinal para que ele fique onde estava e ele para na mesma hora.
-Bonequinha... quer dizer... Seher! Meu nome é Yaman... eu...
-Você é o meu menino protetor? – Ela fala antes de ele terminar a frase. "Ele também é meu protetor nos sonhos...que loucura é essa?"
-Menino protetor? Então alguém te contou a história? – Ele sorria com sua constatação.
-Seher minha filha o que está acontecendo aqui? –Sr. Yusuf chegava naquele momento acompanhado de mãe Nadire e Kiraz.
-Sr. Yusuf! Tia Nadire? Como estão? Não era nessas condições que eu gostaria de encontrar com vocês, mas...
-Yaman? É você menino? – sr.Yusuf o reconheceu.
-Não acredito...como cresceu... está um homem! – Fala mãe Nadire indo em direção a ele que a abraça com carinho.
-Cresceu mesmo mas continua com o mesmo jeito! - Fala sr. Yusuf apertando a mão dele e dando tapinhas em seu outro braço. Yaman procurava com os olhos onde estava Seher e a viu o olhando no alto da escadaria.Seher o observava conversando com seu pai e com mãe Nadire e tentava processar tudo o que estava acontecendo em sua vida. " Será que isso tudo é real? Eu devo estar dormindo e tendo um sonho ruim e amanhã eu acordarei na minha cama e minha vida vai estar igual a dois dias atrás... meu pai não me deu em casamento com aquele nojento... este homem parado aí é fruto do meu sonho e tudo estará acabado e esquecido quando eu acordar!" – Ela aperta os olhos e respira fundo e volta a olhar em volta e assume que tudo é real, tudo a sua volta parece rodar e a única coisa que ela vê antes de seus olhos se fecharem é a imagem de um homem alto correndo em sua direção.
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DESTINO
FanfictionDuas pessoas predestinadas a ficarem juntas tem seus caminhos separados e encontram muitos obstáculos antes de se reencontrarem... inclusive seus próprios sentimentos e conflitos.( Fanfic inspirada pela dizi turca Emanet, mas enredo diferente.)