Capítulo 5 - O Renascimento - Parte 2

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- Oi JK!
- Estou perdido, totalmente perdido.
- Eu sei, por isso te trouxe neste lugar e um dos pontos que precisa ficar bem claro é que sou o mesmo Jin, que é seu amigo e parceiro de trabalho daquela realidade. Como mencionei agora a pouco...
" Os três elos estiveram adormecidos, um se despertou"
- Um deles sou eu. Na realidade mortal, me chamo Jin. Você e Ana são os outros elos que não despertaram completamente. A estrela azul que vocês tem visto nestes encontros, é a passagem para esta realidade aqui, que vamos chamar de realidade original. Está conseguindo entender? - Pergunta ao ver o olhar atônito de JK.
- Juro, estou tentando. Mas não consigo acreditar que você é o Jin!
- O que você entendeu até agora?
- Primeiro, que você é o Jin! Segundo, existem duas realidades denominadas até este momento, a original e a mortal. Aqui você é o Adrian, O Guardião do Jardim e na outra o Jin, meu amigo. Eu sou JK e a Ana é a Ana na realidade mortal, certo? - Adrian assente com a cabeça.
- Meus fragmentos estão completamente unificados. Me despertei antes mesmo de você começar a ter encontros com Ana. Por não ser ainda necessário, não lhe disse nada a respeito.
- A necessidade enfim chegou.
- Sim. - Adrian o observa por um instante e comenta. - Olha, você até que está reagindo bem.
- Depois de tudo que vi, acredito que seria tolice surtar, você não acha? E ela? - Pergunta se aproximando novamente da estátua da Fênix.
- Ana nesta realidade se chama Sophiah. Está adormecida há um bom tempo. Sophiah foi uma guerreira que centenas de anos atrás, conquistou a vitória contra o Rei Phellipe, mas foi ferida mortalmente e assim permaneceu no Mundo dos Mortos até renascer, como nós na realidade mortal.
- Ana... como é bom lembrar do nome dela. Ela não sabe de nada disso?
- Ainda não, para ela tudo não passa de...
- Sonhos. - Completou JK .
- Isso. E respondendo mais claramente o que me perguntou antes... para despertá-la, você precisa saber de fato quem você é. Viu a letra W no brasão?
- Vi.
- Winsphers, a família real do Reino de Angelus, que foi esquecido de todos os livros de história, geografia e de tudo que você possa imaginar. Um Reino que está com seu trono vazio desde a queda do Rei.
- O Rei Phellipe, aquele que Sophiah liderou um exército para derrubar?
- A ganância, inveja e a maldade aumentaram sua sede pelo poder e assim o fez indigno de reinar.
- E por isso, este lugar está assim assolado?
- Porém, não abandonado. Ele tem sido protegido, fiz o que era preciso e o preço foi alto. Estas terras tiveram que sumir do mapa. Mas o mal que há séculos foi aprisionado, está retornando, e você é uma das peças essenciais para derrotá-lo de uma vez por todas.
- Eu? Mas o quê posso fazer?
- Você precisa lembrar de quem você é nesta realidade.
- Precisa assumir o trono. - Diz uma voz familiar no fundo da sala.
JK procura, mas não vê ninguém além dele mesmo e do Adrian/Jin.
- Quem disse isso?

Adrian mostra à ele uma cortina vermelha numa das paredes. JK se aproxima sem medo e a puxa. Ele se assusta. Um espelho da sua altura, mas o seu reflexo tinha algumas diferenças na aparência. As vestimentas e seus movimentos não se condiziam com o que deveria refletir. Seus cabelos mais compridos, suas roupas eram de estilo medieval. Calças e botas pretas, blusa branca de mangas longas. E na sua gola um pingente de ouro e pedrarias, as mesmas existentes na chave do Adrian.
- Olá JK! - Diz o reflexo. - Enfim nos reencontramos.
JK surpreso faz breve contato visual com o Adrian.
- Este é você!
- Ao menos, uma parte de você. - Completa a imagem no espelho.
- Como assim? Quer dizer... Como fomos separados um do outro? Como foi parar aí?
- Tantas perguntas... - Sorri de canto e continua. - Em breve saberá!
- Adrian já me disse... - Diz ao olhar para Jin rapidamente. - Longa história!
- Verdade. Mas podemos poupar tempo pulando a parte que você pergunta e nós respondemos.
- Vai precisar disto mais uma vez. - Adrian/Jin entrega sua chave à JK.
- O que é pra fazer?
- Olha pra mim. - O Príncipe pede para que ele se aproxime mais do espelho. - Está vendo isso aqui? - Pergunta mostrando uma fechadura no pingente em sua blusa.
- Sim.
- Chegue bem perto e coloque a chave.
- Acredito que vou precisar de terapia após tantas coisas estranhas hoje. - Diz ao inserir a chave.
- Gire três vezes!

Ao girar pela terceira vez, o vidro se torna pequenas ondas cintilantes como se fossem águas, iguais as do lago no Jardim. Ao percorrer para as bordas se desfazem e o espelho se torna uma passagem.
- Retiro o que eu disse, não há terapia para isso!
- Eis o motivo de eu ter usado seu rosto por um tempo, para que se acostumasse a se ver desta forma. - Explica Adrian.
- Pronto para se unificar como eu fiz?
- É muito esquisito, sério. - JK claramente fica ansioso.
- Somos partes um do outro, a mesma pessoa e queremos a mesma coisa. - Diz se referindo à Fênix.
Ao ver mais uma vez a estátua da Fênix, JK sente seu coração pesar e a vontade de tê-la consigo o consome.
- Sente a intensidade JK ? Sinto o mesmo e até mais que você.
- Impossível!
- Eu penso igual sobre você, impossível que sinta mais que eu.
JK sente seus olhos marejarem e ao encarar Michael novamente, os dele também.
- Então, Vamos acabar com esta espera?
- Só me diz o quê fazer.
- Esvazie a sua mente e apenas atravesse e eu irei até você.
- Ok.

JK e Michael respiram fundo e como se contasse até três em seus pensamentos, dão um passo em direção ao outro. As duas partes da mesma alma, enfim no mesmo corpo. Na sua frente, um espelho comum. Que agora refletia seu verdadeiro eu. Usando calças pretas, tênis branco e um casaco longo de capuz, também preto. Em seu pescoço um cordão comprido de ouro e nele o pingente do Príncipe. Ele estende sua mão em direção ao Adrian para entregar a chave e ao retirar o capuz, suas asas negras são reveladas. Seus olhos, com pupilas negras, e em volta de suas íris que mais pareciam dois Icebergs, anéis azuis brilhantes.
- Você sabe o quê fazer.
- E ninguém é capaz de imaginar o quanto que esperei por isso.

Michael/JK em fração de milésimos de segundos, se transporta para perto da estátua de pedra da Fênix. Ao se abaixar para tocá-la, suas emoções se intensificam e arranca com força o cordão de seu pescoço. Com o pingente em suas mãos, retira a pedra azul que JK havia encaixado no seu Diadema. No lugar, põe o pingente de seu cordão e por cima recoloca a pedra. Que de azul se torna amarela e reluz cada vez mais forte.
- Vejo fogo em seus olhos... Fênix!

O Anjo & A Fênix  Parte 1 - O Guardião do JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora