To win a war II

25

Chloe.

Chegamos na caverna suados e sem fôlego.

-De quem foi a ideia de correr até aqui? -Robin pergunta, apoiando as mãos nos joelhos.

-Do Dustin. -Eu respondo, parando ao lado dela.

Steve me passa o cantil de água, eu tomo um gole antes de o passar para Robin.

Dustin sequer nos da atenção. Ele vai até a entrada da caverna, tentando empurrar a pedra que a cobre.

-Será que ele sabe que não tem força para isso? -Billy pergunta em um sussurro alto.

-Acho que ele pensa que é tipo um super herói. -Eu respondo, rindo.

Nossas risadas cessam quando ouvimos um bocejo. Procuro ao meu redor, olho por entre as árvores, até para o céu.

-Não é uma pessoa de verdade. -Steve diz no meu ouvido.

-Ah, bonitinho. -A voz ri. -Eu sou de verdade, você só não pode me ver.

Um vento nos cerca, agitando os cabelos de Steve. Ele segura minha mão com força, mas elas são separadas, como se tivesse uma coisa puxando nossos pulsos.

-Temos a resposta para o enigma. -Dustin grita.

-Enigma? Eu não me lembro de nenhum enigma. -Ela gargalha. -Talvez esse rostinho bonito possa refrescar minha memória.

Steve olha para mim, então respira fundo antes de começar a falar.

-Você me tem hoje e amanhã você me terá ainda mais. Conforme o tempo passa, eu não sou nada fácil de guardar. Não ocupo nenhum espaço, mas estou sempre num único lugar. Eu sou o que você viu, não o que você vê. -Ele recita. -Você nos deu esse enigma, lembra? Temos a resposta.

-Ah. -A voz fica mais alta, como se estivesse se aproximando. -Acho que eu me lembro.

-Eu me lembro. -Steve ri, baixinho. -Como eu poderia me esquecer do nosso breve encontro?

Ele está usando todo seu charme. Dando seu melhor sorriso para o ar, para uma coisa que não está aqui de verdade, mas que pode ser fatal.

Ouço risadinhas. Essa coisa está dando risadinhas para o meu marido. Eu tento não revirar os olhos.

-Então, você tem a resposta para o enigma?

-Tenho. -Steve sorri. -É a memória.

A pedra da entrada da caverna começa a se mover. Dustin dá um passo para trás.

-Puta que pariu. -Robin sussurra, ao meu lado. Ela raspa os dedos da mão no meu pulso, um leve toque.

-Isso é sinistro. -Billy murmura atrás de mim.

-Posso entrar? -Steve pergunta para a voz.

-Não! -Ela grita, meu ouvido dói. -Não. -Ela se corrige, dando risadinhas. -Homens não são bem vindos na caverna. -Ela diz. -Apenas garotas.

Robin toca minha mão, eu entrelaço meus dedos aos dela. Dou um passo a frente. 

-Não. -Billy diz. -Nada feito, nós vamos entrar. Você disse que era só adivinhar a porra da charada e foi o que nós fizemos.