Capítulo 18 - Nada como nós dois

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Suavemente a deita em sua cama e percebe que não pode deixá-la despida, mas também não pode deixá-la com seu casaco. Procurando em seu guarda roupa, encontra uma roupa de dormir. Deduziu pelo seu tamanho, que era um tipo de camisola. O blusão de algodão tem uma estampa que o faz sorrir, era uma imagem do BT21.

Com muito cuidado e usando o cobertor, ele a veste tentando não ver e nem tocar em partes mais íntimas do seu corpo.
Se sente embaraçado e constrangido, mas nunca iria permitir que uma outra pessoa a vestisse.
Ana dorme profundamente, e nenhum movimento que ele faz ao arrumá-la a desperta.
Ao vê-la ali deitada, tão serena em seu sono, deita ao seu lado. Fica a observando, passando a mão em seu rosto, em seus cabelos, que entre os seus dedos deixavam um perfume de flores, flores que só existem no Jardim de Angelus. Sente vontade de beijar seus lábios e este pensamento o faz se levantar depressa.
- Não posso ficar perto de você...
- JK... - Ela o chama mesmo dormindo.
" Será que está sonhando?" Pensa.
Mais uma vez acaricia seu rosto e a deixa sozinha em seu quarto.

JK entra no Mundo dos Sonhos, procura por ela e reencontra a Livy.
- O que faz aqui Príncipe?
- Livy, pode me dizer onde ela está?
- Não posso. Já estou sabendo da sua decisão de ficar longe dela e como Guardiã deste mundo...
- Por favor, só dessa vez. Preciso me despedir, não posso fazer isso na realidade mortal.
- Vai se arriscar?
- Para ela tudo será uma ilusão, acredito que não fará mal.
- Perdão, preciso perguntar... Por que quer se afastar dela? Claramente vejo que não é isso que Alteza quer.
- A quero segura.
Após uns instantes o encarando, Livy decide.
- Vou levá-lo até ela, mas tenha cuidado com o que vai dizer e fazer.
- Te agradeço muito por isso.
Eles caminham pelos campos de flores, o dia está radiante no sonho de Ana. Livy pára perto de uma grande árvore e o orienta.
- Segue a direita e depois caminhe até um pequeno chalé.
- Mais uma vez, obrigado.
- Só mantenha o que me disse, desconfio que tomou esta decisão para evitar um maior sofrimento para ela.
- A melhor opção que tenho é fazer isso.
- Acredito em você.
Livy o observa seguindo o caminho indicado e sorri.
- Esse coração permanece pesado... Se ele enxergasse o mesmo que eu. - Comenta para si mesma.

Ao encontrar o local, JK deduz que pela arquitetura do chalé, aquele ambiente foi criado por suas vagas lembranças de sua vida como Sophiah.
Um chalé simples, com uma beleza rústica e aconchegante. Entra com cautela pela porta da frente e a procura pelos cômodos. Sente cheiro forte de café fresco e o segue. Entrando na cozinha, um bule sobre a mesa, duas xícaras e uma porção de pães recém assados e queijos. A porta dos fundos estava aberta e antes que ele consiga sair, escuta passos no piso de madeira vindo da varanda. Seu coração bate no ritmo desses passos, que ao diminuírem, igualmente diminui seus batimentos cardíacos.
Derrepente seu coração pára e sua respiração acelera, Ana surge na sua frente. Usando um vestido branco, como cinto usava um tecido vermelho, amarrado em sua cintura. Seus cabelos soltos, cachos largos e castanhos. Seus olhos brilham e um largo sorriso ilumina ainda mais o seu rosto ao vê-lo. Em suas mãos uma cestinha com morangos que ela acabou de colher.

Neste momento, cada instante que teve ao seu lado, cada conversa, troca de pensamentos e sentimentos que tiveram nos seus encontros vem à tona.
Enquanto dormiam, vivenciaram uma conexão que nunca haviam tido com qualquer outra pessoa.
JK se pergunta se estaria fazendo o certo, porque uma ligação como a deles não poderia ser uma ilusão. Mas sua mente estava instável, o medo de estar equivocado com seus sentimentos e causar mais mal do que bem o estava torturando. Necessitava ter certeza, mesmo que para isso, tivesse que sumir da vida dela.
- Pensei que não viria mais. - Diz ao segurar sua mão. - Vem, fiz café para nós dois.

JK a observa sentada ao seu lado, enchendo as xícaras enquanto comentava o encontro que havia tido com o Mago Daluan. Suas palavras ecoavam na imensidão dos seus pensamentos sobre ela.
- JK?
- Sim?
- Você ouviu o que eu disse? - Pergunta ao achar engraçado a distração dele.
JK segura a sua mão, respira fundo e responde.
- O quê foi mesmo que disse? - Ele ri de si mesmo. - Acho que ainda estou dormindo, deve ser isso!
- Amo esse seu jeito... - Ela acaricia o seu rosto. - Perguntei se você dormiu bem, dormiu?
" Ela pensa que está sonhando comigo."
- Dormi sim.
- Que bom! Você estava muito agitado ontem.

O Anjo & A Fênix  Parte 1 - O Guardião do JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora