10 coisas que eu odeio em você

CAPÍTULO CINCO

Patrick

Não sei se o plano está indo como o planejado, a Kat tem uma personalidade extremamente forte e não é fácil de enganar, não como eu pensei. Todas as vezes que tentei conversar com ela e passar uma cantada, levei um fora imenso. Eu deveria desistir, essa garota vai ser uma perda de tempo, mas não é assim que eu me sinto, eu gosto de irritá-la, ela fica linda com a carinha de marrenta que ela faz o tempo inteiro. Mas eu não posso começar a me interessar de verdade por ela, isso é um trabalho, e eu tenho que cumprir, gostar dela de verdade só atrapalharia tudo.

Espero ela em meu carro torcendo para que ela não recuse a carona, eu não sei nem se ela vai querer ir a essa festa mesmo, não faz muito o estilo dela.

Quando finalmente a convenço de aceitar o meu convite, ela sai de casa com uma expressão irritada, mas está linda, seus cabelos loiros estão presos em um coque com algumas mechas caídas sob seu rosto, uma maquiagem leve que realça seus traços é um vestido que a deixa mais linda do que ela é, nem achei que isso poderia ser possível.

— Você está deslumbrante, como quer que eu não me apaixone? — digo, impressionado.

— Não pense que suas cantadas baratas irão me impressionar, não sou tão boba. — retruca ela.

— Não são cantadas, são apenas fatos, e eu nunca achei que você fosse boba.

Ela vai o caminho inteiro quieta, não quer conversar e eu respeito, por mais que eu goste de irritá-la, acho que agora não é o momento.

Após chegarmos na festa, eu faço questão de entrar ao seu lado para que o Joey saiba que estou cumprindo minha parte do acordo, eu realmente preciso daquela grana idiota.

A Kat vai ao banheiro, provavelmente para fugir de mim, não vou atrás dela, permaneço na sala enquanto vejo o Joey e a irmã da Kat chegarem, eles não combinam nada, ver aquilo me faz querer vomitar, mas não é da minha conta, então não dou a mínima.

O Joey me puxa por trás sem que eu o veja, e me encosta na parede com uma certa força.

— Você está demorando demais para cumprir sua parte do acordo, acho que você não é o suficiente para esse trabalho, não sei porque fui perder o meu tempo. — diz ele, enquanto me empurra sobre a parede.

— Qual o seu problema? — retruco, irritado. — Só faz uma semana que tento a conquistar, ela não é uma garota fácil, você mesmo disse isso. Eu preciso de mais tempo.

— Tempo? Eu preciso que você faça isso logo! O pai da Bianca ainda pega no meu pé o tempo inteiro e ele só vai parar quando a Kat finalmente deixar de ser uma burra.

Isso de alguma forma me irritou o suficiente para eu o empurrar de cima de mim e isso fazer batê-lo as costas na outra parede.

— Não repita isso, nunca mais. Eu tô fazendo a merda do trabalho que você propôs e tô fazendo sem reclamar, agora não ouse abrir essa sua boca suja para falar sobre a Kat.

— O que você está fazendo? Defendendo a Kat? Sério? Se eu fosse você eu não me deixaria levar por essa garota, ela é pior do que você imagina, só faça seu trabalho e pule fora. — diz ele enquanto se volta para a festa e nem espera minha resposta.

Esse cara é um babaca, talvez não tenha sido uma boa ideia fazer isso, mas agora não tem como voltar atrás.

Procuro a Kat pela festa e a encontro dançando e cima de uma mesa, ela está claramente bêbada e tem garotos pervertidos a sua volta. Tento me aproximar para tirá-la de lá, mas tem muita gente em volta, é difícil ultrapassar todos eles.

Volto o meu olhar para ela e vejo como ela dança bem, ela está feliz e sorridente, uma Kat que eu nunca tinha visto até agora, seu coque se desmancha, mas não de uma forma que a deixe feia e bagunçada, eu acho que nem de propósito ela conseguiria perder sua beleza.

Consigo passar no meio daqueles babacas e puxo ela da mesa.

— Você está acabando com a diversão! — diz ela choramingando.

— Você vai me agradecer depois, acredite.

A levo para fora da casa e coloco ela em cima de um balanço, ela começa se balançar lentamente enquanto seus cabelos voam por conta do vento frio.

— Porque você está fazendo isso? — questiona ela.

— Isso o que?

— Insistindo em mim.

— Porque eu não insistiria em você?

— Porque ninguém insiste em mim, ninguém nunca quer ficar perto de mim, e você quis, porque?

— Porque você é mais interessante que as outras garotas, porque você não se joga em cima de mim
na primeira oportunidade, porque você finge que não me suporta, mas eu sei que você gosta que eu insista em você.

Não sei se isso ainda é atuação.

— Você é um convencido! — diz ela caindo para trás.

Quando me aproximo para ver se ela está bem, ela tenta me beijar. Eu me afasto, ela está bêbada, eu não posso fazer isso. Eu deveria fazer isso, mas eu não posso.

Ela faz cara feia e entra no carro. Fomos o caminho inteiro calados.