-Para onde está me levando? – Seher pergunta apreensiva enquanto ele abria a porta do carro para ela entrar.
-Vamos a um lugar onde você poderá se acalmar e pensar ...Yaman dirige por algum tempo até chegar a orla, ele sai do carro e faz a volta para abrir a porta e ajudá-la. Seher ao se levantar sente a brisa do mar em seu rosto e automaticamente fecha os olhos...Yaman que a observava pediu para que ela inspirasse o ar devagar para encher seus pulmões e depois expirar e repetir várias vezes a mesma manobra...- Como se sente? – Ele pergunta após alguns minutos.
-Um pouco melhor...mais calma...
-Que bom... vamos sentar ali um pouco... – Ele mostra uma área da areia onde tinham uns banquinhos de concreto.
-Precisamos voltar... eu... – Ela começa a chorar novamente e Yaman a abraça... cortava seu coração vê-la chorando.
-Calma bonequinha! Você precisa ficar calma para podermos voltar e encarar o que há para fazer... Sente aqui... eu vou pegar uma água e já volto. – ela senta e ele corre até uma venda ali perto e compra água e chocolate e volta para perto dela.
-Obrigada! Como você sabia ?
-O que?
-Que gosto destes chocolates?
-Acho que foi sorte! – Ela sorri e ele se encanta com a beleza incomum daquela pequena mulher. "Será que ela tem consciência do quão linda é? " ele pensa quando se coloca de volta a realidade. – Vamos andar pela areia um pouco e molhar os pés ou mergulhar se quiser? A água do mar é ótima para lavar nossa alma. – ele se levanta e estende a mão para ela .
-Acho que precisaria de um mergulho mas não sei nadar e morro de medo do mar...- ela baixa a cabeça e aperta os dedos com vergonha por confessar algo que parecia tão impossível para alguém que morava próximo ao mar. – Não costumava vir aqui com frequência... Quando Kevser e eu éramos crianças viemos poucas vezes com mãe Nadire e Firat mas ela por medo de algo acontecer nunca nos permitiu entrar no mar... ficávamos fazendo castelos de areia o tempo todo e se molhando com um balde de água que ela pegava para nós...- ela sorri sem graça.
-Nunca é tarde para aprender... venha eu seguro você! – ele continua com a mão estendida e sorri para enfatizar que poderia confiar nele.
-Está bem! – ela segura a mão dele e se levanta seguindo para a água.- mas se...
-Calma... não vamos entrar hoje, vamos apenas molhar os pés e outro dia vamos vir para que você aprenda a nadar, certo? – ela concorda com a cabeça e o segue dando um gritinho e sorrindo quando a água gelada tocou em seus pés.
-Está gelada demais...
-É porque ainda é cedo logo melhora ou você acostuma com a temperatura... – Ele fala e depois seguem andando por alguns minutos em silêncio, apenas ouvindo o barulho das ondas e dos pássaros que sobrevoavam os pequenos barcos em busca de algum peixe. – Eu costumava vir aqui com Yalsin, meu irmão e ele me ensinou a nadar. Não foi de uma maneira muito convencional mas, digamos que foi bem eficiente! – Yaman sorri.
-Ele não te empurrou na água, empurrou? – Seher pergunta.
-Não exatamente... ele me levou até a parte mais funda e me explicou alguma coisa sobre as ondas e soltou minha mão e disse: 'Agora é com você!' e saiu nadando voltando para a areia e eu devo ter afundado umas duas vezes antes de conseguir me lembrar do que ele me disse e então começar a dar braçadas desesperadas e quando percebi já estava na areia deitado e exausto com ele me olhando e rindo.
-Que maldade do seu irmão! – ela fala rindo.
-Está rindo de mim bonequinha?
-Não... nunca! – Seher ficou desconcertada pelo olhar inquisidor dele mas se tranquilizou quando ele sorriu para ela entender que estava brincando e acabou rindo também.
-Acho que devemos voltar...quer dizer, se você estiver melhor! – Yaman fala ao olhar para o relógio e perceber que já tinham ficado ali bastante tempo e Nedin e Firat já deviam ter organizado tudo para a despedida final ao sr.Yusuf.
-Estou melhor sim! Obrigada por me trazer aqui... nem eu sabia que precisava de um pouco de ar, água gelada do mar e... chocolates...- ela sorri em tom de brincadeira e ele sorri de volta .
-Que bom! Então vamos! – Eles se viram para retornar para o carro e só então se dão conta que continuavam de mãos dadas, se olham e olham para suas mãos e então ela se solta da mão dele e disfarça andando mais rápido com medo de que se ficasse próxima dele ele ouviria as batidas do seu coração que nesta hora estava totalmente descontrolado. "O que foi isso Seher? Como ficou segurando a mão dele e nem notou? Offf Seher, Offf!!"
Yaman seguiu em silêncio até o carro, também não entendia como ficou segurando a mão dela tão natural e confortavelmente a ponto de não perceber o que fizera... " Droga Yaman... você está aqui para proteger essa menina e agora ela vai pensar que você está com outras intensões! Precisa entender que ela é só uma menina e você prometeu proteger e é isso que você vai fazer!". Ele se repreende em pensamento para abrandar seu coração acelerado. Nedin e Firat estavam aguardando a chegada deles para indicar onde seria o adeus ao corpo do pai de Seher e então se dirigiram para lá.
Foi um dia todo recebendo amigos e parceiros que vinham se despedir. Seher passou o tempo todo ali recebendo as condolências e tentando pensar como seria o dia seguinte de sua vida. Como faria com a administração do restaurante. Aquilo que seu pai havia falado sobre o respeito com mulheres solteiras e a possível entrega de sua mão em casamento com o asqueroso do Osman a fez estremecer, Yaman que estava próximo e atento a tudo em relação a ela percebeu.
-Você está bem? Você não comeu nada ainda...já é tarde! – Ele fala preocupado.
-Estou bem...não sinto vontade de comer nada...obrigada! – Ela agradece e permanece ali de mão dadas com mãe Nadire e Kiraz.
Mais tarde após retornarem do cemitério mãe Nadire a chama para ficar na casa dela mas Seher recusa e diz que precisa ficar um pouco sozinha. A senhora assente e vai com Firat e Kiraz para casa. Yaman pede para que Nedin aguarde alguns minutos que ele iria falar com ela.
-Seher! Não gosto da idéia de te deixar sozinha aqui...eu posso ficar aqui com você...
-Não! Não tem necessidade... eu preciso ficar sozinha...quero ver alguns documentos e ver o que farei a partir de amanhã. Você pode ir e ... – ela se aproxima dele e o abraça. - Obrigada por tudo! Teria sido bem mais difícil sem você aqui... meu protetor! – ela fala enquanto se afasta e o olha nos olhos. – Te vejo amanhã?
-Se você prefere assim... mas vou estar aqui perto, é só me chamar... Minha bonequinha dos olhos verdes! – ele a olha com carinho e então se afasta rapidamente confundindo Seher que fica imóvel apenas observando ele indo para a porta. – Descanse! – ele sai após a afirmativa silenciosa dela.
-"O que está acontecendo comigo? Eu quase... quase... eu não posso confundir as coisas, não posso!" Seher vai para o banho e, depois de um bom tempo deixando a agua escorrer por seu corpo numa tentativa de lavar todos os sentimentos e energias ruins daquele dia, se dirige a janela do seu quarto para olhar a sua confidente que brilha entre as nuvens finas dando um ar melancólico à noite, combinando com sua própria melancolia. A imagem de Yaman vem a sua mente: " Meu protetor nos sonhos é real...como é possível? Como pode ser tão carrancudo e ao mesmo tempo tão amável? " ela sorri com este pensamento e baixa a cabeça para olhar a rua e fica surpresa com o que vê: " O que ele está fazendo? Ele vai ficar de guarda na frente de minha casa? "Yaman havia pedido para Nedin voltar para o hotel e ele ficara ali de guarda na frente da casa por que para ele o quem quer que tivesse vindo e feito aquilo com sr.Yusuf poderia voltar e fazer algo com Seher e ele não permitiria. Ficaria a noite toda ali.
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DESTINO
FanfictionDuas pessoas predestinadas a ficarem juntas tem seus caminhos separados e encontram muitos obstáculos antes de se reencontrarem... inclusive seus próprios sentimentos e conflitos.( Fanfic inspirada pela dizi turca Emanet, mas enredo diferente.)