Capítulo 6 - Um crisântemo vermelho

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            Daemon dormiu até a hora do almoço, acordou e vestiu-se para caminhar pelo reino. Não tinha muito o que fazer, a não ser conhecer cada parte daquele lugar. Encontrou Dragor pelo caminho e ambos seguiram para os jardins do arco. Pararam ao presenciar Laienys com uma roupa simples. Calças justas e uma camisa de manga longa masculina. Com botas de cano longo que combinavam com o que fazia. Estava juntamente com um homem de cabelos cacheados pretos como seu cavanhaque, que permaneciam presos para trás, vestia as mesmas coisas que a jovem. Mas curiosamente tinha olhos dourados como os dela. Com espadas de madeira longa, treinavam fervorosamente atiçando um interesse do lorde mais ainda na moça.

—Quem é o... —Se interrompeu.

—Lorde Calzeh Stannis. —Disse ele ao tomar um gole de um pequeno cantil arredondado, que havia arrancado de seu bolso esquerdo. —Ele é tio da Laienys, irmão da falecida esposa do meu irmão!

—Entendo. —Respondeu ao observar mais os movimentos ágeis deles.

—Foi ele que cuidou da minha sobrinha, quando estava no monastério. —Bebericou mais uma vez.

—Parece ser um ótimo guerreiro. —Comentou. Mas quem ele estava dando atenção era outra pessoa.

—A casa Stannis tem ótimos guerreiros. Muitos deles fazem guarda a outras casas de lordes!

—Só não entendi, porque a princesa está treinando. Pensei que treinamento fosse para homens! —Constatou ao observar mais, que a moça era fervorosa nos ataques que iniciava. —Pensei que a princesa iria...

—Ser adepta de vestidos e prendada? —Riu Dragor. —Não, Laienys é tudo e mais um pouco. Mas o que ela mais ama é treinar com seu tio! —Enfatizou sorrindo aos dois cavalheiros pararem e observarem-na. —Bom, os Stannis são lordes guerreiros. Treinam não só seus homens, como suas mulheres!

—Entendo, mas alguma razão especifica? —Perguntou curioso.

—Como disse antes, eles são precavidos. O lema da casa deles é: "Sempre alertas, antes do amanhã. Nunca antes do pôr-do-sol de ontem!"

Laienys deu uma pausa com suas madeixas caídas para trás, já que o prendedor se soltou. Foi até a criada que segurava a bandeja com uma jarra de água e uma taça, e serviu-se do líquido. Até que notou seu tio Dragor e o lorde Daemon, um tanto distantes a observando rente ao corredor. Deu um meio sorriso, e acenou para eles. Ambos fizeram o mesmo.

—Bom, como voltava ao assunto antes... —Começou Dragor ao voltar a andar pelo corredor e Daemon o acompanhar, dando um último olhar para Princesa que os olhava ainda.


No outro dia...


Na penumbra suave do jardim, onde as flores exalavam um perfume doce e o vento acariciava levemente as folhas, Laienys, caminhava devagar com seus dois cavaleiros a escoltando, Sor Marl e Johanna, prima de Sor que se tornou uma cavaleira. Os últimos raios de sol tingiam o céu de um laranja vibrante, e a serenidade do lugar proporcionava um alívio bem-vindo à sua mente e a todos ali. Seu vestido, de um tom profundo de vermelho Targaryen, movia-se graciosamente a cada passo, refletindo sua herança nobre e seu espírito forte além de seu olhar predominante em ouro.

Ao longe, ela avistou uma figura familiar. A silhueta inconfundível de Daemon Targaryen. Ele estava parado junto a uma fonte de mármore, observando a água cristalina com um ar pensativo. O manto negro que usava ondulava suavemente ao vento, como se compartilhasse dos pensamentos inquietos de seu portador. A princesa deu um meio sorriso.

Laienys aproximou-se, e Daemon levantou os olhos, um sorriso leve curvando seus lábios. Seus olhos violeta encontraram os dela, e por um momento, o mundo ao redor pareceu desaparecer, deixando apenas os dois naquele refúgio tranquilo.

Targaryen: Terras perdidas além Westeros [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora