Capítulo 2: Amber e seu Reino de Papel

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"What must it be like
To grow up that beautiful?"

Amber respirava pesado.

— Eu me sinto presa dentro de minha própria mente, me sinto claustrofóbica quando percebo que essa é a única vida que tenho... Quer dizer, bom, eu não sei se existe vida após a morte e nem sei se acredito nisso mas... É. Eu queria poder trocar de vida, sabe? Ir pra outro corpo, descobrir novas realidades, sentir novas coisas e principalmente coisas que não são prejudiciais a mim.

Isso foi o que ela me disse uma vez, quando tínhamos 13 anos, estávamos deitadas no telhado de sua casa, Lana Del Rey tocava num pequeno rádio cor-de-rosa ligado ao seu iPhone 6, eu estava tremendo de medo de escorregar e talvez morrer mas a ouvia atentamente. Uma brisa fria movimentou uma grande árvore no quintal de um dos vizinhos de Amber, o pôr do sol dava a todo o seu discurso um sentido diferente.

— Eu trocaria de vida com você... Você é incrível, Bee. — consolei, dando uma risadinha. — De verdade, eu adoraria ter sua coleção de bonecas e seu mp3 e seus livros de Harry Potter mas mais do que tudo eu gostaria de ter a sua personalidade. Você é incrível, todos te amam.

— Menos a minha família.

— Não seja boba. Óbvio que eles te amam, só são... Difíceis na demonstração. — digo, fazendo-a rir.

Amber havia sido adotada cinco anos antes de se mudar pra Salem, com seis anos. Ela me contou que quase não falava até os sete, quando ela começou a fazer terapia, paga por seus pais adotivos. Ela tinha onze anos quando veio pra Salem, era feliz, positiva e energética, sempre sorrindo com seus longos cabelos loiros soltos e conjuntinhos cor de rosa.

Não se sabe exatamente quando ou como o declínio da família Johnson se estabeleceu, Amber me disse que ouviu seus pais conversando sobre traição uma vez... Mas, nunca descobrimos se essa realmente era a causa de tanta negatividade.

Ela se deu bem com seus pais adotivos ao menos em seus primeiros anos, mas nunca foi muito próxima de sua irmã, Dakota. Durante a infância, a mais velha sempre rejeitou Amber, por ser adotada. Clássico clichê. Ela achava que Amber roubaria seus pais dela, o que nunca chegou nem perto de acontecer, Dakota sempre foi o exemplo perfeito e Amber jamais conseguiria competir com isso.

Amber cresceu rodeada de positividade externa e conflitos internos, ela era meio má, um pouco egoísta mas conseguia ser doce, divertida, se ela te deixasse chegar perto o suficiente.

Amber cresceu rodeada de positividade externa e conflitos internos, ela era meio má, um pouco egoísta mas conseguia ser doce, divertida, se ela te deixasse chegar perto o suficiente

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