INTRODUÇÃO

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Ninguém se casa por ódio. Até hoje não encontrei alguém que tenha pedido outra pessoa em casamento dizendo: "Eu te odeio! Quer casar comigo?" As pessoas se casam por amor. Porém, o índice de divórcios continua aumentando a cada ano. 

Em alguns países, como os EUA, metade dos casamentos acaba em divórcio. O Brasil está quase lá. O ano de 2010 teve a mais alta taxa de divórcios já registrada: A cada três casamentos, um foi desfeito. Vamos de mal a pior. Isso mostra que o "amor" que une as pessoas não tem sido suficiente para manter o casamento. Imaginar que aquele amor que vocês têm um pelo outro poderá não ser suficiente na hora da crise é assustador, não é mesmo?

O problema não tem sido a falta de amor, mas sim a falta de ferramentas para resolver os problemas inerentes ao viver a dois. As pessoas ingressam no casamento com praticamente zero de habilidade em resolver problemas de convivência. Por alguma razão, isso não tem sido ensinado em lugar algum — não com a clareza e praticidade necessárias. Antigamente, esse ensino vinha dos pais.

Quando os casamentos eram mais sólidos e exemplares, os filhos tinham nos pais um modelo natural de como se comportar em um relacionamento. Atualmente, os pais muitas vezes são um exemplo do que não fazer...

Temos outro grande problema: a ignorância sobre o que é o amor. Já ouvi muitas vezes de maridos e esposas frustrados: "O amor acabou. Não sinto mais o que sentia por ele(a)". Outros dizem que o casamento foi um erro, que casaram com a pessoa errada, se precipitaram, ou se viram forçados a casar pelas circunstâncias, como no caso de gravidez indesejada. Porém, na verdade, há muito mais gente infeliz no casamento porque faz o que é errado do que por ter casado com a pessoa errada. 

As pessoas fazem tantas coisas erradas no relacionamento e acumulam tantos problemas, sem nunca resolvê-los, que o amor fica sufocado, esmagado e sem forças — isso quando não morre antes de nascer. Os sentimentos bons acabam dando lugar ao rancor, à indiferença e mesmo ao ódio.

Mas é possível resgatar o amor e até mesmo aprender a amar alguém que você nunca amou. Note o que eu disse: é possível aprender a amar. O primeiro passo é saber que a única maneira de se amar uma pessoa é conhecer mais a respeito dela.

Muitos pensam, erroneamente, que amor é um sentimento. Amor produz sentimentos bons, sim, mas não é um sentimento em si. Se você vê uma pessoa pela primeira vez e sente algo bom por ela, mas depois não aprende a amá-la por quem ela é, aquele "amor à primeira vista" não permanecerá. Amar não é sentir. Amar é conhecer a outra pessoa, admirar o que você conhece dela e olhar seus defeitos positivamente. Se nos dedicarmos, podemos aprender a amar praticamente qualquer pessoa ou coisa. Considere o caso de Dian Fossey, por exemplo. Na sepultura dela lê-se o epitáfio: "No one lovedgorillas more" (Ninguém amou mais aos gorilas). Dian foi uma zoologista americana, famosa e respeitada por seus estudos sobre os gorilas da África Central. 

Por muitos anos, até ser morta por caçadores ilegais, Dian viveu entre os gorilas nas montanhas de Ruanda. Morava em uma cabana de madeira, em condições primitivas, e dedicou mais de 18 anos de vida aos animais, a quem amava mais que tudo na vida. Como foi que Dian começou a amar os gorilas?
Aos 31 anos, quando fez um safári na África, Dian teve o primeiro encontro com os gorilas e os estudos de conservacionistas que trabalhavam pela preservação dos primatas. Ali começou a descobrir mais sobre a espécie, seu comportamento, como se comunicam, seus hábitos, sua dieta, a ameaça de extinção e muito mais. 

Dian é creditada por desbancar a imagem que os gorilas tinham desde que o filme King Kong os pintou como animais agressivos e selvagens. Seus estudos mostraram que, na realidade, são "animais pacíficos, gentis, muito sociais, e com fortes laços familiares" – colocando-os assim bem à frente de muitos homens... Meu argumento é que ela aprendeu a amar os gorilas. Qualquer pessoa que ama algo ou alguém começou a amar pelo conhecimento obtido sobre o alvo do seu amor. Há os que amam os animais, outros, as estrelas e astros, outros, soldadinhos de chumbo, outros, arquitetura... Mas todos começaram a amar a partir do estudo, do aprendizado, do conhecimento daquilo ou daqueles que amam. 

Ninguém ama o que não conhece.

Infelizmente, muitos casais nunca aprenderam a se amar. Uniram-se devido a um sentimento, uma paixão ou outra circunstância, mas não aprenderam a estudar, explorar um ao outro e descobrir o que faz o outro feliz. Quando você não conhece bem a outra pessoa é impossível amá-la. 

Você não sabe oque a agrada ou irrita, quais são seus sonhos e suas lutas, nem o que ela pensa. Por esse motivo, provavelmente cometerá muitos erros no relacionamento, o que provocará inúmeros problemas.

Estes problemas os afastarão, ainda que vocês sejam casados e tenham se apaixonado um dia. Se você tem se perguntado:

• Será que ainda amo meu marido/esposa?

• Será que casei com a pessoa errada?

• Por que meu parceiro é frio comigo?

• Por que nos amamos, mas não conseguimos ficar juntos?

• Como posso ter certeza de que meu casamento vai durar?

• Como conviver com uma pessoa tão difícil?

• Por que nossos problemas vão e voltam piores?

• Casamento é só tristeza ou um dia vou ter alegria?


Anime-se! Você vai começar a aprender o amor inteligente e como ser feliz com seu cônjuge ainda que ele (ou ela) seja um King Kong...

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