As diferentes estruturas física, genética e mental do homem e da mulher determinaram outras diferenças entre eles, sociais e culturais, desde o início da humanidade. A força física do homem, bem como as habilidades naturais de construir armas e navegar territórios, o qualificaram para ser o provedor e protetor da família.
As características inerentes à mulher fizeram dela a cuidadora e organizadora do lar.
Desde o princípio, por milhares de anos, os papéis dos dois eram bem diferentes, claros e específicos. A rotina típica de um casal era mais ou menos como a que descrevo nos próximos parágrafos. Antes de o sol nascer, o homem saía com as armas para caçar, sozinho ou em grupo, arriscando avida a fim de trazer o alimento para casa.
A mulher ficava em casa esperando ansiosamente que ele voltasse ao final do dia, não apenas com a comida, mas são e salvo. Ele era o seu herói, que arriscava a vida pela vida dela e as de seus filhos. Enquanto caçavam, os homens não faziam grande uso da comunicação verbal, até porque um pequeno barulho podia lhes custar a caça. Tinham que se locomover furtivamente e se comunicar por gestos. Não podiam ter medo de matar, nem fera nem outros homens, caso fossem atacados.
Já a mulher, por ficar em casa em companhia dos filhos e vizinhas, desenvolveu melhor a habilidade de comunicação verbal. Como a organizadora e enfermeira da família, se tornou expert em perceber detalhes e expressões faciais, sempre atenta ao estado físico e emocional das pessoas.
Ela se tornou a arquiteta dos relacionamentos, a cola da família e da comunidade. Agora você entende por que o homem se tornou menos emocional, não tão apto a "ler os sentimentos" dos outros como a mulher naturalmente o faz, menos falante que ela e mais direto nas palavras.
Além das tarefas domésticas, a mulher era muito considerada pela habilidade quase divina de gerar filhos. Carregava em si a semente da vida e, por esse motivo, o homem a protegia e valorizava. Ela, por sua vez, o respeitava como o líder natural da família e o cobria de apreciação pelo risco que corria diariamente pela sobrevivência dela e dos filhos. Tudo isso deixava bem claro qual era o papel do homem e o da mulher em relação um ao outro. Não havia discussão entre eles sobre isso, nem competição.
Cada um sabia bem o seu papel e não havia sentimento de que um era melhor do que o outro. E assim foi por milhares de anos. Através dos séculos, esses papéis não mudaram muito.
Tradicionalmente, o homem sempre foi o provedor e protetor da família, e a mulher a cuidadora do lar e arquiteta dos relacionamentos. Porém, alguns fatores vêm mudando essa realidade de uns cinquenta anos para cá. Poderíamos citar vários, mas mencionaremos apenas dois principais, e seus efeitos no casamento.
OS PAPÉIS SE CONFUNDEM
Dois fenômenos sociais têm transformado o conceito tradicional sobre o papel do homem e da mulher na sociedade: o Movimento Feminista e a Revolução Industrial. Está fora de escopo deste livro entrar em detalhes sobre esses dois pontos. Fique à vontade para pesquisar mais, se quiser. Resumidamente, para nossos fins, aqui está o principal, e por que nos importa:
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A mulher começou a sair de casa para o trabalho, ainda que timidamente, em meados do século 19.
O desenvolvimento da tecnologia maquinária deu origem às fábricas, as quais abriram oportunidades de emprego até então inexistentes para as mulheres. Mas foi no século passado, especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial, que a mulher começou a tomar seu espaço no mercado de trabalho. Ela se mostrou tão capaz quanto o homem em muitas profissões.
Conquistou direitos iguais e ultrapassou o número de homens cursando universidades. Com a explosão do crescimento das grandes indústrias, da tecnologia, do funcionalismo público e dos serviços de saúde, a mulher hoje é parte essencial da economia global. O novo poder aquisitivo da mulher, combinado ao de seu marido, possibilita ao casal o acesso a uma vida material muito melhor do que a de seus pais e avós.
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Casamento Blindado
EspiritualEm Casamento Blindado, o casal Renato e Cristiane Cardoso apresenta orientações para todo casal que reconhece o valor da vida conjugal e deseja resguardá-la do risco do divórcio.