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Eu tinha chegado ao evento mais cedo do que gostaria, mas era nitidamente porque eu queria estar em um lugar bem privilegiado quando eu visse a mulher mais bonita que essas pessoas já viram entrar pelas portas principais.

Eu estava confiante de que Maria Isis iria dar seu nome nesse evento e, claro, eu estava torcendo para que ela fosse a ganhadora do prêmio novo empreendedor do ano passado.

Sim, eu fiz toda a tarefa de casa e pesquisei sobre tudo desse evento. Não foi só por causa da Maria Isis, claro que não. Eu também queria ter ciência do assunto para papear com Sr. Zayed.

–– Você deseja beber alguma coisa? –– Zayed me tira dos meus devaneios. –– Acabamos chegando cedo e o melhor que podemos fazer é beber um pouco pra passar o tempo. Me acompanha?

–– Claro! Champanhe?

O evento estava belíssimo, porém eu e o Zayed éramos dos poucos ali que não usavam nada extravagante ou fora do padrão. Muitos artistas e amantes da moda parisiense adoram usar modelitos exclusivos com duas intenções: divulgar o nome do estilista usando uma peça dele de forma gratuita e "causar".

Sei bem disso porque Amanda recebia muitas peças de roupas apenas para comparecer aos eventos que ela vivia inserida usando-as.

E, por lembrar dela, consegui avisar a sua mãe sobre seu estado e pedi que a mesma fosse visitá-la.  Amanda afastou-se da mãe, única parente viva mais perto, por minha culpa. A mãe dela vivia pegando no pé dela, avisando que o que ela sentia por mim era doentio e podia acabar com sua vida.

Amanda insistia em dizer que sabia bem o que estava fazendo e que não iria me abandonar em hipótese nenhuma. Eu não opinava porque a mãe dela estava certa, porém Amanda não iria me ouvir. Seria apenas gasto de saliva.

Arregalo os olhos ao ver uma mulher com os seios de fora tendo apenas tampados os bicos com uma estrela azul. Sr. Zayed riu ao ver minha reação.

–– Olha, minha esposa e meus filhos chegaram. Quero que você conheça-os.

Zayed possuía apenas dois filhos: Amin Halil e Selier Halil. Eram tão parecidos com o pai que por alguns segundos fiquei embasbacado com a boa genética de Zayed. Sua esposa, Sra. Tábita, tinha um olhar gracioso e tratou-me com muito respeito.

–– Bela família, Sr. Zayed. Um verdadeiro tesouro!

–– Sim, sim, meu rapaz. Sou muito orgulhoso, considero meu maior e melhor patrimônio. –– Ele ri. –– E você? Já tem filhos? Lembro bem daquele incidente triste no dia seu casamento, há alguns anos atrás. Fico feliz por aquilo não ter feito você desistir dos seus negócios.

–– É verdade, Sr. Zayed. Eu jamais desistiria do sonho da minha vida. Espero ter uma família tão especial e amorosa quanto a sua.

Pra minha sorte, o assunto acabou mudando. Uma coisa que não gosto muito é tecer comentários sobre minha vida particular. Já não basta meu nome agora nos veículos de fofocas brasileiras por causa da publicação de Amanda. Eu odeio exposição excessiva. Nem sei como Zayed já não sabe da gravidez de Amanda. Provavelmente não é um homem dado a esse tipo de entretenimento pobre.

Os filhos de Zayed começam a conversar comigo enquanto bebemos champanhe. O clima estava ficando mais agradável e cada vez mais pessoas estavam surgindo.

Vejo de relance o mesmo cara que estava ontem na escola do Liam, o tal do amigo colorido de Maria Isis. Ele me olha, faz um sinal com a cabeça e segue um outro homem.

Eu esqueci completamente o seu nome. Se é que eu sei o seu nome. Não me lembro bem.

De repente, começamos a notar que os paparazzis aglomeraram-se na entrada, causando uma confusão de tão tumultuados que ficaram.

Você é o meu prêmioOnde histórias criam vida. Descubra agora