DESTINO

DESTINO (Cap.08)

       Yaman percebeu que Seher estava perdendo os sentidos e correu chegando a tempo de evitar que ela caísse sobre o concreto da escada.

-Bonequinha! Acorde... acorde... por favor abra os olhos! – Ele a mantinha deitada sobre sua perna e a segurando com um dos braços, passava a outra mão sobre seu rosto enquanto a chamava.– Por favor abra os olhos... – Se desesperando olhou em volta procurando por Nedin e o viu saindo de dentro do salão. – Nedin pegue o carro, por favor, precisamos leva-la ao hospital!

- Seher...Seher... amiga... por favor fala comigo... – Kiraz conseguiu enfim falar alguma coisa depois do susto de ver a amiga desfalecendo ao seu lado.

-Minha filha... filha acorda... – sr. Yusuf começava a passar mal ao ver a filha caída e sua consciência lhe avisando que parte era culpa sua.

-Yusuf, por favor se mantenha calmo ou terá que voltar para o hospital...Seher é forte, vai ficar bem! – mãe Nadire tentava passar força para ambos. 

    Nedin chegou e Yaman desceu os degraus e entrou no carro com ela em seu colo e foram para o hospital acompanhados de mãe Nadire e o sr.Yusuf. 

     Algum tempo depois o médico entra na sala de espera e Yaman é o primeiro a perguntar sobre ela.

- O senhor é o que da paciente? – o médico pergunta e Yaman fica sem fala e apenas pensa:" Quem sou eu para ela? 

-Eu sou o pai dela! – Sr. Yusuf resolve interferir ao ver a confusão de Yaman.

-Então, sua filha teve um episódio de Síncope Reflexa, que geralmente é causada por exposição a um episódio de forte emoção... ela também está com deficiência de vitaminas, provavelmente não vem se alimentando de maneira correta.

-Como ela está doutor? Podemos vê-la?

-Ela ficará em observação enquanto recebe o soro, assim que acabar avaliaremos o quadro e se tudo estiver bem ela poderá voltar para casa. O senhor pode entrar para vê-la, mas só por alguns minutos! – O médico fala olhando para o sr.Yusuf. Yaman que estava ali atento ao que o médico falava, tentava encontrar uma forma de ficar por perto e poder conversar com ela e ficou observando o senhor ir em direção ao quarto em que ela estava. " Estou aqui bonequinha... fica bem!" – ele pensava.

***

No quarto Seher fingiu estar dormindo quando ouviu barulho de alguém na porta, ela não queria falar com ninguém.

-Filha eu sei que está fingindo dormir e também sei que não quer falar agora e eu entendo...

-Se o senhor sabe por que veio até aqui? – Ela fala ainda com os olhos fechados.

-Filha... eu preciso te contar algumas coisas...

-Um pouco tarde não acha pai? A única coisa que quero ouvir do senhor agora é que aquilo que ouvi da boca de Osman era mais uma das mentiras dele.

-Osman? O que ele te disse filha? –Sr. Yusuf ficou assustado ao ouvir a filha falar em Osman.

-O senhor deu minha mão a ele? Me diga que é mentira pai!

-Seher minha menina... – O velho homem faz uma pausa sem saber como responder e só então ela abre os olhos já vermelhos e cheios de lágrimas e o olha.

-Não precisa dizer mais nada... em que momento o senhor passou a ser essa pessoa em minha frente? Onde está aquele pai amigo que conversava comigo e com minha irmã sobre tudo e que sempre respeitava nossas opiniões, por mais descabidas que fossem? Por que o senhor está fazendo isso comigo? É para se vingar de Kevser? - Seher olhava para o pai que permanecia calado e evitando um contato visual com ela.