1 - everthing has changed

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Eu oficialmente entrei para o clube dos corações partidos. Um ano se passou. Susannah morreu, Jeremiah me deixou. Meu mundo acabou. Me tornei outra pessoa, comecei a sair com outras pessoas.

Minha mãe, como forma de lidar com o luto, começou a trabalhar excessivamente, então ganhamos uma quantidade imensa de dinheiro e mudamos para o Upper West Side. Henry, mal sei onde ele está, sai para um monte de festas com Heather e some, o que não é muito diferente de mim. Posso dizer que estou fazendo o que der na telha, bebendo até não aguentar mais, fumando - uma coisa que eu desprezava -, indo para festas todos os finais de semana, saindo todos os dias.

Não me orgulho disso, nem um pouco. Procurei por diversos garotos para tampar o maldito buraco no meu coração que Jeremiah deixou. Nenhum serviu, mas o que eu levo mais em conta
é Christopher, o que eu conheci no baile de debutantes - só de lembrar tenho calafrios. Mas nem ele serviu de consolo. Formei meu próprio grupinho que faz uma merda atrás da outra.

Não converso com Jeremiah desde o velório - "Oi Jeremiah, sinto muito mesmo. Meus pêsames." - que foi a nove meses. Não converso nem com Belly. Mas ainda tenho muito contato com Conrad, falamos todos os dias, tento ajudar ele com o que eu puder. Perder um dos seus pais não é nada fácil, então fui um tipo de psicóloga para ele, já que ele rejeitava uma.

Bom, hoje é a véspera do meu aniversário, e igualmente a qualquer outro dia, fazendo compras com Heather no Macy's.

- Essa, ou essa? - Perguntei apontando para as bolsas que eu segurava da Burberry.

- As duas. - A morena respondeu distraída.

Saímos da loja com várias sacolas, logo indo tomar sorvete. Quando eu e Heather sentamos para conversar e comer, senti o meu celular vibrar em minha bolsa.

- Já volto. - Levantei e sai de perto deles.

Quando olhei o chamador, eu gelei. "Jeremiah Fisher". Pensei umas dez vezes antes de atender, até para de vibrar. Fui até o banheiro tentar me recompor, minha pressão parecia estar caindo, o celular voltou a tocar, não tinha saída, eu tinha que atender aquela maldita ligação.

- Chloe, oi. - Sua voz parecia apagada, cansada.

- Oi, Jeremiah. O que aconteceu? - Tentei fazer a voz mais grossa que eu tinha.

- Preciso que vá para Cousins Beach. Agora. Hoje.

- Porque? Não tenho nada para fazer aí.

- Conrad sumiu, acho que ele está lá.

**

Passei a noite em toda em claro. Arrumei minhas coisas porque de manhã cedinho eu teria que ir pra Cousins Beach, não poderia me dar ao luxo de perder Conrad de vista. Ele parou de me responder desde o dia anterior, liguei para o Fisher tantas e tantas vezes, mas zero resposta.

Tinha medo do rumo que as coisas iam tomar a partir do dia seguinte, não falava com Jere há meses, depois de tentarmos, e fracassarmos, de novo.

**

- Qual vai ser seu desejo de verão esse ano? - Heather me pergunta ao se sentar na minha cama enquanto fecho minha mala e coloco meus óculos escuros.

- Ainda com isso? Não tem mais desejo, Heather. Só quero sair viva dessa, porque toda vez que eu apareço lá, dá um problema. É tipo: "Sou eu. Eu sou o problema!", a mesma coisa toda vez.

Saio andando pelo o corredor e Heather vai atrás de mim, falando sobre como o ano passado foi incrível.

- Incrível seria se Susannah estivesse viva, isso sim seria esplêndido!

- Dá para ficar mais animada e parar de falar besteira, Chloe? - Henry aparece com uma cara irritada e arranca a mala de mim de modo brusco.

- Prontos para um verão diferenciado, meu amor? - Henry perguntou perguntou olhando para Heather quando chegamos no carro.

Eles me lembram de mim e de Jeremiah, mas espero que o que separe eles será a morte, e não um motivo que meu irmão não quer dizer. Só de me lembrar, sinto calafrios. Entro na parte de trás do Jeep e partimos para estrada.

**

Bati na porta da casa dos Fisher em Cousins, meu coração querendo sair pela boca, minhas mãos tremendo e Heather não calava a boca, me deixando ainda mais nervosa. A porta se abriu e eu pensei que por um momento que fosse desmaiar.

- Ei! Coco! Que saudade. - Belly me agarrou em um abraço apertado. O sorriso de orelha a orelha.-

Era bom ver a Bells de novo, depois de tudo, era como um grande peso ser tirado das costas.

- Ei amor, a Chloe chegou? - Uma voz distante gritava vindo até nós.

- Nossa, Belly. Novo namorado? - Heather perguntou brincando.

A pessoa que eu mais evitava a um ano apareceu a porta. Jeremiah e Belly? Não, não, não, não...
Senti um buraco se abrir no chão, não podia acreditar que a Belly era tão traidora!

- E...eu não contei isso para vocês, mas...é que rolou uma festa lá na cidade do Jeremiah, a gente ficou e deu nisso. - A Conklin falou tudo de uma vez só. Senti o olhar de Jeremiah me penetrar, não muito diferente de Heather. Cutuquei ela com o cotovelo.

Então a lembrança de que Conrad estava aqui veio na minha mente. Entrei empurrando todo mundo na casa e vi o mesmo sentado no sofá.

- Connie!

Abracei ele, forte, muito forte. Era o único que eu conversava, que não tinha me traído. Conrad devolveu o abraço. Ter ele por perto nesses últimos meses tem ajudado muitíssimo, e acho que ajudei ele também.

- Saudade, Coco. Que bom que chegou.

O resto da tarde na casa foi quieto e extremamente torturante. Em todo o canto da casa havia ao menos uma peônia amarela que me lembrava Susannah. Além de ver Jeremiah e Belly juntos...eu só tinha um desejo no momento, que era largar tudo e sumir

𝐌𝐀𝐘𝐁𝐄 𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐓𝐈𝐌𝐄,  jeremiah fisherOnde histórias criam vida. Descubra agora