06 - contagem regressiva final.

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ONZE ANOS ANTES

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ONZE ANOS ANTES

O vento era o que criava a sintomia de sons perpassando aquela noite. O que o acompanhava eram os pneus do carro raspando no asfalto, numa velocidade moderada para 2h45 da manhã. Os faróis clareavam a rua deserta, rodeada pelos carvalhos que predominavam de ambos os lados. Por cima da copa deles, era possível ver as pontas dos pinheiros ao longe. Era um misto bastante curioso de flora para a cidadezinha do interior, ainda que os carvalhos tivessem sido plantados o motivo? Uma idealização do fundador da cidade.

O automóvel fez a curva, subindo na entrada para carros de uma garagem ainda com sua porta automática fechada, parando a estreitos dois metros da mesma. A primeira porta a se abrir foi a da direita, revelando a perna de uma mulher que rapidamente se pôs em pé, carregando uma sacola plástica. Vestida num casaco de veludo, esperou que seu companheiro saísse pelo lado contrário, um rapaz com cara de executivo, cabelos lambidos por gel e lábios finos.

Com um olhar empolgado, a moça abriu a porta traseira do carro. Antes que pudesse falar qualquer coisa, uma garotinha saltou do banco e se colocou ao seu lado. Os olhos escuros e ansiosos miravam a corpulenta senhora de pouco mais que 40 anos, que lhe retribuiu um sorriso e estendeu a mão.

Ela vai adorar a surpresa comentou baixinho, reparando nas luzes acesas da residência adiante, uma moderna mansão no valor de mais de 1 milhão de dólares.

Dando pulinhos de excitação, a jovem menina de aparência inocente e trejeitos não acostumados com os ares finos do condomínio, seguiu a mulher, seus pequenos dedos entrelaçados aos dela conforme adentravam o gramado brilhante. O moço, terminando de descarregar o carro, ficou para trás, abrindo o porta-malas e tirando de lá uma mala leve.

Distraído com o interior da cabine iluminada por uma luzinha de teto, o rapaz tomou um susto ao escutar o grito de sua mulher e rapidamente ergueu os olhos. A sacola com comida havia caído no chão, os condimentos vazando para a grama. A garotinha estava confusa ao lado dela, vendo a mais velha ceder ao chão em pânico.

O mais velho apressou-se para lá e, ainda sem saber o que estava acontecendo, finalmente pôde ver os estilhaços que antes formavam a janela frontal da cozinha, a alguns metros de distância. Acima deles, desacordado e com uma grande quantidade de sangue envolvendo a cabeça, estava um rapaz loiro, corpulento e não muito velho.

Com os olhos espantados, observou a residência. O que poderia ter acontecido numa cidade tão pequena quanto Oakfield, durante os momentos em que estiveram fora?

———

Emily ainda tinha uma cara de sono tremenda quando o quarteto a alcançou. Estava bem, para o alívio de todos. Ainda assim, a jovem apresentava certa relutância em deixar o quarto. Sem paciência, Hayden esperava à porta, observando o perímetro com o machado enfiado dentro do sobretudo, disfarçando como podia a protuberância da arma.

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