Esquecida

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– Se você não estiver aqui em duas horas, Melanie, você volta pra casa andando, me escutou? – Billy resmungou, ao estacionar o carro em frente ao Radio Shack.

– O que, exatamente, eu devo ficar fazendo, por duas horas? – Melanie o encarou, entediada. – Eu só vou entrar na loja, comprar o troço, e sair.

– Não é problema meu. – Deu de ombros. – Você escutou o que eu falei? Duas. Horas.

– Seria preocupante se eu não tivesse escutado nas outras três vezes que você repetiu isso. – Revirou os olhos. – Eu não sou surda.

– Não, mas é uma retardada. É sempre bom checar. – Retrucou. – Duas horas. Vaza. – Virou-se de volta para a frente, e encarou a calçada, em silêncio, até que Melanie saísse do carro; ela não demorou, é claro, já que ele já havia sido milagrosamente paciente o suficiente para deixar Max no Fliperama, e para deixá-la na loja.

Nunca perderia a oportunidade de o insultar, mas, também, não iria desperdiçar os raros momentos de sorte. Ninguém poderia a culpar por isso, não é?

Mal teve tempo de fechar a porta do carro, quando Billy acelerou para longe, fazendo o som do pneu ser quase o suficiente para estourar os seus tímpanos. Quis o mostrar o dedo do meio, mas preferiu cobrir os próprios ouvidos, revirando os olhos.

Depois de passar pela porta de vidro do Radio Shack, com o sininho anunciando sua entrada, deslizou sua mochila do seu ombro até a parte da frente do seu corpo, checando se o dinheiro que ganhou de presente de sua mãe ainda estava ali. Não havia dúvidas de que estaria, mas, ainda assim, sabia que não conseguiria deixar de pensar no pior, se não checasse.

– Você, de novo! – Bob exclamou, sorrindo, simpático, assim que se fez visível, no final do pequeno corredor de fios e cabos, que ficava de frente para a entrada. – Melanie, não é?

– Oh! Bem... – Ela ergueu as sobrancelhas, genuinamente surpresa; em San Diego, nenhum dos vendedores nunca gravou o seu nome. Nem mesmo nas lojas que mais frequentava. Não que a incomodasse, é claro, mas, agora que o contrário havia acontecido, admitia que era uma sensação legal. – Sim. Melanie. – Sorriu fraco.

– O que te traz aqui, hm? – Indagou, andando até ela, com passos largos. – Algum problema com o seu fone?

– Não, não! Eles estão funcionando perfeitamente! – Balançou a cabeça freneticamente. – Na verdade, eu vim compr... bem... dar uma olhada... em outra coisa...

– Sim?

– Acha que vale a pena comprar uma câmera polaroid?

– Se eu acho que vale a pena? – Ergueu as sobrancelhas. – Ah, se valem! Registrar os momentos importantes não tem preço! Eu mesmo, tenho umas câmera fotográfica, e, recentemente, até comprei uma câmera filmadora!

– Acho que não tenho o tipo de grana pra uma filmadora... – Coçou a nuca.

– É um investimento, com certeza. – Deu uma risadinha. – Vou te mostrar as opções de câmeras polaroids, venha, venha! – Fez um gesto animado com as mãos, a chamando para o acompanhar, enquanto andava até outro corredor.

Com um sorrisinho tímido, ela o acompanhou, segurando a alça da mochila com as duas mãos. Antes de pararem no corredor das polaroids, no entanto, passaram pelas filmadoras, e Bob pegou um modelo grande, exibindo-o para ela.

– A minha é desse modelo! São vários botões para se acostumar, mas você parece uma garota esperta, não é? – Explicou, mostrando-a alguns dos botões, e, então, de repente, deu alguns passos para trás e apontou a câmera na direção dela.

𝐍𝐄𝐗𝐔𝐒↠ Steve HarringtonOnde histórias criam vida. Descubra agora