epílogo especial

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A U R O R A

— Tia linda, incrível, maravilhosa! — Susana entra aos gritos, e olho para minha filha de coração antecipando o golpe.

— Que cê, quer?! — Pergunto de uma vez, e ela revira os olhos.

— Larga o negão, e casa-se comigo? — Sorriu safada, e dou uma tapa na sua bunda.

— Você não tem o que ele tem. — Insulto olhando as minhas unhas, com petulância.

— Eu compro um tão grande quanto. — Insinuou me fazendo estremecer em uma risada.

— Eu estava falando de uma conta recheada. — Indico ainda rindo.

— Com o divórcio, a tia fica rica. — Insinua e vejo o Reginaldo aparecer na porta da cozinha, todo gostoso de avental.

— Peste infeliz, juro que vou te matar e desossar. Dar fim no seu corpo como se desfaz de um rato. — Ele jurou, em sua mão balançando uma faca.

Por incrível que pareça, isso é amor. Reginaldo está sempre ajudando a Susana, e por incrível que pareça até conseguiu convencer o que achei ser impossível, e ela deixou o trabalho na loja e está apenas ajudando um pouco na oficina do Léo, e se dedicando ao seu curso de engenharia. Reginaldo me perguntou se seu carinho pela Susana me incomodava de alguma forma e fui o mais sincera possível. — Morro de ciúmes da Susana. — Ela é a filha que não tive, e amo como ela se encaixa bem no contexto de filha minha de todo dia.

— Tá vendo tia?! Existe uma ameaça explícita ali, oh! — Apontou o Reginaldo e apenas ri negando.

— Vocês não cansam de arengar, não?! — Ri puxando a Susana, que sentou no meu colo. — Como foi o trabalho? — Pergunto, alisando seus cabelos entre meus dedos.

— Tirei 8,6. Foi ótimo. — Comemoro beijando seu rosto.

— Parabéns. — Reginaldo veio até nós, e beijou a testa dela. — Agora cai fora do colo da minha mulher. — Expulsou a menina, que mostrou a língua.

— Tive um bom professor. — Indicou e meu marido, sorriu orgulhoso. — Não estava falando de você.

— Tá vendo amor, ela me desmoralizando?! — Apontou a garota, que riu correndo pra seu quarto. — Ela parece melhor depois que está apenas na faculdade. — Indicou satisfeito, um brilho de orgulho paternal cintilando em seus olhos escuros.

— Sim está. — Mordo meu lábio, olhando seu porte alto e bonito, que tanto me conquista.

— Se tivesse tido filhos, queria uma como a pestinha. Sabe?! — Indicou ainda olhando por onde ela tinha ido. — Irritante, porém carinhosa e amável. Mesmo a Su me insultando, eu amo a forma que ela cuida de você, ou até vai deixar meu almoço quando estou muito ocupado para vir.

— Quer ter um filho, Reginaldo? — A pergunta sai fácil e suave e ele me olha com os olhos arregalado. — Quer ser pai de um filho nosso?

— Na. Não amor. — Negou nervoso. — Não tem nem cabimento. Não tenho mais idade pra isso. E temos o Guilherme. Tenho ele como um netinho. Amo meu molequinho, lindo. — Seus olhos parecem brilhantes, e parecem com lágrimas contida.

— Querido. — Acaricio seu rosto, e beijo seus lábios com suavidade. — Se você quiser, estou pronta. — Admito sincera, e ele me olha tremendo.

— Amor. — Hesitou olhando minha barriga com cuidado.

— É o momento, amor. Estou saudável. — Indico satisfeita com minha situação. — Você está diminuindo seus turnos. Me sinto bem em ser mãe.

QUERIDA PACIENTE |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora