06). Paciência

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— Sera que eu consigo entender? Isso não era o que você queria? Um pouco de paz? — Niall perguntou, apos escutar o desabafo prolongado de Zayn. Não era como se ja não estivesse por dentro dos fatos do que acontecia na vida do amigo, porem os detalhes eram mais interessantes pessoalmente. 

Estavam comendo na lanchonete de Harry, enquanto o mesmo fazia companhia para Liam em seu apartamento. Zayn julgou precisar pensar um pouco fora daquele lugar e Niall tinha uma folga em sua escala no hospital, não se importando de viajar ao encontro de Zayn, matar as saudades e agradecer pela ajuda que recebia dele, a começar por algumas contas pagas e o celular moderno e caro que ganhou sem sequer pedir. Zayn argumentou que seria cansativo para Horan usar o velho aparelho ultrapassado de botões para se comunicar com ele. Niall chorou, porque ficou sensível e alem de um ex grande amante, Zayn era um verdadeiro amigo, pois sabia que o salário era o limite para se manter, alem das despesas extras que tinha para cuidar do avô, ja doente e envelhecido. O senhor Horan era aposentado, mas os gastos com a saúde debilitada pesavam no bolso. 

Quando viu Niall apos um mês, Zayn suspirou aliviado, abraçando-o como tanto gostava de fazer, ouvindo o riso soprado e intimidado do outro rapaz, que sussurou algo sobre a linguagem do amor dele ser o toque,  porque por muito pouco, Zayn ja estava colado em si, não por carência, e sim porque realmente amava Niall como sua família. A família que tanto sentiu falta e não pôde reaver, embora Yasser estivesse se esforçando para se fazer próximo. 

— Ao menos por educação, não por um baque emocional. — retrucou, lamentando o fato de Liam se manter recluso desde a discussão que tiveram. Era incômodo e por vezes segurou a vontade de pôr a porta do chefe Júnior abaixo e força-lo a conversar. 

— E isso te incomoda. — concluiu. Zayn suspirou. 

— Em parte… É facil dar a ele os créditos por sua irresponsabilidade, mas o tal Louis e aquelas duas, elevaram as consequências disso ao quadrado. É estranho que o brilho dele tenha se apagado. — comentou, com uma expressão inconformado. Niall sorriu com isso.

— Interessante você reparar no brilho dele. Quando conversamos, mais parecia que poderia empurrá-lo nos trilhos de um metrô… Eu ouvi muitas vezes alguns dizerem que por trás de todo ódio, existe um amor escondido… — insinuou, voltando a tomar o suco pelo canudo, baixando o olhar e segurando o riso, pois sabia que tinha despertado a atenção do amigo para algo que talvez não enxergasse. 

— Está sugerindo o que eu acho que está sugerindo? — questionou, pausadamente. Niall ergueu o olhar e riu. 

— Sunshine… — cantarolou, em provocação. Zayn fez de um guardanapo uma bola pequena e atirou contra o rosto de Niall. 

— Você é nojento. — resmungou pelo apelido, embora apreciasse a definição de Niall quando escolheu chamá-lo assim na prisão, dizendo que Zayn era o sol de seus dias cinzentos.

— Você é a pessoa mais calma que já conheci e em poucos dias alguém te tirou do sério… Nem mesmo aqueles criminosos barra pesada ou o seu ex grupo de amigos, conseguiu essa façanha. Quero dizer, Diaval era uma exceção, mas o Liam é uma pessoa do bem e pode até não fazer sentido, mas acho que está gostando dele, principalmente agora que ele está fragilizado. 

Zayn hesitou, antes de morder o sanduíche, considerando o que Niall tinha acabado de dizer. Realmente, socar pessoas não era do seu feitio, apesar de estar perto disso quando esteve preso. O grupo de amigos que o ajudou a entrar no limbo eram igualmente insuportáveis e cretinos em um tanto inimaginável, especialmente Diaval, o lider deles, que mais tarde Zayn veio a descobrir como ele tinha o dobro de crueldade no coração, tanto quanto o seu companheiro, apelidado de Malévola devido ao nome do namorado ser o mesmo do corvo do filme da Disney. 

Limiar - ZiamOnde histórias criam vida. Descubra agora