Tic Tac

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Ontem eu era chuva,
Hoje sou uma lágrima,
Ontem eu era a lua,
Um história encantada.

Ontem eu era o relógio,
A ampulheta e as regras.
O tic tac na sua carteira,
O beijo roubado na festa.
Ontem eu era o amor da sua vida,
Mas hoje não mais interessa.

Ontem eu era o menino que você amou,
E ontem mesmo não mais sou.
Ontem eu era eu.
E eu não sabia quem era,
Não fazia parte da história,
Nem mesmo estava criando ela,
Ontem e depois de ontem e o antes de ontem,
Eu era a ação do tempo e estava com pressa.

Hoje eu sou poesia,
Hoje eu sou uma mulher,
Amanhã, quem sabe na agonia,
Eu tenha dúvida, pois é.

Por ser quem eu sou,
Por não saber quem serei,
Por quem eu fui e deixei ser,
Por me sentir várias versões de mim,
E nenhuma delas caber...

No romântico incurável,
Na vaidosa e paranóica,
No brutamonte descontrolado,
Na doce e carinhosa,
Em um pessoa que tem tantos lados,
E que não sabe dizer as horas.

Por que a dois segundos atrás,
Um minuto e meio,
Um dedo sobre o aparelho,
Escrevendo sobre a vida,
Se tornando esse conceito,
Que eu sou uma metamorfose ambulante,
E ontem, eu me livrei do medo.

Tic-tac...
Agora sou teu refresco.

Meia Unidade de Sol, Lar e IdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora