After I Met You 2- Beauany

Capítulo 27

Jaden•

Uma luz branca ofuscava meus olhos me fazendo piscar várias vezes até que consegui enxergar melhor. Me sentía sufocado como se algo estivesse me prendendo. Estava tudo muito turvo e não entendia bem o que estava vendo. Sentia uma dor horrenda atravessando minha mente como um projétil desgovernado. Escutei barulhos de aeronaves sobrevoando o céu claro e vozes em minha cabeça, choros e gritos. Uma sensação de impotencia me invadiu e um desejo de gritar mas minha voz não saiu por um segundo. Passos ao meu redor circularam até que enfim sentisse dores de chutes em meu estômago que me fizeram cuspir sangue. Senti raízes invadir meu corpo e me sufocar completamente até que não respirasse mais. O céu se tornou vermelho e trovões gritavam sobre as nuvens pretas, que rápidamente se transformou em chuva de sangue que fedia a enxofre e ardia como ácido quente. Tudo parecia estar contra a minha necessidade de sobreviver, minha vontade de existir. O universo estava contra a minha existência e exclamou para que eu me entregasse a morte que estava apenas há alguns metros me observando, esperando para dar o bote e me arrastar para o outro lado. Sentia o anseio e o seu desejo de sugar toda minha vitalidade para se e me descartar como embalagem de chocolate. Por algum motivo a morte estava próxima mas ela não conseguia me alcançar. Já havia desistido de tentar viver. Onde eu estava? Porque eu estava naquele lugar? Talvez tenha morrido e estava em meu inferno pessoal? Nunca imaginei que esse seria meu purgatório.

As coisas começou a complicar ainda mais quando decidir dar um passo para morte, uma silhueta preta como uma buraco negro tentando me sugar. Eu buscava o conforto da morte mas senti o meu estômago queimar com um impacto que não percebi de onde veio e me lançou para metros atrás do vazio da morte. Cuspindo mais sangue me levantei e começei correr para acabar com aquilo tudo de uma vez e me enterrar no vasto e infinito vazio que a morte trazia. Jamais saberia se encontraría a paz após a morte, nunca fui uma pessoa religiosa mas acredito que as pessoas boas do mundo encontram um lugar de refrigério que irão enfim descansar em paz. Uma lugar sem medo. Sem dor. Sem doenças ou incertezas. Uma lugar que trasmite alegria e felicidade, que possam ser anjos de pessoas vivendo neste mundo falho e triste. Mas que merda! Jaden! Se liga! A beira da morte tendo uma crise existencial! Te manque garoto! A vida não é conto de fadas! Gritava para mim mesmo em meio a minha mente cheia de turbilhões que me traziam para un profundo transe.

— Jaden! Fique firme!— alguém gritou e olhei para trás e não encontrei nada

— Agora estou escutando fantasmas! Morte desgraçada, o que está esperando sua inútil! Não presta nem para fazer o seu trabalho!— gritei de volta em meio a dor, escutei um grunhido parecendo de um gorila gigante e avistei aquela silhueta se aproximar —Agora eu sei que você presta para algo sua aberração de merda!— gritei novamente

— Eu preciso de você! Não desista!— escutei a voz novamente

Será? Que tudo não passa de uma alucinação?

— Jaden! Eu preciso de você?— gritou novamente e merda, como não reconheci antes! É a voz de Nour!
....

Acordei com uma dor insuportável, um zumbido agudo estava dentro da minha cabeça e minhas mãos ardiam como ácido. Minha boca estava seca e dolorida com uma mordaça bem apertada, minha pernas presas presas com correntes grossas. Minha visão turva me impedia de identificar o lugar escuro onde estava, apenas um feixe de luz do sol de Balder me fazia ver uma mesa e uma cadeira de madeira. Minhas mãos estavam amarradas com arame em volta de uma pilastra redonda de madeira, o cheiro da poeira era bem grande meus olhos ardiam e doíam quando piscava.

Merda, me lembro do que aconteceu! Aquele ordinário me golpeou por trás e me deixou inconsciente! Será que estou em Balder? Ou ele me trouxe devolta para o planeta Drago? Como Nour está? Como vou sair daqui e contatar Josh? Preciso fazer algo antes que aquele cara chegue novamente.

Tentei me soltar mas não conseguia, estava sentindo muita dor e não sei porque meus poderes estavam tão fracos que eu não conseguia ao menos arrastar um simples parafuso caído perto da mesa. Ele deve ter me drogado com algo, meus poderes não se vão tão facilmente.

— Até que enfim você acordou! Achei que teria que bancar um de mamãe chata e acordar o filho mimado com um chicote!— ele apareceu abrindo a porta fazendo a claridade entrar consumindo toda escuridão e meus olhos serem ofuscados

— Me tira daqui! Você não faz ideia de com quem está se metendo, e não vai querer saber!— disse com a mordaça apertada

— Eu não estou te entendendo!! Ah.... Você não tem escolha aqui! Agora fica quieto que eu estou cansado! Seu irmão maldito consegue me tirar do sério! O Theodor é um inútil mesmo! Está igual uma égua no cio atrás dele junto com Scott o tratando como o cavalo alado mais belo! Eu quero que eles vão se ferrar e tomar bem no meio do orifício! Eu já estou cansado de suportar todos aqui! Mas pelo menos agora tenho um brinquedinho!— ele disse se sentando na cadeira e colocando as penas para cima da mesa. Me esforçei e consegui arrebentar os arames que estavam amarrados em minhas mãos, em um impulso me levantei o agarrando pela gola do seu espartilho o puxando e apertando seu pescoço por trás, ele tentou se virar e lhe dei um soco bem forte fazendo sua boca e seu nariz sangrar. Ele lançou uma rajada de energia em meu abdômen me fazendo sentir muita dor e gritar mas minha adrenalina era tão grande nessa hora que mesmo assim segurei o seu braço e o girei o imobilizando, empurrei contra mesa e o mesmo bateu a cabeça e caiu no chão com um grande corte na testa tirei a mordaça da boca e tentei segurar ele pelas pernas mas as correntes em minhas pernas eram fortes demais e eu estava muito fraco e me impediu de alcançar ele que se arrastou para distante de mim e se levantou furioso com o rosto escorrendo sangue ele pegou a cadeira a jogando no chão quebrando inteira, pegou uma das pernas quebrada e tentou me acertar, consegui me esquivar para trás mas logo ele lançou outra rajada de energia em mim me fazendo gritar, em um movimento em um pulo ele girou as pernas e acertou meu rosto, ele era bem habilidoso nas artes maciais e me derrubou. Me deu um chute no estômago me fazendo cuspir bastante sangue, tentei me levantar mas fui recebido com um soco na coluna que me fez cair no chão novamente, ele segurou meu cabelo o puxando e me levantou por ele e deu dois socos em meu rosto e uma joelhada em meu pênis me fazendo gritar novamente de dor. Colocou suas mãos em meu rosto e liberou uma rajada de energia diretamente em contato me fazendo ser jogado para trás e bati com tudo na pilastra de madeira onde estava amarrado e apaguei novamente.
[...]