CAPÍTULO SEIS

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                                           Kat

São seis da manhã, e o alarme está tocando, e eu não tenho a menor disposição para ir para escola, principalmente depois de ontem, não sei nem com que cara eu vou olhar para o Patrick.

Mas infelizmente não tenho a opção de faltar, hoje eu vou jogar contra aquelas metidas de Chilton, e eu tenho que ganhar. Pena que não tenho ninguém para assistir minha vitória, minha irmã vai fazer uma prova e meu pai está viajando, mas eu não me importo, sempre joguei sozinha.

Quando chego na escola, nenhum sinal do Patrick, isso é bom, eu espero. Eu não sei o que aconteceu comigo, eu não sei se estou deixando ele entrar, ele me deixa tão irritada, que as vezes mal consigo respirar.

— Oi Kit-Kat, e a ressaca? — diz o Patrick, surgindo de repente.

— Ah, oi — respondo, desconfiada — sobre ontem...

— Relaxa, você estava bêbada, não se preocupe, a gente ainda vai se beijar. — ele me interrompe com um sorriso de lado.

— Como você é metido, sério. Me desculpe, eu ia adorar conversar mais com você sobre o quanto eu sou caidinha por você, mas tenho que ir.

— Não sei se consigo sobreviver cinco minutos longe de você Kit-Kat.

— Acredito no seu potencial lindinho!

Vou em direção a quadra para me preparar para o jogo, aquelas garotas são tudo, menos ruins, para vencer delas eu vou ter que dar tudo de mim, eu não posso ter nada me distraindo, pelo menos até o fim do jogo.

O jogo está prestes a começar, quando vejo o Patrick chegando e se acomodando em um dos assentos, não sei se fico feliz com isso, mas me dá uma pontada alegria ele ter se dado ao trabalho de ver o meu jogo, isso é importante para mim.

Ele começa a tirar o casaco e tem algo escrito na blusa dele que não consigo identificar. Não acredito que ele fez isso. Está escrito "Vai Kat" e ele está com um sorriso de orelha a orelha. Que idiota, e eu sou mais idiota ainda porque não consigo parar de sorrir.

— Vai Kat, acaba com elas! — ouço o patrick gritar do outro lado da quadra.

Olho para ele e mando ele parar porque aquilo é ridículo, mas ele não parece se importar nem um pouco com o que os outros estão pensando, isso é uma das coisas que mais acho interessante nele.

Assim que a partida começa, as Chilton já fazem um gol, a treinadora nos olha com uma expressão fria e decepcionada, ela costuma nos cobrar mais do que o necessário. Sofia, a número nove, consegue fazer o nosso primeiro gol, ouço gritos das arquibancadas e vejo o time rival bufar e xingar, essa sensação é incrível.

Cada vez que eu olhava para Patrick, seus olhos estavam vidrados em mim, ele não parou de prestar atenção nem por um segundo no meu jogo, talvez ele não seja igual aos outros caras.

Faltam cinco minutos para o jogo acabar, o placar está empatado e eu estou à frente da bola, a quadra inteira para e todos colocam mil expectativas no meu chute, eu só tenho uma chance, só mais uma, se eu não conseguir eu vou decepcionar todos, eu não posso perder.

Quando olho para o Patrick ele está levantando a camisa com o meu nome escrito e me olhando com uma expressão calma e confortante, mesmo se eu perder, ele ainda vai estar ali.

Então eu finalmente crio coragem para chutar essa bola idiota, assim que eu chuto, só consigo ouvir gritos. Gol, eu consegui, eu venci elas.

O Patrick invade a quadra e vem correndo na minha direção, ele envolve minha cintura em um abraço apertado me deixando no ar, e eu o beijo. Dessa vez ele não se afasta, ele segura o meu rosto de uma forma delicada e devolve o beijo, um beijo com desejo.

— Eu falei que não precisava se preocupar.

— Eu não estava preocupada. — retruco, ainda sorrindo.

Eu me sinto confortável com ele. Ele sabia que esse jogo era importante, ele lembrou.

— Quer ir ao baile comigo? — diz ele, afastando nossos rostos.

— Meio ultrapassado, não acha?

— Que horas eu te pego?

— As sete.

10 coisas que eu odeio em você Onde histórias criam vida. Descubra agora