Nossa Amizade Colorida

19_ Falaria?

-Vamos! Hora de acordar, crianças!—Escuto a voz de Glacy.

-Já vamos, mãe.

-Bom mesmo.—Ela fecha a porta.

-Vamo pra aula.—Ele fala e se sentando na cama.

-Nem fudendo, você disse que ok faltar.

-Mas não, vamos.

-Por que você não quer faltar? Por conta da Rafaela?—Falo debochada.

-Quê?—Ele ri fraco.-Azideia.

-Responde.

-Sim.

Eu rio debochada sentindo uma pontada de dorzinha, ele prefere ela!-Então vai—Eu me viro pra direção oposta da dele.-, só que eu não vou.

-Mas...—O interrompo.

-Eu já vou sair da sua casa, não se preocupa.

-Quê? Não, eu não ligo de você ficar aqui, eu só quero que você vá também.

-Não, Dylan, eu não vou.

É eu ou ela. Aí não, isso soou babaca.

-Tá.

Tá? Sério!? É lógico que ele ia escolher ela!

Ele coloca o braço em minha cintura.-Eu também não vou.

-Hum.—Sorrio.

Depois de um tempinho, a Glacy bate no quarto e abre.-Anda! Levantem porra!! Vocês tão atrasados! E eu vou levar a Pietra na escola e depois vou trabalhar! Anda rápido que eu tô indo.

-Tchau, tia!—Digo me sentando na cama.

-Tchau, mãe.

-Tchau, crianças.

Ela deixa a porta aberta. Escutamos o barulho da porta da casa sendo fechada.

-Ótimo, vamos dormir mais.—Eu falo me deitando de novo.

-Fecha a porta lá, Lu.

-Fecha você, oxi.

-Por favor.

Eu suspiro, fecho a porta e me deito do lado ao contrário do dele e ele me abraça.

{...}

-Ah! Nada vê, se for colocar alguma música, que seja alguma música boa, pô.—Eu falo com a gente no quatro dele comendo café da manhã.

-Ah, me erra. Você tem gosto ruins pra caralho!—Ele fala comendo.

-Minha piroca.—Vejo ele revirando os olhos.-Vem cá, porque seu pai não tá aqui?

Ele suspira.-É que ele disse que tá cheio de tudo, e que iria ficar em um hotel. Sei lá mano, eu só queira ter aquela paz que tava.

-Sinto muito, Dy.—Falo de uma maneira sensível.-An, se eu poder fazer qualquer coisa, me fala.

-Valeu.—Ele sorri fraco.-Como vai com João?

-Ah, a gente...—Eu paro de falar por escutar a porta da casa ser aberta.-A tia não ia chegar só na hora do almoço?—Eu sussurro.

-E vai.—Ele sussurra também.

-Ué? Agora a pouco era 09:00 horas, já são meio dia e pouca?

-Não, deve ser outra pessoa.

A gente fala em voz baixa, para a pessoa que entrou não ouvir. A gente coloca as comidas silenciosamente na cômoda do lado da cama. Dylan vai até a porta e a fecha sem fazer barulho.