To win a war II

3

Billy.

Chloe traz Fred de volta, ela se mantém em silêncio o tempo todo, não olha na direção de ninguém enquanto coloca os ossos dele no lugar. O som que faz é perturbador, como madeira estalando em uma fogueira. Depois que ela termina, ela sobe para o segundo andar, dizendo que precisa tomar um banho. Eu subo ao encontro dela, minutos depois.

A porta do banheiro está fechada, mas a do quarto de Steve está aberta. Quer dizer, o quarto de Chloe. Esse lugar não pertence a ele. Bom, não no mundo invertido.

-Henderson? -Eu chamo por ela, bato na porta devagar, duas vezes. Ela não responde. Ouço ela lá dentro, os soluços abafados. O barulho dela chorando me corta ao meio. O que aquele idiota do Peter fez? O que ele disse? Eu me sento na cama, encarando a porta. Afasto os cachos que estão caindo nos meus olhos. Preciso cortar o cabelo.

Olho o quarto ao redor enquanto ela não sai. Não sei se ela realmente está tomando banho ou se só está chorando. Tenho minha resposta alguns minutos depois, quando ela sai com os cabelos molhados e o corpo enrolado em uma toalha. Ela ainda está chorando.

-O que foi? -Chloe me pergunta, soando rude. -Você pode me dar licença? Preciso me trocar.

-O que aconteceu? -Eu a respondo com outra pergunta. -O que ele te disse?

-Nada.

-Você está chorando, Henderson. -Estico meu braço em sua direção, ela aceita minha mão e anda até onde eu estou, na cama. Chloe para exatamente no meio das minhas pernas. Eu sinto o cheiro de sabonete em sua pele, vejo as gotas de água escorrendo pelas coxas.

Acho que estou ficando louco.

-O Peter me disse que ele manipulou tudo para conseguir me ter aqui. Isso quer dizer que tudo o que eu vivi com o Steve foi mentira. -Ela murmura, brincando com os dedos da minha mão, que ela ainda segura.

-Não, não foi mentira, Henderson. -Eu levanto o rosto dela com a outra mão, fazendo ela olhar para mim. -Ele ama você. Vocês se casaram! Não tem como uma coisa dessas ser mentira.

-O Peter o manipulou, não tem como ser real. -Ela retruca.

-Foi real. É real. -Eu respondo. -Eu ouvi você falando com ele durante os sonhos, ele pode não se lembrar do que aconteceu antes, mas ele sabe de você, ele tem você nos sonhos e ele gosta disso, Henderson. É claro que ele gosta.

-Então por que ele não procura a caixa?

-Eu não sei. -Suspiro. -Talvez ele não faça ideia de onde começar a procurar.

-Mas eu sempre digo a ele onde achar a caixa. Quer dizer, eu o procuro pela manhã e ele nunca vai até onde a caixa está. Ele nunca procura onde eu disse. Além de que ele nunca disse a Robin sobre os sonhos. Talvez ele não se lembre de nada.

-Ou talvez ele não quis contar.

-Ele confia na Robin, ele contaria.

-Você contaria se estivesse sonhando que transa com uma garota toda noite?

-Você acha que ele tem vergonha de mim? -Os olhos dela se arregalam. -Nossa, é claro que ele tem vergonha. É por isso que ele não conta!

-Ele não tem vergonha de você, Henderson. Você é gata demais para ele.

-Você acha? -Ela sussurra, tira os cachos que voltam a cair na minha testa. -Precisamos cortar o seu cabelo.

-Sim. -Eu digo. -Para as duas coisas.

Ela sorri, as bochechas ficam vermelhas. Eu me estico um pouco, em sua direção. Ela está tão perto. Toco a parte de trás da perna de Chloe com uma das minhas mãos, subindo devagar até alcançar sua bunda. Ela suspira, deita o rosto em minha direção.