Achou que tinha acabado? Pobrezinho...
Três anos após a aparente finalização dos massacres que envolveram a vida de Emily Hayes e todos os sobreviventes do Carrasco de Oakfield, um novo massacre toma forma na cidade de Glenvale, no estado de Ohio.
S...
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Levou pouco mais de trinta minutos para Emily Reese se acalmar do surto no banheiro, o que incluiu a chegada de mais dois enfermeiros e seu próprio terapeuta. Por fim, a garota conseguiu voltar ao seu estado de normalidade, mesmo que ainda catatônica e sujeita a lançar ofensas à Taylor, que estava sentada ao seu lado na cama, fazendo curativos na mão cortada e ensanguentada da jovem.
- Cuidado, porra! - reclamou, puxando o membro.
Taylor lançou a ela um olhar de reprovação.
- Você tem algum tipo de poder de autocura?
- Quê?
- Porque só assim vai conseguir se recuperar desses cortes, se preferir ficar sem a minha ajuda! - Puxou a mão dela, continuando a passar a gaze. - Você precisa cooperar, Emily. Sou sua amiga. E sinto muito pelo que aconteceu.
Emily Reese bufou, tirando o cabelo da frente do rosto antes de continuar.
- É o que vocês sempre dizem. Mas eu acho que não têm compaixão nenhuma.
- Como é? - Taylor chegou a rir.
- É patético. Trabalhar num lugar como esse, vendo pessoas morrendo, sofrendo. É realmente bom assim? Ou gostam mesmo é do salário?
Taylor bufou. Odiava aquele tipo de atitude, principalmente àquela hora da noite.
- Algumas pessoas simplesmente são solidárias, Emily. Nem tudo é sobre dinheiro.
- Não foi o que aprendi com meus pais...
Mesmo que não demonstrando tristeza ao dizer aquilo, Taylor sentiu-se mal pela garota. A situação dela com os guardiões legais nunca foi boa, até onde sabia - não à toa, Emily havia assassinado o pai. Se perguntava o que tanto passava pela mente da jovem, tanto agora, quanto durante os anos que conviveu com os mais velhos.
- Muitas vezes, é só sobre amor. Amor pelos outros - prosseguiu a enfermeira, tentando mudar de assunto, enquanto pegava um pedaço de esparadrapo e prendia as pontas da gaze ao redor da mão de Emily.
- Como o que você tem com Dr. Thompson? - perguntou a outra, direta.
Taylor riu e quase se engasgou, surpresa pela atitude.
- Sim, mas não necessariamente - sempre bastante sincera e desprovida de frescuras, Taylor não temia conversar sobre sua relação com o sobrevivente. Nunca chegaram a oficializar a coisa, mas ambos compreendiam o sentimento um do outro, e o valor que tinham entre si. - Às vezes, as pessoas apenas cuidam umas das outras. Isso se chama solidariedade. É uma forma de cuidado e preocupação que torna alguém melhor.
- Ahm, eu sei o significado da palavra - retrucou Emily.
- Estou apenas te explicando. Nem tudo é superficial, Emily.
- Isso é algum tipo de indireta?
Dando risada, a negra balançou a cabeça e terminou de enfaixar sua mão.