Daemon encontrava-se em quietude fúnebre, debruçado sobre aquela proa de madeira envelhecida da grande embarcação que era seguido por mais duas. Contudo, uma ira e injustiça voavam e tomavam não só seu olhar, lilases, mas seus pensamentos também se encontravam naquela neblina densa.
Os raios alaranjados do poente acalorado e de maresia se misturaram-se aos olhos do Targaryen enraivecido. A dor de ser expulso do reino por um rei não era maior, do que esse rei ser sangue do seu sangue. Seu irmão.
Exilado. Era a palavra que queimava em sua mente, deixando um gosto ferroso em sua boca. "Vyseris seu covarde!", disse em sua mente praguejando-o.
—Tudo isso para me deixar mais longe da coroa, e do trono... —disse a si mesmo como um desgosto em suas palavras.
Entretanto, Daemon deu início a algo peculiar em sua mente. Se o reino não era mais seu lar, faria de outro lugar o seu. Seus dedos seguiram para o bolso, de sua túnica negra de couro que retirou um papel envelhecido.
Ele o abriu com maestria, e começou a arquitetar algo com seu indicador. Dando ênfase a suas ideias ao traçar linhas invisíveis, desenhadas com o indicador. Mas foi interrompido por Mysaria, que levou suas delicadas mãos ao braço esquerdo do seu amante. Como se iniciasse algo para seduzi-lo.
—Meu lorde, o que anda fazendo? —Perguntou de modo ardoroso com ele.
—Agora não, Mysaria. —a respondeu sem retirar sua atenção do mapa, já que deduziu o que sua parceira queria ali.
—Eu não disse nada... Só perguntei, o que meu lorde, estava a fazer. —Falou ao se afastar e jogar sua cintura rente a amurada da proa e o encarar. Seus cabelos escuros esvoaçavam com o assopro do vento.
—Lhe conheço bem, para saber quando a senhorita deseja me ter em seus braços. —A olhou e depois voltou para o mapa.
—Ainda está enraivecido pelo que o seu irmão, o rei, lhe fez? —Perguntou ao observar uma respiração sair tensa de seu amante, e depois um leve sorriso seguido do seu olhar hipnotizante para ela.
—Estou, mas sei que não vou deixar isso me corroer. Estou a fazer meu próprio destino.
Mysaria ergueu a sobrancelha escurecida, desconfiando de Daemon e seus planos.
—Irá atacar seu irmão? —Indagou receosa e engolindo em seco. Ao cogitar uma guerra eminente.
—Não. —Falou calmamente, e isso que preocupava aquela simples mulher.
—Meu lorde, se...
—Não sou burro, Mysaria. Seria suicídio, eu atacar meu irmão sem ter poderio militar melhor que o dele. —Explicou. —Por enquanto, só tenho o meu dragão e três embarcações!
—Então? —Os ombros da mulher haviam relaxados com a resposta.
—Não iremos voltar a Pedrarruna.
—Foram as palavras do Rei...
—Foram. Mas fui exilado do reino do meu irmão, não do resto dos outros! —um ar intenso de soberba pousava em Daemon.
—Vamos para onde?
—Iremos para Pedra do dragão. Por enquanto...
O Targaryen deu um leve sorriso de calmaria, que deixou Mysaria com suspeitas de sua ambição e do que o lorde tinha em mente. Seu olhar o seguiu enquanto ele ia na direção do capitão do Navio para dar as novas coordenadas do destino, para voltar, já que haviam passado do lugar, que iriam.
Mais tarde...
Daemon arfou de maneira relaxada, seu olhar sonolento estava num tom tão faiscante quanto seu belo corpo desnudo e suado encontravam-se. A nevoa densa que pairava entre a realidade e o mundo dos sonhos, cogitavam em sua mente confusa. Obtendo uma ardência em sua pele, como se chamas de brasas dançassem rente a mesma como um beijo.
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Targaryen: Terras perdidas além Westeros [Em revisão]
FanfictionTudo tem um porque ou significado. Sejam eles ditados por nós humanos ou pelos nossos deuses antigos e novos. Algo antigo morre para o novo existir, mas se esse novo for algo perdido ou não descoberto pelos aventureiros?! Só nossos deus antigos e no...