Capítulo 23: A cabana branca

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“'Cuz two can keep a secret
If one of them is dead”

Pego meu celular do bolso, o posicionando para que as páginas ficassem claras o suficiente para possibilitar a leitura. Limpo a garganta e, então, começo a ler, do início:

“Este diário é mais do que um diário, eu sei, estúpido, mas, nesse caso, é verdade!

Penso nele como um almanaque de segredos, ilustrando a grandeza e a queda dos maiores nomes de Salem, nele escrevo pensando em tirar de mim o peso da culpa que levo no peito… Quando se sabe de muito, isso começa a se virar contra você.

Se um dia alguém além de mim, ler isso, provavelmente, estarei morta…”

— Morta? — Nico indagou — Parece até que já sabia o que ia acontecer…

— A Amber não era burra, Nicolas, ela sabia que tinha mais inimigos que amigos… Não era assim tão difícil de imaginar que uma hora essas pessoas se virariam contra ela. — Savie diz, virando o volante e começando a subir a ladeira, o som do cascalho sendo esmagado pelos pneus do carro era quase satisfatório.

— É, mas… Ela sabia de coisas tipo: quem dormia com quem… O que deixaria alguém tão preocupado a ponto de matá-la? — o rosto de Nico refletia suas questões internas, de todo, ele não estava errado.

— Bom, o segredo que ela tinha da minha mãe poderia mandá-la para a cadeia! — respondo.

— E o meu poderia destruir a minha reputação e a da minha família. — Jordan continua — E, me mandaria para a cadeia.

— O meu me tiraria todos os meus sonhos…

— Olhando por essa perspectiva… Meu segredo destruiria minha vida e a da minha mãe.

“...Enquanto eu estiver viva, a caixa de Pandora de Salem estará selada: um segredo na mão é melhor do que vários voando! Não é?

Seja lá quem encontrar esse registro… Provavelmente será a Georgia, minha melhor amiga é a pessoa mais inteligente dessa cidade. — Oi, Jorji!”

Minha voz tremeu, senti uma lágrima escorrer em meu rosto.

— Ela era tão… Observadora! — Jordan diz — Amber sempre estava dez passos a frente.

— Já chegamos, gente! A floresta!

Savannah parou o carro e desligou o motor. Trocamos alguns olhares tensos e depois saímos do carro. Demorei um pouco mais, colocando o diário no porta-luvas do carro.

— Então, qual o plano? — Nico questiona.

— Vamos procurar qualquer pista de quem ele é e… Sobre Amber… — digo.

— E dessa vez, se formos atacados, vamos ter armas!

— Armas? — Jordan questiona, sua feição se encheu de incredulidade.

— Sim, Jordan! Não podemos deixar que ele nos machuque de novo… Sua cabeça ainda nem sarou!

— Mas, quais tipos de arma? — O mais novo questiona, Savannah abre o porta-malas e revela a seleção pés de cabra, machados, tacos de baseball e facas.

— Deus! — Nico exclama, sorrindo — Onde conseguiram isso?

— Vamos deixar isso para a imaginação…

Jordan foi na frente e nós o seguimos. Eu segurava uma faca, armada e ligada em qualquer barulho que chegasse aos meus ouvidos, assim como os outros. Nico escolheu o machado, Savannah um taco de baseball e Jordan um pé de cabra que ele manuseava inseguramente.

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