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Um metro e oitenta e três. Talvez cinco, mas normalmente chuto alturas muito bem. Menor do que Gojo, maior do que Nanami.

Esse homem parece uma muralha e um poste, alto e largo, e está na minha frente segurando sua mão acima da cabeça e se curvando para a frente como se tentasse proteger seus olhos e olhar dentro da casa.

– Oi! Me desculpe aparecer do nada, Nanami está?  – ele fala com uma voz grossa e agradável.

– Ó pai! É pra você!

O loiro aparece na sala e olha para o homem grande, parecendo o reconhecer. Ele tem certa cara similar à alguém que conheço, mas não sei quem...

– Ei, Toji, você deveria estar indo para o lado oposto à esse canto da cidade. O que houve? Você não conseguiu ir visitar sua família?

– Decidi que não valia a pena quando a chuva apertou e eu fiquei embasbacado no meio da estrada com um engarrafamento infernal. Eu mal via um palmo a frente e as buzinas me estressaram – ele fala, entrando enquanto Nanami dá um passo ao lado – Desculpa incomodar, cara, de verdade, mas eu não sabia mais para onde ir e lembrei que você fica aqui algumas vezes ao mês, ai pensei "posso tentar, né". Se você não estivesse acho que eu iria a um hotel.

Não pude não pensar que seria melhor que ele realmente fosse para outro lugar sem ser minha casa, mas isso foi mais um pensamento ciumento sobre a cabana e como eu sempre odiei pessoas molhadas dentro dela.

O loiro sorri e responde:

– Que nada! Relaxe, você pode ficar aqui. Eu mesmo se dirijo na chuva recebo um alarme de morte de Yuuji.

Reviro os olhos com seu exagero e o alto dá um sorriso.

– Obrigado, Nanami. Vou chamar o Gumi, ele quis ficar no carro de tanto constrangimento.

– Justo. Fale para ele que não mordemos.

– Não todos – completei olhando para Sukuna que me levanta um dedo do meio.

Toji sai por pouco tempo e tenho vontade de me matar quando ele volta.

Seguinte, eu tento me afastar, ignorar a existência, não olhar na cara desse ser humano, mas o universo, ou qualquer força maior, me empurra diretamente pro filho da puta do Megumi Fushiguro.

Imediatamente vou ao meu quarto e chego perto da porta antes de o ouvir falando.

– Eu não mordo, não precisa fugir.

O olho incrédulo.

– Não vamos fazer isso hoje.

Fecho minha porta com força e ando em círculos pelo meu quarto.

Eu queria apenas um final de semana tranquilo onde tudo ocorresse bem e eu pudesse esfriar minha cabeça das merdas que fiz essa semana. Por que, meu Deus, eu preciso passar por tanto sofrimento?

Sento em minha cama e tento lembrar a última vez em que fiquei tão nervoso nessa casa. Nada. Eu sempre fui tranquilo.

Mas tudo bem. Eu posso ignorar isso até ele ir embora, eu acho. Não precisa ser o fim do mundo, né? Só estou cansado e com medo do que ele vai falar comigo na primeira oportunidade que tiver de me atacar pela nossa briga, acho.

Bufo e deito na cama. Que se foda, eu preciso de um descanso dessa situação toda.

Tranco a porta do quarto e ligo a tv, acabando por dar graças a deus por ter trazido meu console.

Fico alternando jogos até ouvir uma batida em minha porta, e no fundo da minha alma espero que a pessoa desista antes de ouvir outra batida após eu ignorar a primeira.

Uncover • ItafushiOnde histórias criam vida. Descubra agora