16).Prelúdio

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Liam tentou ligar para o pai, achando estranho que ainda não tivesse o encontrado rapidamente, cercado por seu segurança e prestes a esmagá-lo em um abraço de puro alívio. Anteriormente, na recepção, a ligação estava ruim e mal conseguiu ouvi-lo, mas entendeu seu pedido para que saisse e fosse ao encontro dele. 

O estacionamento permanecia vazio e imaginou que Geoff poderia ter se atrasado, ou, simplesmente, optado por usar a segunda entrada do hospital. 

A possibilidade de estar sozinho, fez com que tomasse a decisão de voltar para dentro, especialmente, porquê uma estranha sensação lhe subiu até a cabeça ao ouvir passos se aproximando.

Então, Liam se virou e se deparou com um rapaz belo, de cabelos grandes e olhar penetrante, vestido de preto e com as mãos aquecidas em seus bolsos. 

— Ola, jovem Payne. — saudou, com um sorriso ladino.

— Nós nos conhecemos? — questionou, hesitante. 

— Não, mas te garanto que serei inesquecível. — respondeu brando, tirando a arma da cintura e apontando para Liam. — Pode me chamar de Malévola. 

E Liam quase esqueceu de como se respira. 

A boca secou e as pernas tremeram. O som do objeto sendo engatilhado penetrou em seus ouvidos como um raio, mesmo que o barulho fosse tão próximo, ao julgar pelo fato de que aquele estranho perigoso ja estava a centímetros de distância, graças ao seu corpo paralisado pelo susto. 

— Por favor, não me machuque… — implorou, trêmulo por inteiro, a ponto de encharcar as calças e erguer os braços em rendição. O gesto do namorado de Diaval em agarrá-lo pelo pulso, parecia lento.

— Isso depende de tantas coisas… Talvez eu faça isso, se o seu querido papai aceitar minhas condições… — deixou claro, em um tom desagradável que fez o estômago de Liam embrulhar. 

— O que fez com ele? C-como conseguiu me guiar pra fora?

— Não foi difícil… aplicativos são um verdadeiro achado hoje em dia, não acha? Você só precisou acreditar que a chamada estava ruim para cair na minha armadilha. — esclareceu, mostrando o quão divertido estava sendo aquele jogo para ele. 

Antes que Liam pensasse em implorar e liberar o choro de desespero, a porta de acesso entre o hospital e o subsolo foi aberta de abrupto e um Zayn desesperado passou por ela, encarando a cena como se fosse o maior pesadelo de toda a sua vida. 

— Abaixe a arma, Malévola. — exigiu, cuidadoso em dar alguns passos. O algoz de Liam o prensou contra o seu corpo e deixou o cano da arma encostado em sua testa. 

— Baby Zayn, não se preocupe. Seu herdeiro está a salvo comigo, mas sugiro que não faça nada. A vida dele está em minhas mãos agora. — disse, confiante, se afastando de ré, lentamente, arrastando Liam consigo. 

Zayn reagiria, mas manteve a calma, embora tudo parecesse desmoronar em sua cabeça. Viu nos olhos de Liam o tanto que estava amedrontado e só queria arrancar aquilo dele o quanto antes. 

— O que quer pra deixá-lo em paz? Eu me entrego em seu lugar. — gritou, a voz exalando desespero. O ex comparsa deu risada. 

— Vou negociar apenas com Geoff, Malik. E eu adoraria ficar aqui e relembrar os velhos tempos com você, mas Liam e eu já estamos de saída. Diaval pode estar fora de combate, mas eu não vou decepcionar o meu homem. — deixou claro, chacoalhando o objeto no ar e recolocando na fronte de Liam, que sentia que poderia desmaiar a qualquer instante. As lágrimas e suor banhando seu rosto e um pedido mudo a Zayn para que não se envolvesse naquilo, ao mesmo tempo em que desejou que ele fosse um grande herói e o resgatasse. 

Limiar - ZiamOnde histórias criam vida. Descubra agora