DESTINO (Cap.16)

172 11 1
                                    

           O dia já estava amanhecendo quando Yaman saiu de frente da casa de tia Sultana e deixando dois seguranças em seu lugar para garantir que Osman não ousasse se aproximar de Seher, ela ficaria ali para se arrumar para o casamento e mais tarde Nedin viria pegá-la para levar para a mansão. 

       A movimentação na mansão estava a todo vapor e logo tudo estaria pronto para o grande casamento do ano. Vários repórteres já se aglomeravam em frente ao portão para garantir uma foto dos noivos e talvez alguma declaração para poder estampar a capa de algum jornal no dia seguinte. Yaman entra e vai direto para seu quarto tomar um banho e descansar um pouco antes de ser arrumar. Seher acordou cedo todas as outras mulheres já estavam em pé e trabalhando para que o dia fosse perfeito. No meio da tarde ela já estava pronta e indo em direção a mansão, sem perceber que de longe era observada por alguém com olhos cheios de raiva e despeito. Ao chegarem na mansão Yaman já a aguardava no jardim para uma sessão de fotos antes da cerimônia e quase cai ao ver ela descer do carro: 

'-"Como ela consegue ficar mais linda a cada momento? Ai Allah! me dê forças para suportar sem toca-la como meu corpo pede... sem beijá-la como sonho todas as noites... e que eu consiga protegê-la como prometi!" – ela havia escolhido um vestido tradicional, de mangas longas fofinhas e bordados simples, na cabeça um lenço que cobria os cabelos e nas mãos um buque de flores em tons pastéis, uma maquiagem leve destacando apenas os olhos dava a ela um ar angelical e ao mesmo tempo sensual. 

    Seher o viu assim que desceu do carro e ficou ali, parada por algum tempo o admirando, vestido em um terno grafite camisa branca com gravata e sapatos pretos, ele parecia para ela um verdadeiro príncipe: " Ele é tão lindo... eu passaria horas apenas o olhando sem me cansar! Ai Allah, me dê forças para que eu consiga me manter longe dele e não me jogar em seus braços!"

-Yaman? Podemos fazer as fotos agora? – pergunta a fotógrafa os tirando-os do estado de torpor em que se encontravam.

-Sim... sim podemos! – Yaman fala meio confuso e olhando para Seher como que perguntando se tudo bem para ela.

-Claro! Podemos sim! – ela fala segurando a mão que ele a estendia. 

    As fotos demoraram um pouco mas em nada foram entediantes para ambos, eles estavam tão entretidos e satisfeitos na companhia um do outro que nem viram a hora passar e nem se deram conta do tanto de poses que fizeram, foram chamados a realidade por Adalete que veio avisá-los que o juiz de paz já havia chegado e então o nervosismo se abateu em Seher a fazendo ficar ofegante e preocupando Yaman.

-Está tudo bem? Você que uma água? – ele a segurava pelos ombros e tentava fazer com que ela respirasse fundo.

-Estou bem... apenas um pouco nervosa..."Na verdade eu sinto que meu coração está saindo pela boca...mas preciso me manter calma... preciso me manter calma..." – Seher repetia mentalmente como um mantra para se acalmar ou sairia correndo dali.

-Acalme-se! Tudo vai acabar bem! Vamos! – Ele sorriu para ela para deixa-la tranquila mas ele estava tão nervoso quanto. 

      Seguiram para a nave decorada para a cerimônia. O casamento ocorreu como os costumes, todos admiravam o casal e viam em seus olhos o sentimento verdadeiro que ia no íntimo de ambos e mesmo quem sabia do real motivo do casamento não conseguia ver nada além de amor em todos os gestos e olhares. Após assinarem a certidão de casamento o juiz deu a ordem para beijar a noiva os declarando marido e mulher. Yaman se aproximou dela e a segurando pela cintura com uma das mãos e a outra segurando seu rosto e olhando fundo em seus olhos tocou de leve com seus lábios canto da boca de Seher a fazendo estremecer e fechar os olhos para receber todas as sensações que esse toque causou em seu íntimo. Ambos estavam em êxtase e precisavam se conter, ele encostou sua testa a dela e ficou ali por alguns segundos apenas sentindo o perfume que vinha daquela mulher que ele jurava para si naquele momento que ele amaria para todo o sempre, mesmo que fosse em silêncio. Ela não conseguia se mover, mesmo que quisesse pois estava tão inebriada pelo toque e por sentir o perfume daquele homem ali em sua frente que agora era seu marido e que ela jurava para si mesmo que o amaria com todas as forças por toda a sua vida, mesmo que ele nunca a quisesse como sua ela seria dele e só dele!

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora