21 - Sua.

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"Virei sua refém. Não sei se isso é super positivo, mas se você vem com uma corda para cima de mim, meu bem, minha cabeça vai além. Sempre me teve na palma da mão, e sabendo disso, vivia com aquele sorrisinho convencido nos lábios, um daqueles bem irritantes, sabe? Que me deixava furiosa, tão furiosa, que até acabava subindo pelas paredes. Como que eu poderia resistir? Olha aquela mulher, aquela mulher perfeitamente alinhada, perfeitamente feita para mim, dizendo:  Vem aqui em casa hoje.
Como posso não me jogar aos seus pés? Ainda mais quando mandava, mandava e me domava, domava como nunca ninguém domou antes. Eu era sua, totalmente sua, de carne e osso."

Sua.

O final de semana se passou, e minha mente ficou por lá, ainda tenho pensado na gente, me arrepiado ao lembrar dos nossos mistos de emoções, quando lembro do teu olhar, sinto a mesma pontada. A mesma pontada do início, só que, agora, aumenta mais, e quer mesmo saber o porquê disso? Bom, não está óbvio? Quando te conheci, senti aquela pontada, fiquei em êxtase em saber, em decorar tuas manias, teus jeitos, ouvir tuas histórias, e agora tenho êxtase em saber que te conheço ainda mais, que nossa conexão se aflorou, que nossa companhia se tornou confortável até na hora em que você me pede para ir rápido, e eu não aguento com teus gemidos. Nossas noites são quentes mesmo nesse inverno rigoroso, a gente se esquenta beijando, se amando de uma forma carnal e emocional.
Ainda estou presa na nossa última transa. Ainda estou presa nos detalhes sinceros, nos segundos infinitos, no beijo desajeitado por conta do fôlego, no sentimento forte, na pegada selvagem, na necessidade nítida, explícita nos olhos, nos lábios, no sorrisinho, na velocidade da vontade, em cada toque que me fez ficar totalmente entregue, sentindo que eu pertencia a algum lugar, sentindo que eu era sua. Nunca imaginei que pudesse apreciar tanto essa forma de amor, gostar tanto, mas você se tornou uma das minhas coisas favoritas, sem dúvidas, e pelada não é diferente, é mais poesia ainda, é a arte que meus olhos sempre procuraram, é você me dizendo tantas coisas em silêncio, é eu te conhecendo de milhares de formas, jeitos, é eu entendendo que mesmo sem roupa, ainda não se pode enxergar o que tu és.
Uma imensidão indecifrável como o céu? Te olho e não consigo desvendar, mas sinto, gosto, tenho vontade de provar, e cada vez mais me encanto, cada vez mais quero, minhas pupilas dilatam, sinto um prazer, um tesão enorme em dividir minha vida contigo, em te ter em meus braços, o rosto no meu peito, sua mão na minha, e claro, quando sei que você é tão livre, tão sua, e ainda consigo te fazer minha. Sua obediência, seu jeito afrontoso, essa sua marra toda me deixa amarrada, querendo sonhar sonhos possíveis, impossíveis e os mais malucos, querendo me aventurar a vida toda na gente, em você, na sua casa, na minha, na nossa, me afundar nesse mar profundo que você tem, nesse seu universo, e nos seus lábios rosados, molhados, que me fazem deslizar e esquecer o mundo facilmente.

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