Lucas
Fazer uma graduação nunca foi algo que eu planejei e ter que ingressar em uma universidade foi uma exigência de Mauricio Ambrose, mais conhecido como meu pai.
Foi dele que partiram as ameaças de tirar todos os meus cartões, carros e todas as outras regalias que nosso sobrenome e dinheiro poderiam proporcionar. Eu tentei apelar para o bom senso dele, mas falhei, tentei implorar para minha mãe, que sempre ficava ao meu favor, mas ela preferiu manter silêncio, silêncio esse que eu vi como apoio ao meu pai.
E assim aqui estou eu, no meu primeiro dia na Universidade Cornell, ao menos eu pude escolher onde estudar, essa é uma das melhores universidades do estado, mesmo sabendo que entrei porque meus pais praticamente compraram minha admissão, mas isso não me incomoda em nada. Eu sei que sou um dos poucos jovens de Nova York herdeiro de uma grande fortuna, e para que todo esse dinheiro, se não para comprar o que eu preciso?
Se o dinheiro não era o suficiente, o sobrenome é. Para os Ambrose sempre foi tudo mais fácil. Eu podia ter qualquer garota, funcionário, qualquer coisa que eu quisesse eu sempre tive.
Eu me recusei a morar no alojamento da Universidade, tudo bem estudar o que eu nem queria, eu até posso fazer o que meu pai praticamente ordenou que fosse vir para esse lugar horrível todos os dias assistir aula, mas morar num lugar desses seria sacrifício demais, então negociei com ele e vou morar em uma cobertura em Manhattan que é perto de onde vou estudar perto do Upper West Side que é onde mora maioria dos meus amigos. Além disso, o lugar é um dos mais antigos hotéis da minha família, ou seja, fácil acesso para levar todas as universitárias gatas com quem eu vou passar a noite.
O que mais tem me empolgado nessa vida de universitário é saber que eu vou ter uma lista de gatinhas universitárias para escolher. Uma cobertura muito próxima para levá-las, só falta decidir qual carro usar para impressioná-las, talvez eu peça para o Jordel dirigir para mim, pois na maioria do tempo estou bêbado e com preguiça, mas um bom carro é como uma chave para abrir as pernas de uma linda mulher.
Andando pelo campus percebo um padrão de mulheres, todas muito bem vestidas com grifes, algumas não usam grifes, não devo esquecer que têm muitas bolsistas por aqui. O meu primeiro passo foi procurar alguma atividade extracurricular para me inscrever já que ficar sem camisa pelo campus era um dos meus planos. Resolvi me inscrever para rugby, que é um esporte que eu até gosto e atrai bastante a atenção do meu principal objetivo. As garotas.
Agora tenho que pensar em não decepcionar mais os meus pais ou vou ficar sem dinheiro, então me inscrevi também em algumas aulas de economia e administração, mas como não sou de ferro resolvi me inscrever em sigilo na aula de produção de cinema que era um dos meus sonhos secretos, trabalhar produzindo filmes. É claro que isso nunca seria aprovado pelos Ambrose, mas eles nem precisam saber disso.
Enquanto estou na fila para finalizar a inscrição em produção de cinema avisto uma morena com a pele brilhante e lindos olhos cor de mel embaralhada com suas malas e bolsas, observo o quanto o sorriso dela é bonito e como ela é diferente de todas as outras garotas que eu vi por aqui hoje. Ela não usa nenhum tipo de grife ou roupas elegantes, não que estivesse mal vestida, longe disso. Mas ela usa apenas um vestido azul de alças e uma bota preta, uma maquiagem muito leve, leve demais comparada as outras garotas que vi por aqui, mas não importa, pois ela é realmente linda assim e seus cabelos ondulados estão soltos ao vento, algumas mechas rebeldes caem sobre seu rosto... Linda. Rapidamente saio do meu transe.
Ofereço a ela meu lugar na fila. Percebo que ela está meio enrolada com suas malas.
- Oi. Vem, entra aqui na minha frente acho que você está um pouco perdida. Abro um leve sorriso.
- Olá!– Ela fala um pouco espantada, tenho certeza que sou a primeira pessoa que falo com ela desde o momento que ela chegou. - Sou a Lisa, prazer – me estende a mão. – Ainda estou meio perdida por aqui. Essa é a fila de inscrição para produção de cinema?
- Não, aqui é para o rugby, produção de cinema é do outro lado do campus. – aponto.
Ela pareceu confusa e desesperada ao mesmo tempo.
- Hã? Diz. E eu caio na gargalhada.
- Estou brincando, Lisa. É aqui mesmo, aliás, eu sou o Lucas. - Continuo rindo.
Noto quando a tensão e preocupação saem dos seus ombros, e então ela fala.
- Você me pegou com essa. - Ela sorri.
Eu não peguei como eu queria, mas ao menos a fiz sorrir. —Quem perde tempo é relógio, não eu. — Penso comigo mesmo.
- É só para descontrair, relaxa. Vai dar tudo certo.
- Eu sei que sim, obrigada. Eu era de LA, vim para cá apenas para estudar, estou em adaptação.
- Eu adoro Los Angeles, mas não vou lá á um tempo, sempre que vou fico nos hotéis Ambrose.
- São hotéis muito famosos por lá, mas não gosto muito do lugar é sempre cheio de gente de nariz empinado que acham que são os donos do mundo.
- Você acha? – Pergunto curioso.
- Eu tenho certeza. – ela sorri de forma gentil.
A minha curiosidade fala mais alto, quero saber o que mais ela tem a falar aproveitar que ela ainda não sabe quem eu sou.
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Três Mundos e Outras Coisas
RomanceSer um playboy nunca foi uma tarefa difícil para Lucas, ele viveu seus dezenove anos sendo assim. Afinal filho de pais milionários e ocupados não restava alternativa ao garoto se não usufruir do dinheiro que a família possuía, até que na faculdade e...