CAPÍTULO 1

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Se casar nunca fora um sonho para Annabeth, mas nos últimos anos vivia ouvindo de sua madrasta que ela deveria sair de sua casa e achar um marido que a aturasse, e quando a madrasta não azucrinava ela com broncas, era com humilhações, e francamente, Annabeth já estava farta de todo aquele inferno.

A temporada de casamentos em Londres iria começar em alguns dias, e haveria o casamento de seu primo (de consideração) Jason, o que seria um ótimo motivo para sair da Grécia e passar a temporada em Londres com a família Grace.

Por mais horrível que sua madrasta fosse, ela não contestou em mandar a enteada para Londres com seu dote, o que em muitas histórias as madrastas sempre davam o golpe do báu e ficavam com o dinheiro. Junto com o dote, enviou uma carta para Zeus para que zelasse nos momentos que fosse cortejada e na escolha de pretendes. Ela até parecia boazinha, mas só queria se livrar de Annabeth.

Já em Londres e devidamente instalada na casa Grace, Annabeth e Thalia estavam sendo levadas na carruagem para o baile da família Stoll.

Annabeth usava o cabelo preso com mechas loiras caídas ao lado do rosto com perfeitos cachos, vestido lilás com uma fina renda branca cima da saia, e um colar com um pequeno e discreto diamante pendia em seu pescoço. Estava linda e nada extravagante.

- Sabe Annie, lembre-se o que eu sempre dizia nas cartas, fique longe de Leo Valdez, Octavian, irmãos Stoll, e principalmente Percy Jackson- Thalia bufou ao dizer o último nome.- Esse cavalheiro, se é que pode-se dizer assim é conhecido por brincar com sentimentos das damas e destruir suas reputações.

- É claro, mas preciso que me mostre quem são esses, já que não conheço nenhum desses cavalheiros. - Annabeth riu enquanto olhava pela janela da carruagem e via ao longe as velas que iluminavam a casa que seria o baile - Não sei o que seria de mim nessa temporada sem você.

- Tem suas vantagens em ser uma solteirona, conheço bons e maus cavalheiros.

Thalia já tinha seus 24 anos e era considerada uma solteirona, o que não era um título muito bem visto, mas ela se orgulhava dele, afinal, nenhum cavalheiro havia sido digno de sua atenção.

Annabeth e Thalia eram vizinhas desde crianças, mas a família Grace se mudou para Londres há alguns anos, mas ambas nunca perderam o contato, trocavam cartas e se consideravam primas de coração.
                                    
                                      ~•~

Ao chegarem ao baile, a loira recebeu muitos olhares já que era nova na região, o que à deixou desconfortável.

- Pense pelo lado positivo, logo muitos cavalheiros vão querer conhecer você, e achará um bom pretendente.-Srta. Grace murmurou enquanto andavam pelo salão do baile.

- Tem razão.

O salão era enorme, com paredes cor champanhe, as velas deixavam o ar brochulento, e mesas juntas as paredes com petiscos e bebidas, Annabeth nunca havia ido em grandes bailes, em Atena os bailes eram simples, nada grandioso.

- Thalia, Annabeth.

- Jason! - Thalia exclamou- Achei que só viria mais tarde.

- Annabeth, me perdoe por não ter recebido a senhorita essa tarde devidamente, com meu casamento tão próximo, as coisas ficaram meio corridas- o loiro se desculpou.

- Está tudo bem, eu entendo.- Annabeth dispensou as desculpas.

- Bom, fico feliz que tenha vindo passar a temporada, irei ajudar no que for preciso.- Jason se virou para Thalia- Eu iria vir mais tarde sim, mas precisava resolver umas pendências com você e preciso que venha comigo, será rápido.

-No baile?- Thalia franziu o cenho- Sério que quer resolver coisas do casamento no baile?

-Eu nem falei que era do casamento!

- Não precisa nem dizer, sei que você e Piper estão a mil com esse casamento- a morena bufou. - Tudo bem, mas antes,- ela se virou para prima- Não aceite dançar com estranhos e cuidado com aqueles cavalheiros.- Ela arqueou a sobrancelha para Annie em um sinal de "entendeu?"

-Claro mamãe - a loira debochou.

-Que cavalheiros?- Jason questionou.

-Não é da sua conta irmãozinho.

Thalia saiu puxando Jason seja lá para onde estavam indo, e Annabeth ficou próxima as mesas de petiscos. Sentiu- se terrivelmente sozinha, passavam pessoas o tempo todo a encarando e cochichando, era terrível!
Sentiu alguém se aproximar, então virou-se.

- Boa noite senhorita- Um cavalheiro loiro chegou ao seu lado.

" Finalmente alguém para conversar " Annabeth pensou.

- Boa noite! - a loira fez uma reverência sorrindo- senhor?

- Octavian

O sorriso sumiu do rosto da garota tão rápido quanto surgiu. Thalia havia avisado ela sobre esse indivíduo, que era esnobe e só sabia falar de si, e a única pessoa que tolerava era a mãe dele.

" Que não me chame para dançar, que não me chame pra dançar..." clamou em sua mente para qualquer divindade que existisse.

- E a senhorita?

- Annabeth Chase.

A partir daquele momento a noite estava sendo uma tortura para a Chase, Octavian não parava se tagalerar e falar sobre sua família e como não fazia ideia de quem era a família Chase que provavelmente não era uma família tão importante quanto a dele. O lado bom é que não havia chamado para dançar ainda.

Annabeth só concordava e sorria para ver se ele parava de falar e toda pessoa que passava ela lançava um olhar de "socorro".

- Senhorita Chase, irei pegar uma bebida, deseja alguma coisa?

"Ótimo, momento perfeito para dar uma fuga" a garota pensou.

-Sim, uma limonada, por favor. - deu seu sorriso mais falso enquanto ele se virava.

Se virou para os lado para localizar Thalia, mas o salão já estava terrivelmente cheio, pessoa dançavam no centro, outras vagavam e conversavam, se quisesse fugir rápido teria que se cuidar para não esbarrar em ninguém.

Quando olhou para o outro lado Octavian já voltava, tão rápido que Annabeth não conseguiu fugir a tempo.

- Com licença senhorita- A loira virou o rosto e deu de cara com um cavalheiro alto, com cabelos escuros e os olhos mais lindos que ela havia visto na vida, cor verde mar, como os mares da Grécia- Está na frente dos petiscos, poderia me dar licença...

- Dançar? Claro, aceito dançar com o senhor- Annabeth falou alto o suficiente para quem estivesse ao lado escutasse, provavelmente o cavalheiro em questão acharia que ela era uma lunática.

- Perdão?- o cavalheiro indagou confuso- Eu só queria pegar os...

- Seria uma honra. - ela se virou e viu Octavin chegar, o moreno acompanhou seu olhar e viu o que ela queria evita, e entendeu o olhar desesperado que ela tinha.

- Certo.- Ele estendeu a mão- Vamos dançar senhorita.

Apaixonada Por Um Libertino Onde histórias criam vida. Descubra agora