Prólogo

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"O preço que se tem a pagar pela perfeição é alto"

O grande teatro estava cheio, o publico ansiava para o tão esperado espetáculo final.

A tenção entre os bailarinos era absurda, todos tementes pelo atraso de um de seus protagonistas.

Hoseok, um dos melhores de toda a escola, interpretaria esse ano o cisnei negro, ele ensaiou basicamente o ano todo para interpretar tal papel...

Mais a questão era: Onde ele estava?

A resposta por então, estava de baixo de seus narizes, era tão simplis, ele estava fazendo o que fazia de melhor, sentindo.

De todas as coisas que assustavam Hoseok, a adrenalina não era uma delas.

Ele amava como aquela sensação de prazer percorria seu corpo, todo êxtase que corria suas veias enquanto fazia algo que pudesse o matar.

Como na situação atual, ele estava tão alto que achou que poderia alcançar os céus, e por Deus, se não fosse a maldita cocaina ele riria de si propio por tal idiotice.

No alto do teatro, uma janela quebrada era oque dava acesso ao telhado, com um grande seguimento de concreto.

E bem na beirada, quem olhasse com um pouco mais de atenção poderia ver o bailarino lá.

Em uma sequência histérica de fuetes, Hoseok se encontrava entorpecido, entregue ao prazer de estar a um passo, ou erro, de sofrer tamanha fatalidade.

E por um breve momento ele se sentiu mais vivo que nunca, se sentiu capaz de alcançar a liberdade.

A noite era importante, era a prova de que todo seu esforço seria levado ao reconhecimento, era a noite que todos saberiam seu nome. Estava tudo perfeito!

Mais é claro que tudo tinha um preço, sempre tinha e, nesse caso, o preço que ele iria pagar era extremamente alto.

Entrando no teatro, ele andou com uma confiança absurda, com o queixo erguido e olhar de superioridade que ele emanava

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Entrando no teatro, ele andou com uma confiança absurda, com o queixo erguido e olhar de superioridade que ele emanava.

Mas ele sabia, todos sabiam, era possivel ver em seus olhos que, ele estava ali para da-los um corpo.

Um corpo entorpecido em uma mistura de prazer e adrenalina com a cocaína que ele havia cheirado momentos antes.

O olhar desdenhoso que ele lançou ao seu coreógrafo o fez tremer de raiva, ele queria socar a cara daquele filha da puta.

Em passos largos e firmes aquele maldito homem caminhou em sua direção se enfurecendo mais ainda quando Hoseok cintinuou o olhando com aquele olhos desdenhosos.

- Você é um desgraçado filha da puta Hoseok.- Ele proferiu assim que chegou perto o bastante para que apenas o Hoseok o ouvisse.

- É, eu sou.- Hoseok sorriu em puro desdem e apoiou suas mãos no peito do homem só para inclinar-se em seu ouvido e dizer.- E mesmo assim eu tenho uma coisa que você nunca teve: O sucesso.

- Sucesso?- O coreógrafo riu de forma nasal.- Olhe para si mesmo.- Ele afastou de si apenas para por a mão em seu pescoço.- Não consegue nem ao menos suportar uma pressãozinha de nada que ja corre pra cocaína.

Hoseok ergueu seu olhar em puro ódio.

- Você é só mais um como os outros.- Ele acariciou sua pele.- É só questão de tempo pra você sucumbir.- Ele beijou o canto de sua boca dando batidinhas leves em sua bochecha.- Então, não se ache tanto.

Hoseok sorriu maliciosamente e soltou uma risada baixa.

- Sabe oque vai acontecer agora Sun-ho.- Ele perguntou.- Você vai sentar a porra dessa sua bunda magra naquele camarote e vai me ver fazendo história.

Hoseok segurou a gravata dele puxando para baixo.

- E depois vai me aplaudir como se eu fosse a porra do teu Deus.

- Por que eu faria isso?- Ele arqueou a sobrancelha.

Hoseok sorriu e novamente cochichou algo em seu ouvido, algo que o fez tremer quando fitou seus olhos novamente.

Hoseok sabia, Hoseok sabia, Hoseok sabia.

Sun-ho, um dos maiores nomes em meio a tantos coreografos, estava completamente imovel diante de um aluno.

Hoseok sorriu satisfeito e se afastou, dando as costas de queixo erguido.

Ele entrou no palco vestindo uma meia calça e sapatilha pretas, sapatilhas de ponta.

Cobrindo seu torço uma camisa aberta de tule, mostrando muito bem a tatuagem no meio de suas costas.

Ali naquele palco Hoseok se sentiu livre, durante a mesma sequência de fuetes, dedicando se a cada movimento como se sua vida dependese daquilo, e dependia.

Hoseok sentia os passos.

Ele se entregou totalmente ao papel e o interpretou do modo mais sujo possível, ele se entregou de corpo e alma a única coisa que o mantinha minimamente consciente.

A plateia silenciou-se aos passos, era possivel ver toda a dor e devoção que o bailarino tinha pelo balé.

Era a dança perfeita entre amor e ódio, entre a dor e alívio... Era perfeito.

Hoseok estava perfeito.

Ele terminou o ato parando de joelhos e braços abertos diante da plateia.

Silêncio.

Não se ouvia nada, todos os olhos estavam sobre si, e Hoseok por nem um segundo baixou a guarda.

E foi assim, um a um foram se levantando e aplaudindo-o, estavam o adorando.

Hoseok se levantou agradecendo e saiu do palco, sendo sufocado em meio a tantos bailarinos que o diziam o quão perfeito ele estava.

Ele tinha um sorriso satisfeito na boca, mais algo dentro de si gritava, só que ele não conseguia ouvir!




Bem vindos a Meu bailarino!

Meu Bailarino    // SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora