E agora?

12 2 0
                                    

Um fim de tarde
Um chão congelado
Um ninho surrado
No chão, jogado
Um ovo frágil
Outros, quebrados
E cheiro de carbono no ar.

O mato se foi
Árvores, queimadas
A nevasca começa
Asas, atrofiadas
Numa floresta solitária
Patas, torcidas
Mal podem se arrastar
E a luz a apagar.

O som cálido
Da brisa invernal
Assombra a coruja
Sob os galhos mortos
Assombra a coruja
Sob a noite gelada
Sob etérea flama
Da aurora boreal.

Nas cinzas, escuras,
Fadada à morte
A dona da noite
Agora só frágil
Não é mais rapina
É lembrança da vida
É retrato da espécie
É espelho do mundo
Sem qualquer garrida.

Poemas Totalmente DespretensiososOnde histórias criam vida. Descubra agora