Capítulo 21 - Dualidade do óbvio - Parte 2

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No Mundo dos Sonhos o grupo se divide para iniciarem as buscas.
Mesmo procurando com toda sua atenção, Adrian/Jin não consegue encontrar pistas.
E no local combinado, se encontra com Kattarine, Kristal, JK e Octavios.
- Onde está Marcondis?
- Ainda não voltou. - Octavios responde.
- Espero que ele ache algo.
- Eu também JK.
- Muito estranho, não tenho um bom pressentimento...
- Calma, talvez Marcondis encontrou algo, já que está demorando.
- Queria ter seu otimismo Kat.
- Você vai ver Kris, vamos conseguir.
- Precisamos acreditar que vamos. - Adrian/Jin completa. - Realmente Marcondis está demorando demais, ele foi para o lado sul não é mesmo?
- Sim. - Octavios confirma.
- Vamos procurá-lo, talvez possa estar precisando de ajuda.

Ao atravessar para o Mundo dos Mortos, Fênix só encontra a escuridão. Andando pelo chão encharcado de águas sombrias. Cada passo que avança, mais escuro o ambiente fica. Até que mais à frente, uma pequena mesa redonda, com mais de um metro e meio de altura.. De prata com detalhes negros, sobre ela, uma taça de vidro vazia. Fênix pára diante dela e olha ao seu redor, e não vê ninguém. Ao voltar a sua visão para a taça, Alexius está parado do outro lado da mesa.
- Que bela visita, o quê te traz aqui Fênix?
- Você sabe muito bem, te avisei para não fazer besteira.
- Posso saber do que me acusa?
- Seu sarcasmo é admirável, mas não estou afim de brincar com você Alexius. Onde está a Ana?
- Pelo que eu saiba, na casa dela... Nos braços do seu amado Príncipe, ou pela sua expressão... não está mais?
Fênix se enfurece e derruba a taça, que se quebra. Alexius apenas observa os cacos e com um gesto com a mão, os reúnem e a taça restaurada é posta no lugar.
- Coisa feia, fazendo bagunça na casa alheia... - Alexius sorri e depois respira fundo. - Está bem, não tem graça te ver de mau humor. Mas estou esperando a sua resposta para minha pergunta, a sua protegida não está com o Príncipe?
- Não e algo me diz que você está envolvido nisso.
- Se não está com o Príncipe, está com quem agora? Um novo amante?
- Pára de falar absurdos! Amante? - Os olhos da Fênix viram brasas. - Agora tenho certeza que está sim envolvido!
- Não tenho idéia do que fala e nem precisa se enfurecer. O tédio às vezes me deixa um tanto insuportável, odeio ficar ocioso e respondendo a sua acusação... não sei onde Ana se encontra. - Ela o encara mais furiosa. - De verdade, eu não sei. Não me contaram para onde a levariam. Mas ainda está viva, como pode ver... minha taça ainda está vazia.
- Como se atreve à me trair Alexius? - Fênix entra em combustão.
- Não se precipite, não gostaria realmente de me enfrentar ou gostaria? Como pensa em matar o Anjo da morte? Você me vence toda vez que morre e ressurge, é da sua natureza. Como é da minha natureza beber as almas dos que cumprem o seu tempo no mundo. Inclusive você tem o seu tempo no mundo querida Fênix... Podendo morrer definitivamente. Mas como tenho apreço por você, não me atrevo à sequer imaginar que um dia beberei a sua alma. Mas se chegar este dia... é o que farei. Cada um cumprindo o seu papel, as coisas são como são e não podemos fugir disso.

Fênix se desarma sabendo que tudo que ele estava dizendo era verdade. Não havia nenhuma forma de enfrentá-lo.
- Então sabe como morro definitivamente?
- Nunca vi um ser como você ser extinto. Mas sei que existe formas, já que não é imortal. Você viveu e morreu muitas vezes, talvez o ciclo tenha fim. Existe um fim Fênix? Se há, te dou um conselho... - Alexius caminha lentamente por trás dela e diz baixinho próximo ao seu ouvido. - Tome cuidado para que seus inimigos não descubram o seu segredo. Porque eu sei que tem escondido muitas coisas deles de seus amigos. E a Livy sabe de uma boa parte delas e desconfio que Sebastian seja seu outro confidente. Ou tem escondido deles também?
- Você nunca concordou com o que fiz pela Sophiah, pelos Príncipes e os outros.
- De fato. Mas reconheço... o quê fez pelo Príncipe Michael ontem, era necessário para que recolhesse o fragmento da sua alma, conveniente. Eu o mataria, recolheria e pronto. Mas você... é você! E a mesma misericórdia que teve no passado, aqui se repete. E sobre a Sophiah... Tinha parte de sua alma nela também? Muitas conveniências não acha? - Alexius a encara como se buscasse a verdade. - Não? Entendo... por isso o aroma era tão peculiar! Você a adotou, protegeu e ressuscitou, e para quê mesmo? Ah sim! Para que ela morresse novamente pelas mãos daquele que um dia a amou. Valeu a pena?
- Por cada alma salva, tudo vale.
- Não canso de repetir, está humanizada demais e isso te deixa fraca e vulnerável! Como se permite ser enganada tantas vezes? Ainda não aprendeu que os seres humanos não são dignos de sua lealdade? Eu sei disso, já fui um lembra?
- Esse é o ponto não é? Está fazendo de tudo para provar sua lógica.
- Eu não, os fatos dizem por si mesmos. Como diz um ditado humano... Pior cego é aquele que não quer ver, concorda?
- Ao menos vai me dizer o quê está acontecendo?
- Eu sei menos que todos vocês juntos, e eu amo tanto as conspirações que detesto a idéia de estar me deixando de fora. Nada sei... Portanto nada tenho a dizer.
- Não minta pra mim! Você colocou algo na alma da Sophiah, nem adianta negar, Patrick te viu pondo o elixir da morte.
- Patrick? Esse gato é bem astuto, mas se enganou. Apesar de não termos as mesmas ideologias, não trairia sua confiança.
- É mesmo? O quê colocou então? Você reteve a alma dela e esteve sondando sua casa.
- O elixir que coloquei não foi o mesmo que me pediram para pôr. Ao invés da morte, coloquei longevidade! Mas isso não muda o fato dela ser mortal, não tenho o mesmo poder que você, infelizmente. - Alexius brinca passando o dedo na borda da taça enquanto fala. - Estive sim, vigiando a sua protegida, mas não pelo motivo que pensa. Fazia parte do roteiro. Parecer que eu estava de olho na minha presa... minha recompensa em troca de algo que eles queriam.
- Eles?
- Sim, ainda não sabe? - Alexius sorri de canto. - Sua ingenuidade me cativa, é tão ruim constatar que não sabe o mesmo que os outros sabem...
- Alexius!
- Vai me contar o quê tanto esconde agora? - Alexius se aproxima da mesa, apoia seu cotovelo na mesa e sua mão abaixo do queixo. - Estou todo ouvidos, Phoenice.

No Mundo dos sonhos, Octavios, Adrian, Kattarine, Kristal e JK, juntos, procuram por Marcondis.
- Onde será que ele está? Isso está cada vez mais preocupante! - Diz Kristal.
- Bem ali à frente é o último lugar que ele pode ter ido. - Diz Adrian indicando uma floresta densa e sombria.
- Por que está tão escuro aqui? - Pergunta JK.
- Este lugar simboliza o sono mais profundo. - Adrian esclarece.
O silêncio absoluto só permite o som dos seus passos e a voz das suas dúvidas.
- Espera! Vocês ouviram isso?
Todos ficam parados e calados tentando ouvir o mesmo que Octavios ouviu. Um barulho estranho de folhas secas, como se algo estivesse sendo arrastado.
E um gemido abafado que consegue dar a sensação de medo. Adrian faz sinal para prosseguir em passos bem leves, para surpreender uma possível ameaça.
Adrian faz a magia da iluminação, e de sua mão surge uma luz branca, que os guia pelo caminho.
- Estamos perto. - Sussurra Kattarine ao perceber que o som está mais perceptível.

Diante deles árvores enormes, e andando entre elas chegam numa pequena clareira. E a imagem de um homem de costas, vestido uma capa branca, agachado diante de um corpo no chão. Ao sentir a presença deles, o homem se vira, mas o capuz que usa está cobrindo parcialmente seu rosto. Ele se põe de pé. Sua boca estava suja de sangue e ao abri-la, uma grande quantidade de sangue escorre e dentes afiados ficam à mostra. Levantando o capuz, os deixam horrorizados ao ver quem ele é.
- Taehyung! - JK no impulso se aproxima dele.
- Não chegue perto dele! - Grita Adrian.
Ao ficar frente a frente com seu amigo, JK reconhece o corpo, era do Marcondis.
- O quê você fez Tae?

Taehyung/Henryk não parece violento, o encara com pavor nos olhos, que eram vermelhos, iguais ao do Jimin/Andrei.
- Desculpa... Eu não queria. - Diz com sua voz embargada. - Olha para Marcondis e volta a olhar para JK. - Eu não sei, eu não sei o quê está acontecendo! - Lágrimas começam a escorrer no seu rosto. Observa suas mãos ensanguentadas e se desespera. - Me perdoem! Eu não, eu não queria... Não queria! - Taehyung se envolve numa aura demoníaca e desaparece.
- Tae! - JK grita em vão, põe as mãos na cabeça. - O quê vamos fazer?
Os outros se aproximam do corpo de Marcondis. Octavios, Kattarine e Kristal choram pelo seu amigo.
- Se afastem, sei que é doloroso, mas não é seguro.- Adrian amigavelmente os afasta de Marcondis. - Ele não é mais o Marcondis.

Logo em seguida os olhos de Marcondis se abrem, a cor deles mudam para a cor vermelha, seus dentes crescem e em pouco segundos agarra Octavios, que consegue se soltar.
Adrian rapidamente com sua espada o golpeia na cabeça. Ele cai morto e seu corpo vira cinzas. Adrian olha para cada um deles e diz:
- O pesadelo que tanto temiámos começou!

O Anjo & A Fênix  Parte 1 - O Guardião do JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora