Rebeca
― Posso roubar um? ― Cat me pergunta ao levar uma das caixas de brigadeiro gourmet para o carro comigo. Consegui uma encomenda de seiscentos docinhos depois que uma brasileira que mora aqui me viu na rua vendendo e ela, que vai fazer aniversário hoje, disse que não podia ficar sem comer o melhor docinho de festas brasileiro.
Eu vibrei somente com a possibilidade de fazê-los mais conhecidos, mas ao mesmo tempo que eu desejo crescer, eu temo.
E ainda tenho Cat, essa criatura que parece uma formiga e que não para de me perturbar o juízo pedindo mais.
― Não, Cat! Eu já te dei um prato com três de cada. Nessas caixas, os doces estão contados. ― Ela revira os olhos.
― Sei que tem alguns a mais. ― Claro que tem o famoso "chorinho", afinal, sou carioca da gema. ― Você é muito idiota.
Olho para ela fingindo surpresa ao ouvi-la me chamar de idiota!
― E você vai ficar gorda, enorme, barriguda. ― Ela, do jeito espalhafatoso dela, coloca a mão no peito, exagerando nos trejeitos.
― Vaca! ― Xinga-me coisa que ignoro. ― Você é ruim, sabia? Não pode desejar algo assim para uma artista.
― Então feche a boca. Vinte docinhos enquanto me esperava terminar as coisas, isso depois de um panini, é demais até para você.
Ela faz beicinho, abrindo a porta do carro.
― Ok, você me convenceu. Mas também você não pode cozinhar essas coisas tão gostosas. Isso é uma tentação para nós, pobres mortais. ― Ainda tenta me convencer.
― Você que é uma formiga, Cat. Eu, particularmente, não comi um sequer. ― Quem cozinha sabe que depois de um tempo, você não consegue nem provar.
Eu já não aguento mais ver doce na minha frente.
― Por isso que é assim magrela.
― Eu não sou magra. ― Viro de lado. ― Olha o tamanho da minha bunda!
Minha ascendência negra está bem visível no meu popozão mesmo que minha pele seja bem mais clara e meus olhos verdes.
― Uma bunda que eu queria ter, amiga. ― Cat, mesmo sendo travesti, por ter medo de agulha, nunca fez qualquer intervenção cirúrgica em seu corpo e por isso ela malha, dando ênfase aos glúteos para ver se cresce... e nada.
E ela me xingava toda vez que chegava em casa da academia.
Penso em entrar no carro quando ele tira todas as caixas das minhas mãos e se senta no banco do carona.
― Você dirige, Rebeca. Sabe que eu dirijo por necessidade, e honestamente, você dirige melhor que eu. ― Claro que eu não penso sequer duas vezes.
Pego a chave do carro e entro do lado do motorista depois que a ajudo a se acomodar no banco do carona com algumas caixas nas mãos e outras espalhadas pelo banco traseiro.
Acelero o carro sentindo o motor. Não posso considerar um carro excepcional, mas amo estar diante do volante.
Adoro dirigir.
E como a louca que sou, sem carteira, saio em disparada pelas ruas de Palermo, sentindo o prazer que é estar guiando um carro.
― Minha nossa senhora dos gays bonZINHOSSSSSS ― Cat termina gritando assim que eu pego a avenida principal. Não passo dos limites de velocidade, mas aqui, as pistas valem a pena e eu acelero ao máximo mesmo com fluxo moderado de carros. ― AMIGAAAAA.
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Simplesmente, minha (Traídos - Livro 1) Retirando
Любовные романыLivro Dark. Contém cenas de violência, sexo, drogas e outras coisas que podem ser consideradas gatilhos. Não recomendado para maiores de 18 anos. Livro para diversão e entretenimento. Sinopse: Rebeca só sonhava em estudar, cursar uma universidade e...