Apesar de já estarem no outono, como esperado da Geórgia, o calor era insuportável, isso levou Beth e as crianças à área dos fundos, onde podiam apreciar a escassa brisa, uma vez que não tinham combustível o bastante para manter o gerador ligado durante o dia para refrigerar a casa.
Ela estava se divertindo com o entusiasmo de Sophia por matemática enquanto Carl reclamava da inutilidade em aprender equações. Gostava de crianças e achava que, se os mortos não tivessem se erguido, poderia ingressar na área educacional. Talvez professora de música para pequenos. Mas esse era um pensamento perigoso, sonhos e esperanças eram a última coisa que Beth precisava nesse novo mundo.
Beth estava tão absorta que o estrondo da voz de Shane a fez pular em seu assento. Ela viu o policial marchando em direção à casa com uma arma na mão e uma bolsa nas costas. Alguns integrantes do grupo de Atlanta vinham em seu encalço tentando pará-lo.
Por um instante a loira temeu que fosse assumir o controle da fazenda a força e expulsar a família Greene ou coisa pior, mas assim que notou a expressão culpada de Glenn ela soube o que estava acontecendo.
Beth se colocou de pé com pressa, mas antes que pudesse dar um passo, Maggie já estava descendo os degraus para encarar Walsh com toda a fúria de um animal que tem seu território ameaçado.
— Se derrubar os caminhantes do celeiro meu pai vai expulsar vocês antes de anoitecer. — Ela gritou para chamar a atenção de Shane. Relanceou para Glenn por apenas um instante e o rapaz se encolheu sob o olhar fulminante.
O policial bufou como um touro prestes a atacar, maxilar travado e veias saltadas no pescoço e antebraços, como se mal pudesse conter a vontade de erguer a arma em sua destra.
— Nossa alternativa é correr o risco de sermos mortos pelos bichinhos de estimação dele? — Cuspiu de volta para Maggie, gritando tão perto de seu rosto que Glenn se adiantou em ficar entre eles, afastando o policial. Para mérito da Greene mais velha, ela não recuou perante a hostilidade.
Beth não segurou sua raiva e instinto protetor quando parou ao lado da irmã, encarando o mais alto sem medir as consequências de desafiar um homem armado naquele estado de fúria.
Em um instante Lori surgiu às suas costas sem entender sobre o que estavam discutindo — ela provavelmente estava dentro da casa, ajudando Patrícia quando Glenn contou ao resto do grupo.
— O que está acontecendo, Shane? — A atenção dele estava completamente focada na mulher mais velha, como se Maggie e Beth sequer estivessem ali.
Andrea surgiu exasperada de dentro da casa e correu até seu grupo tentando descobrir o que se passava ali e a adolescente soltou um suspiro de alívio por Daryl não ter feito o mesmo.
— Nosso anfitrião está guardando caminhantes naquele celeiro. — A raiva ainda estava lá, mas a diferença era nítida, enquanto Walsh mal podia se conter frente as garotas Greene, parecia mais submisso frente a Lori, como se precisasse do apoio dela na discussão.
As sobrancelhas da esposa de Rick se curvaram de confusão enquanto ela decidia se deveria rir da afirmação ridícula.
— Não pode ser, Hershel não faria... — Então seus olhos incrédulos se voltaram para a expressão defensiva das irmãs Greene e ela não precisou da confirmação verbal. — Onde está Rick?
Shane bufou revirando os olhos em um gesto longo e desnecessário, apenas para marcar sua opinião sobre o assunto.
— No meio do mato perdendo tempo tentando a "solução diplomática". — Seu tom mudou para a chacota no fim da frase porque ele tinha visto o quão teimoso o idoso poderia ser mesmo que Rick tivesse um talento especial para implorar.
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No Plan
FanfictionDaryl havia acabado de completar dezoito anos quando o grupo de Atlanta chega à fazenda Greene. Ele só queria abandonar aquelas pessoas e encontrar seu irmão, mas seus planos mudam ao conhecer a doce e determinada Beth Greene, totalmente ingênua sob...