41 - Dependência.

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"Você se via tão pequena, e eu te via sempre tão grande, tão intensa, e claro que jamais deixaria meu lado exagerado ficar calado, é por isso que te mostrei o quão extraordinária era e o quão poderia ser mais e mais, o problema é que me culpei cada dia por isso, porque querendo ou não, acabei virando seu suporte de autoconfiança, e minha intenção era que você conseguisse se enxergar sem mim, longe de mim, mas acabei virando seu lugar de autodestruição."




Dependência.

Nos machucamos esse tempo todo, me cortei com sua pele, te fiz sangrar com a minha, e eu sabia que tínhamos as mesmas e melhores intenções, mas algo não estava no lugar, não estava certo, passávamos tempo demais remando por uma coisa que quebrou lá atrás, em algum detalhe desconhecido e muito importante.
Por que somos assim? Damos nosso máximo quando precisamos de algo, e depois que temos, ele fica fútil, sem graça, fazendo o maior amor do mundo morrer de pouco em pouco, lentamente, sem pressa, cheio de sentimentos, espinhos e uma dor inacabável. Seria mais fácil se você estivesse aqui, em dias como esse só queria brigadeiro, beijos, cafuné, e só tenho recebido vazio, saudade, doses viradas, porque passei a madrugada tentando esquecer, te esquecer.
Não posso voltar, você não vai voltar, sempre fomos orgulhosas demais, perdão não cura, arrependimento não muda nada, mas sempre bate falta de você chegando aqui em casa, seus olhos escuros irresistíveis, seu sorriso seguido de uma reprovação com a cabeça, uma piada sem graça escapando de minha boca, enquanto eu penso que mesmo com toda insegurança, ali, só em meus braços, ela sabia que era única, extraordinária, e a culpa era toda, totalmente minha.


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