Capítulo XXXV

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Eu só queria poder reescrever a minha história. Queria poder mudar cada passo errado que eu dei. Recomeçar do ponto onde as coisas começaram a dar errado e tomar o caminho certo.

Mas isso me levaria pra um lugar diferente, pra pessoas diferentes. Isso me levaria pra uma vida na qual eu não teria conhecido o Eddie.

Se eu pudesse reescrever minha história, será que eu realmente teria coragem de abrir mão de uma coisa tão boa que toda essa loucura trouxe?

-Você tá muito pensativa. - eu estava deitada no peito de Eddie enquanto ele acariciava meu braço - Tá tudo bem?

-Eu só tô pensando que... - levantei meu tronco encarando Eddie, que me olhava sério - Se as coisas na minha vida tivessem sido diferentes... melhores... eu não estaria aqui com você.

-Isso é algo bom ou ruim? - ele passou a mão pelos meus cabelos

-Não sei. Eu não iria querer abrir mão do que eu tenho aqui, mas... E se eu pudesse ter os dois?

-Como assim? - ele colocou um braço atrás da cabeça, atento ao que eu dizia.

-E se eu pudesse fazer as coisas diferentes, mas de alguma forma chegar aqui, com você.

-Sabe o que acho? Você vai enlouquecer se ficar pensando nas coisas que poderiam ter acontecido. Isso vai te ajudar em quê?

Isso iria me ajudar a não ter que abrir mão dele agora. Eu estaria bem, não faria mal a ele nem a mim. Tudo seria diferente.

-Lis? - ele deve ter percebido que alguma coisa não tá certa. Eddie me colocou deitada novamente, e se debruçou sobre mim, colocando uma mão na minha bochecha - Tá acontecendo alguma coisa?

-Eu te amo, Eddie. - dei um sorriso, e passei meus dedos em seu rosto - E é por isso que eu não posso ficar com você. Não agora.

-O que? - ele riu, como se esperasse que eu estivesse brincando - Como assim, Lis? Do que você tá falando?

-Eu preciso ficar sozinha agora Eddie. Preciso fazer isso por mim e...

-Eu posso te ajudar Lis! Você sabe disso. - ele se sentou na cama - Eu posso te dar qualquer coisa que você precisar.

-Então me dá um tempo pra mim, Eddie. - eu me sentei também, puxando o lençol fino sobre meus seios - É só isso o que eu preciso de você agora.

-Só? - ele riu, debochado.

-Você acha que é fácil? Acha que eu não quero só poder correr pra você sempre que eu precisar?

-Então por que não faz isso?

-Porque eu não posso! - aumentei um pouco o tom da voz sem perceber. Respirei fundo, e abaixei a voz novamente - Existem coisas... eu preciso aprender a contar só comigo, Eddie. Eu não posso só viver esperando por alguém pra me salvar.

Eddie abaixou a cabeça, e eu peguei a sua mão. Ele envolveu minha mão pequena entre as suas grandes e cheias de anéis.

-Eu preciso fazer isso por mim e por você. Tenho que aprender a ser suficiente sozinha. Não posso simplesmente jogar tudo pra você e esperar que você sempre resolva.

-Eu nunca reclamei de nada... - ele ainda estava com a cabeça baixa, como uma criança emburrada.

-Eddie...

-Tá tudo bem. - ele balançou a cabeça, e voltou a me olhar - Eu prometi uma vez, não foi? Sempre faria o que fosse preciso pra você ficar bem. Eu não entendo por que eu não posso cuidar de você, mas...

-Não é isso Eddie.

Me aproximei mais dele, sentando em seu colo. Ele me abraçou e encostou nossas testas.

-Você pode cuidar de mim. Eu quero que você faça isso. Mas eu preciso ser capaz de me cuidar sozinha também, entende?

Ele ficou calado, de olhos fechados.

-Eu fiquei perdida sem você, Eddie. - coloquei minhas mãos em sua nuca, por baixo dos seus cabelos bagunçados - Eu não tinha ideia do que fazer, nem pra onde ir. Acho que em alguns momentos eu até esqueci quem eu era. Eu quis... Eu quis morrer, Eddie.

Ele abriu os olhos, e me olhou assustado. Uma lágrima desceu pelo meu rosto.

-Você me achou em um momento em que eu tava fraca, cuidou de mim, e eu fiquei dependente disso. Dependente de você. Quando eu perdi isso... Por favor, diz que você entende.

Ele balançou a cabeça, concordando e colocou uma mão no meu pescoço, acariciando minha bochecha com o polegar. Nossas testas ainda estavam coladas, e eu sentia sua respiração pesada.

-Eu só quero que você fique bem.

-Eu sei.

-Me desculpa por ter te deixado.

-Tá tudo bem Eddie. Acho que eu precisava disso.

-Eu te amo. E eu sempre vou fazer o que eu puder pra ser o que você precisa.

-Obrigada por isso, Eddie. Obrigada por tudo. - eu o abracei, sentindo o cheiro do perfume nos seus cabelos.

-Eu vou esperar por você, Lis. Se no final disso você perceber que ainda me quer... eu vou estar bem aqui te esperando.

-Edward. - me afastei um pouco dele, o encarando séria - Eu sempre vou querer você.

-Posso fazer um último pedido?

-Pode.

-Fica aqui comigo essa noite. - ele passou a mão pelo meu cabelo - Amanhã cedo as coisas vão ser diferentes, como você quer. Mas deixa eu ter você comigo só mais essa noite?

Dei um sorriso e o beijei.

-Eu tava torcendo pra você me pedir isso.

Eddie sorriu, e começou a distribuir beijinhos pelo meu pescoço até chegar no ombro.

-Eu vou sentir falta disso. - ele me colocou deitada novamente, e subiu em cima de mim - Do seu perfume... Sua pele... - afundei minhas mãos em seus cabelos enquanto ele descia seus beijos entre meus seios até a barriga - Dos seus toques, seus carinhos. - Eddie subiu novamente, me beijando - Seu beijo...

Ele sorriu e se abaixou, puxando meus joelhos para abrir minhas pernas. Ele distribuiu beijos no interior das minhas coxas enquanto as apertava. Senti seu hálito quente batendo contra a pele úmida e senti um arrepio na minha pele.

-Seu sabor... - Eddie passou a língua de baixo para cima lentamente, parando no clitóris e dando leves chupões.

-Eddie...

Soltei um gemido, agarrando ainda mais minha mão em seu cabelo, enquanto a outra apertava sua mão em minha coxa - Isso Lis... Deixa eu saber que você ainda é minha essa noite.

-Eu sempre... - minha respiração falhou por um instante. Puxei o ar, e tentei me concentrar nas palavras. - Sempre vou ser sua.

-Até quando estiver longe? - ele enfiou um dedo, e parou de me chupar, levantando a cabeça um pouco para me observar.

-Aham.

-O que? - senti mais um dedo entrando em mim, enquanto ele começou a passar o polegar da outra mão lentamente pelo meu clitóris - Eu não ouvi.

-Só sua. Sempre. Eddie...

Ele sorriu a voltou a se abaixar. Sua língua quente tocou meu clitóris, e logo ele estava me chupando intensamente.

Demorou apenas mais alguns minutos para que eu sentisse meu corpo entrando em êxtase. Apertei mais minhas pernas contra Eddie, fazendo ele intensificar seus movimentos.

-Cacete Eddie...

-Eu amo te ver assim. - ele deixou mais alguns beijos no interior da minha coxa, e voltou para cima, me encarando - Se derretendo.

-Por você. - o puxei para mais perto, cravando minha unha em sua nuca - Eu me derreto por você, só por você. Sempre.

-Promete? - ele passou os dedos pelo meu rosto - Promete que eu não vou te perder?

-Você nunca vai me perder, baby. Vou voltar pra você. Eu prometo.

Fire - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora