Desentendido

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Mais tarde naquele mesmo dia, Travis decide ligar para seu pai, no intervalo entre uma aula e outra.

-Alô, pai, eu queria saber se posso sair amanhã com uns amigos?

-Seu parasita! Não fez a oração matinal, não arrumou o quarto, não para de sair com os amiguinhos, que merda você está escondendo de mim?!? Quer ir para o inferno seu filho do capeta!?

-Me desculpe pai... E-eu acordei atrasado.- O garoto sentia calafrios

-Fod4-se, que chegasse no colégio atrasado! Quando você chegar em casa vai ter o que merece sua praga inútil. Quer saber? Saia com seus amigos, mas não será de graça!- O homem grita, pouco antes de desligar a chamada. O garoto anda pelo corredor, em direção a sala de aula sentindo um conjunto de medo, stress e ansiedade.

-Oi Travis, você parece nervoso, o que houve?- Sal fala com o garoto, que num momento delicado responde de forma rude.

-Não é do seu interesse aberração! Não encha meu saco! Tenho problemas maiores para lidar, e você vem encher meu saco? Caí fora!- Ele grita. Sally o olha, com uma expressão repleta de mágoa.

-Eu... pensei que você era melhor que isso, Trav...- Sal fala, mas sai rapidamente antes que Travis possa reponde-lo.

Sal pega sua mochila, e se dirige a saída da escola, no caminho ele se encontra com Larry:

-Eaí carinha? O que foi?- Ele diz preocupado.

-Agora não Larry- Sal segue andando, ele anda até chegar em casa, seu pai estava no trabalho então o garoto fica sozinho no apartamento. Lágrimas salgadas e dolorosas escorriam pelo seu rosto enquanto ele tirava a prótese, ele se olha no espelho do banheiro.

-Porque? Porque sou essa merda de aberração?!? Eu sou um monstro! Minha mãe morreu por minha culpa! Eu não devia ter nascido! E-eu não...- Sua voz falhava, ele limpa o rosto com as mãos e volta a se encarar.

Sal pega a tesoura na pia do banheiro, em poucos segundos suas mãos sangravam, e seus cabelos estavam curtos, as marias-chiquinhas se desfizeram ao caírem na cerâmica gelada. Sal ainda encarava a si mesmo.

-Não sou uma menininha chorona... Eu não sou...- Ele gaguejava enquanto voltava a chorar, ele tentava usar as mãos para limpar o rosto, mas se sujava ainda mais, porém com sangue- E-eu já devia saber q-que o Travis é um bully! Porque eu sou assim?... Idiota e inocente?- Ele se senta no piso frio, abraçando os joelhos, o pobre garoto chora até dormir, enquanto isso...


[PAUSADA] Deus não lhe punirá apenas por amar - Salvis/Sal X TravisOnde histórias criam vida. Descubra agora