CAPÍTULO 4

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Dr. REGINALDO

Quando ela partiu para sua casa, me senti incompleto e me perguntei se conseguiria esperá-la por todo o final de semana. Sábado e domingo sem vê-la?! Agora que começamos a realmente existir nesse sentimento intenso e aconchegante, que ainda me faz sentir seus lábios nos meus, seu cheiro bom de jasmim, que faz meu estômago se agitar. Não sei se segurarei por todo esse tempo, esse desejo por estar tão junto a ela quanto posso é maior que eu, me faz sentisse como jamais havia me sentido antes.

— Doutor? — Um dos rapazes da recepção chamou minha atenção. — Estamos fechando a clínica, o senhor ainda precisa de algo? — eu olho no meu relógio, percebendo que já passa muito do nosso horário, e ainda não me sinto pronto para retornar para minha casa.

Fria e minimalista.

— Não, desculpe. — Sorri acompanhando o rapaz para o interior da clínica, percebendo a recepção vazia.

Isso explica muito de como me sinto quando estou com ela, o mundo ao redor desaparece e a única coisa que consigo me concentrar é no seu olhar, seu sorriso divertido e tímido, e seu corpo suave e macio que me deixa em êxtase. Tão linda! Aurora mudou meus dias sérios e monótonos, e apesar de amar minha profissão, exercê-la para fazer sentisse bem, nunca me fez sentisse mais afortunado por tantos anos me dedicando a ela.

— Senhor! — O rapaz chamou minha atenção, e percebi o quanto estava viajando em pensamento. — Vamos fechar.

— Vou pegar minhas coisas no consultório. Só um instante. — Aviso pisando apresado até a sala e pegando meus objetos pessoais. — Sinto muito por atrasar um pouco. — Sorri baixo, envergonhado por isso.

— Não tem problemas. Sei que gosta muito da senhorita Aurora, e está se empenhando na sua melhora. Já percebemos o quanto ela está se recuperando a olho nu, e ficamos muito feliz por isso. — O rapaz sorriu feliz, e me senti um babaca egoísta, por estar enciumado pela forma que ele fala da minha garota.

Aurora sempre fez acompanhamento nesta clínica e conhece todos os funcionários, também pelo motivo de morar bem próximo, na esquina do mesmo quarteirão. Quando comprei uma parte da clínica, e ainda não estava atendendo, tive o prazer de vê-la a primeira vez, vindo para uma consulta com sua antiga fisioterapeuta, e seu sorriso agitou meu coração. Quando a Marta falou comigo sobre sua amiga, que queria muito que acompanhasse seu caso, me senti extasiado por descobrir de quem se tratava, e na sua primeira consulta, eu já quase não conseguia disfarçar minha euforia em conhecê-la pessoalmente. Seu nome estava na ponta da minha língua, como uma verdadeira aurora, um nascer de um novo dia, uma nova vida.

— Vou me emprenhar todos os dias. — Sorri com certa prepotência, que não é meu costume, mas quero realmente demonstrar que Aurora é minha.

— Todos os dias? — o rapaz me olhou com certa hesitação.

— Estamos namorando. — Sorri largo, deixando claro que minha loira já tem dono e não quero garotões com sorrisinhos para ela.

— Não sabia. — Declarou sério. — Tenha um boa noite, doutor.

Eu saí, orgulho batendo forte em meu peito. Quando estou sentado no banco do meu carro, solto ar e apenas dou o meu sorriso mais intenso da vida, desejando apenas poder voltar para o toque de suas mãos macias e sentir seu cheiro, enquanto saboreio cada parte do seu corpo delicioso. 

Eu dirigi até o fim do quarteirão, e observo a casa da esquina, a varanda com grades dando a volta na casa de dois andares, com luzes acesas e plantas por toda a extensão da biqueira. Sei que pareço um perseguidor, mas, eu apenas desejo mais que qualquer outra coisa está pertinho dela, apenas podendo continuar apreciando seu sorriso bonito.

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