Capítulo IX - Sem escapatória

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Parecia que eu estava vivendo um pesadelo. Ter Harry aí na minha frente, eu entre ele e a porta, me fez voltar naquela época em que ele batia na parede e dizia que era para não socar a minha cara. Eu me lembro do medo e o pânico que eu sentia quando ele fazia isso.

- Um ano e três meses se passaram desde que fugiste de mim. - Harry estava tão perto de mim que eu podia sentir sua respiração. - Eu nunca parei de procurar por você, Lu. - Ele fixava o meu olhar. - Você me privou de tantas coisas. Seu corpo é um deles, e eu senti tantas saudades dele.

Quando ele me puxa para si e começa a beijar o meu pescoço, o medo de mais uma vez ser estuprada por ele despertou em mim desespero e aflição. Ouço Harry gemer de dor assim que meu joelho bate no meio das suas pernas. Não sei de onde eu tirei coragem para fazer aquilo, mas aproveito o momento para abrir a porta e sair correndo daí para fora.

- Bryan? Bryan, me ajuda. - Grito por ele, mas assim que abro a porta de seu quarto, ele não estava lá.

Desço apressada as escadas fugindo do servo do Diabo atrás de mim. Tudo o que eu queria era chegar em um lugar seguro. Não queria voltar a ser vítima do homem que eu tanto amei. Harry me seguia despreocupado e calmo demais, e essa calma me deixou mais temerosa. O que ele estava planejando?

- Tranquei tudo! - Harry me avisa assim que eu tentava abrir a porta principal da casa. - Dessa vez você não escapará de mim.

Um arrepio percorre meu corpo ao ouvir suas últimas palavras. Que boba eu fui por pensar que ele me deixaria em paz.

- Bryaaan? - Chamo por ele mais uma vez. Lágrimas já caiam de meus olhos. - Onde você está? Bryaaaaaan?

- Por acaso esse é o Bryan a quem tanto chamas? - Harry acende as luzes ao terminar sua frase.

Olho ao redor e vejo Bryan amordaçado e amarrado com fita-cola em uma cadeira. Meu coração falha uma batida.

- Bryan? - Corro até ele e o examino preocupada. Ele estava inconsciente. - O que você fez com ele?

- Por enquanto só um pouco de clorofórmio! - Fala indiferente ao estado inanimado de Bryan. - Mas ele receberá sua punição por ter ousado tocar no que é meu. - Noto a fúria no seu tom de voz.

- Deixe ele fora disso, por favor. - Peço, mas meu pedido pareceu enfurecer-lhe ainda mais. Harry me afasta de Bryan me puxando pelos cabelos.

- Me diz, Lucy. - Harry aperta mais meus fios de cabelo entre seus dedos. - Esse não é o cara que você levou em minha casa e ainda tiveste a coragem de me dizer que é um amigo e que nunca dormiste com ele quando na verdade você estava dormindo com ele?

- Eu nunca dormi com ele. - Minto para não colocar mais lenha na fogueira. - Eu sempre fui fiel a ti, Harry. - Digo sincera. Realmente nunca trai-o.

- Que mentirosa! - Harry fala com desprezo. - Eu vos vi. Vi como ele te beijava e como você correspondia. - Havia magoa e irritação no seu semblante. - E se você não se importou por ele estar em sua cama quando achaste que eu era ele, é porque você tem dado para ele.

- Harry...

- Quando eu te disse que se eu não quisesse, você nunca seria de outro homem, eu não estava brincando, Lu. - Sua voz soou ameaçadora. - Mas mesmo assim, você levou ele para sua cama, sua imoral. - Seu olhar sombrio me fez engolir em seco. - Ele usou o que era somente meu.

Harry me joga no chão como se eu fosse um mero objeto. Sinto uma pitada de dor quando meu corpo bateu no chão frio. Ele pega a fita-cola por cima da mesa de centro e vem até mim. Eu dou-lhe um chute e tento me levantar, mas ele puxa meu pé e me imobiliza no chão. Me debato sob ele, mas sem chances de escapatória. Depois de me atar os pés e as mãos, ele me põe de joelhos, e sai em direção a cozinha.

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Olá, querido (a) leitor (a)👋😃
Amanhã postarei os dois últimos capítulos e concluirei o livro com o epílogo. Desde já, te agradeço por teres me acompanhado até aqui😇.

Te desejo um ótimo final de semana!😘

O amor que me prendeuOnde histórias criam vida. Descubra agora