Capítulo VIII

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-Eddie! Me leva pra casa agora! - encarei Eddie tentando fazer minha melhor cara de brava quando ele entrou com o carro no pátio dos trailers - Como eu vou conhecer o seu tio chapada desse jeito? - ele estava ficando louco, e eu indignada - Ele vai me odiar.

-Me responde uma pergunta, e eu te levo. - Ele parou o carro, e desligou, se virando para mim enquanto eu apertava minha mochilinha em meu peito - Você prefere que meu tio te veja chapada, ou sua mãe?

Parei para pensar por um segundo. Não tenho certeza se minha mãe está em casa, mas tia Susan sim. O que acabaria sendo muito pior.

-Puta que pariu! Merda de vida. - bati a mão no painel do carro, e abri a porta para descer - Nada é do jeito que eu quero nesse inferno. Caralho.

Passamos a tarde fumando no lago e depois de dizer que estava me apaixonando por Eddie, eu disse que jamais o beijaria se ele inventasse de morder morcegos igual Ozzy. Por que caralhos eu não sei, eu inventei de dizer que estava apaixonada por ele, e queria sair daquele assunto. Então começamos uma discussão sobre morcegos serem nojentos, e isso puxou uma série de assuntos sem sentido, mas que pareciam super complexos para a minha cabeça naquele momento.

-Eddie

Cantarolei o nome de Eddie, e ele se virou. Eu estava encostada no carro, e balancei a mão lhe dando um "tchauzinho". Eddie se aproximou gargalhando e me oferecendo o braço. Segurei em seu braço, e tentei controlar meus passos até o trailer.

-Tio? - Eddie me ajudou a entrar. Eu estava um pouco pior que ele, por ter bebido mais - Chefe Munson?

-Oi Eddie. - o senhor saiu da cozinha, com uma toalha na mão.

-Tio! - Eddie foi abraça-lo, e se virou apontando em minha direção - Essa é a Lis. Annelise. - ele se corrigiu - A garota que eu falei.

"Que eu falei"? Com assim? Eddie falou sobre mim pro tio? Ai meu Deus.

-Ah, sim. Oi Lis, eu sou Wayne, é um prazer. - o tio de Eddie se aproximou me cumprimentando com um aperto de mão - Eu já vi você, não vi?

-Eu morava... lá - apontei para fora do trailer - Com minha tia Susan. A ruiva, sabe? - olhei para Eddie, e ele tinha a mão na boca segurando o riso - Aí a gente foi embora. Mas eu já vim aqui uma vez. Foi o senhor que abriu a porta pra eu entrar. O Eddie me deixou lá fora no frio.

-Ei! Eu não deixei. - Eddie saiu do lado de seu tio, e me puxou para sentar no pequeno sofá que havia ali - Eu tava ficando cheiroso pra você. Por isso demorei.

-Cheiroso pra que? Eu nem te usei! - Falei séria, e Eddie caiu na risada.

-Não usou porque não quis. Eu tava facinho pra você.

-Oh Eddie. - Wayne cruzou os braços e encarou o sobrinho - O que foi que você usaram?

-Ta tudo sob controle, tio. Relaxa. - Eddie andou até o tio - Ela vai jantar aqui hoje, beleza?

-É, não dá pra ela voltar pra casa assim. - o homem se virou, e andou até o quarto - Você apronta cada coisa Eddie...

-Ei, maluquinha. - Eddie se ajoelhou em minha frente - Caralho, você tá muito doida. - ele começou a rir, e então caiu sentado.

-Você também! - desci do sofá, ficando no chão ao lado de Eddie - Só que você é drogado velho de guerra, e sabe se segurar. Eu não. - encostei a cabeça no peito de Eddie e comecei a rir. - Eu sou uma princesa!

-Puta que pariu cara. Por que você é assim tão maravilhosa? - ele passou a mão pelo meu cabelo, e eu comecei a fechar os olhos, sentindo que poderia dormir ali mesmo.

Fire - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora