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Aurora é deficiente desde o acidente que também lhe deixou viúva. Uma mulher alegre e cheia de vida, mesmo que agora sendo mais limitada, pela cadeira de rodas. Sabendo que vira um novo médico para a clínica que ela faz acompanham...
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A U R O R A
Meu filho precisa viver sua vida. É tudo o que penso, enquanto término tomar meu café, para seguir para clínica. Já estava na hora de me desprender, Léo agora está construindo sua família e preciso me adaptar a toda a nova situação. Eu tenho a Susana, porém, minha menina é muito ocupada e não pode ficar ao meu lado todo o tempo, além disso tem a cuidadora que fica comigo, porém, ela é muito impessoal e não me sinto tão confortável com isso.
— Querida! Cheguei. — Meu filho me fez arregalar os olhos incrédula. — Achou mesmo que não viria para acompanhá-la na sua consulta? A senhora me ofende, em dona Aurora. — Sem esperar respostas, me abraça com carinho e beija minha testa.
— Achei! Sua mulher está grávida, você deveria estar cuidando daquela doida e não aqui. — Aviso, tentando fazer ele entender.
— Mãe, a Vera não é criança. Ela sabe que não pode ariscar, ainda mais agora próximo ao final da gravidez. — Considera, e solto o ar com uma mistura de felicidade e amor. — Ela é a mulher da minha vida, e a senhora é a mulher pra minha vida. Eu amo a Vera, mas nunca vou esquecer o que a senhora representa para mim.
— haaa filho! Você é um homem maravilhoso. Tenho sorte de tê-lo como filho e Vera como esposo. — Abraço meu menino, beijando seu rosto bonito. — Tenho tanto orgulho de você, que não faz ideia. — Ele balança a cabeça tentando aliviar as sensações, porque filho é doce demais para emoções, mesmo que tente a todo custo disfarçar.
— Obrigado. Você e meu pai foram os melhores, não tinha como eu ser diferente. — Levantou e me deu um sorriso largo. — Vamos?
— Com toda certeza. — Sequei algumas lágrimas e sorri a altura.
— Não é todo dia que tem a companhia de um homem tão lindo quanto eu, entendo. — Começou a guiar minha cadeira para a garagem. — Mas, não precisa se emocionar. Sou uma pessoa como qualquer outra. Também tenho defeitos. Quase imperceptível, mas tenho. — Valorizasse dando um sorriso prepotente.
— Sério?! Nem percebi. — Debocho rindo.
Meu filho é divertido, não com o mundo em geral, mas com quem ele deseja ver sorrir. Por anos ele me dedicou cada segundo, até parando um ano de estudar, apenas para cuidar de mim, e só tenho a agradecer imensamente.
Chegamos ao consultório e vamos a recepção. Foi bastante difícil conseguir uma vaga, porém, Marta conseguiu agilizar um pouco, ou só teria para alguns meses. Dr. Reginaldo é bastante requisitado, por ser um ótimo fisioterapeuta e ortopedista. Quero alguma melhora, sei que não terei mais os meus movimentos completos, porém, tenho esperança de que possa sentisse ao menos mais confortável.
— Aurora Magalhães. — A atendente chamou, e nos prontificamos a ir ao consultório.
O ambiente é amplo e com cores suaves. Meu coração está acelerado, e aperto minhas mãos me sentindo ansiosa de expectativa para a consulta. Ao entramos no consultório, vejo o homem enorme nós recepcionar de pé, seu sorriso tranquilo, nada contradiz com seu porte físico forte e másculo.
