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Steve.

Já passa de meia noite. Dustin me ligou há menos de dez minutos, falando sobre olhar no chão da locadora e do Arcade e depois que ele falou sobre isso, eu não consegui parar de pensar sobre.

Troquei de roupa e peguei as chaves do carro. Assim que sai de casa, o vento gelado me atingiu e voltei para buscar um casaco. O noticiário disse que teria uma tempestade essa noite e acho que ela finalmente está chegando.

Entro no carro e vou direto para o Family Video. Ainda tenho a chave, guardada dentro do porta luvas do meu carro. Pego ela e uma lanterna.

A chuva finalmente começou a cair, fina e gelada, visto o casaco no curto caminho até a porta. A fechadura parece enferrujada e levemente torta, como se alguém tivesse tentado entrar ali. Eu enfio a chave, torcendo para a tranca girar, mas talvez eu seja uma piada para o Universo. A porta não abre.

Volto para o carro, abro o porta malas e pego meu taco de baseball. O bom e velho taco. Não penso antes de simplesmente quebrar o vidro de baixo da porta.

Eu torno o Universo parte da piada.

Acabo me contorcendo todo para passar pelo buraco, um caco de vidro que ficou preso na moldura da porta acaba rasgando a manga da minha jaqueta. Sinto um leve ardor na pele e é o único sinal que eu tenho de que o corte ultrapassou o tecido, mas não deixo isso me parar.

A locadora está completamente escura e cheira levemente a mofo. Não faz tanto tempo assim, mas a cidade ficou destruída, uma infiltração parece uma coisa pequena comparada com todos os outros estragos.

-Merda. -Eu resmungo, quando a lanterna demora para acender.

Dou um leve tapa no fundo dela e a luz se acende. Chego até os interruptores, mas não tem energia. Sigo direto para a sala das fitas. O único lugar que tem piso de madeira aqui, o único lugar que poderia ter uma tábua solta.

Apoio a lanterna de forma a iluminar o chão e me coloco de joelhos, tateando até encontrar algo. Parece uma perda de tempo e talvez realmente seja, mas insisto em continuar. Já passei a mão ao longo de todo o cômodo quando resolvo pegar a lanterna e olhar mais detalhadamente. É quando eu vejo um pequeno X riscado no canto de uma das tábuas.

Xeque-mate, Universo.

Seguro a lanterna com a boca enquanto enfio a unha em um dos cantos, tentando puxar a tábua. Ela se solta do chão, parece pular nas minhas mãos, agradecendo por estar finalmente livre.

Quando eu ilumino o buraco, quase dou um grito de felicidade.

A caixa.

A maldita caixa!

Eu a pego em minhas mãos, ainda segurando a lanterna com a boca. Quero abrir, quero sentar no chão e me deliciar com as memórias que vou encontrar aqui, mas prefiro fazer isso dentro do meu carro.

Coloco a tábua de volta no lugar e tiro a lanterna da boca. Finalmente, alívio. Assim que me levanto, segurando a caixa firmemente com uma das mãos, vejo algo brilhando em cima de uma das prateleiras mais altas. Jogo a luz da lanterna naquela direção mais uma vez e vejo o mesmo brilho. Fico na ponta dos pés, enfio a caixa debaixo do braço e seguro a lanterna com a mesma mão. A outra, uso para tatear a prateleira.

To win a war II Onde histórias criam vida. Descubra agora