5 - this is me trying

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Eu e Jeremiah estávamos indo para a casa da tia Júlia, eu segurava um buquê de flores azuis.

- Então, qual é o plano, o que vamos fazer com a tia Júlia? - Pergunto ao loiro. - Que tal assassinato? Ficamos com a casa de primeira! - Termino a frase com um sorriso orgulhoso.

- Ótima ideia, Coco. Mas que tal uma conversa?

- Hum, vai usar seu charme, é? Por isso as flores. - Ele assente.

- Isso aí, queria ter mais informações dela, mas a tia Julia e minha mãe não eram muito próximas. - Jere se virou para mim. - Acho que a última vez que vi Skye, a filha, eu devia ter uns oito anos.

- Ah, você já me falou dessa Skye quando pequeno, ela me parece familiar.

Ficamos em silêncio enquanto a música no rádio. Estar perto de Jeremiah ainda me dá calafrios, me sinto nervosa, sem saber o que fazer. É irônico eu me sentir, sendo que ano passado ele era meu porto seguro, mas agora, eu me sinto mais insegura do que nunca.

- Vou improvisar, não sei muito coisa dela. - O loiro inspirou fundo. - E conhecendo meu irmão, ele deve ter apelado para a agressividade quando foi conversar com ela e acabou não dando muito certo.

- Discordo, Connie não colocariam a casa a perder desse jeito.

- Ele perde a cabeça fácil, Chloe, não duvido nada que ele foi grosso com a tia Julia.

Continuava sem concordar com Jeremiah, mas decidi ficar quieta antes que virasse uma briga, talvez, do jeito que estou em alerta em relação a ele, não seria difícil. Passamos o resto do percurso em silêncio, era o melhor a se fazer na situação. Depois de Jere ter dado a explicação do término, acho que fiquei mais chateada ainda, e acho que teria sido tão mais fácil para nós dois passar o último ano juntos do que foi. Nos falávamos de vez em quando, não conseguíamos cortar contato totalmente depois de tudo que aconteceu, não dava, precisávamos de pelo ao menos um pouco um do outro, e ele também sabe disso. Só tinha uma certeza: esse ano foi um pesadelo. Com isso tudo da Susannah e também do Jeremiah, eu me perdi, como todo meu potencial.

Estava indo mal na escola, talvez não ia conseguir entrar para NYU, afastei meus amigos e até mesmo minha família. E se tentassem me levar à uma festa, não rolava, eu me sentia como uma ferida aberta, era difícil estar em qualquer lugar quando tudo que queria era ele.

E agora ele estava ao meu lado, e eu não sabia como me comportar.

- Pode ser, ele as vezes afasta as pessoas quando mais precisa delas. - Falei ao me lembrar que eu ainda estava lá, naquele carro, indo onde estava a  tia deles.

- Ninguém aguenta ser afastado tantas vezes. Ele me cansa pra caramba, Chloe.

Não só ele.

Quando termino de falar, percebo que chegamos no hotel de Júlia. Jere estacionou o Jeep e subimos.

- Vamos lá. - Falei, encarando as pequenas escadas brancas que nos levariam para o segundo andar.

- A gente consegue. - O loiro falou num tom firme.

De frente para porta azul de número cinco, o Fisher bateu nela como uma sinfonia, até uma loira mais velha abri-lá rapidamente.

- Posso ajudar?

Merda, ela parecia séria. Nunca conheci a irmã de Susannah, mas já ouvi falar que elas tiveram uma briga, e se afastaram desde então. A Becky não era de discutir, acho difícil que ela iniciou tudo isso.

- Tia Júlia, meu Deus! - Jeremiah disse numa animação indo até ela e a abraçando, comp se fossem super próximos.

O jeito dele ser hiper-simpático com os outros me faz rir baixinho.

- O Conrad falou que você estava aqui, nossa, quanto tempo. Só queria te dar um oi. - O garoto falou tudo de uma vez só, a Tia Júlia tinha uma cara de desconforto absurda.

- Jeremiah. - Ela afirmou, me olhando. - E..?

- Ah, Chloe Thompson. - Dei um sorriso amigável, sou filha da Morgana Thompson, uma das melhores amigas da Susannah.

Ela finalmente deu um sorriso, parecendo se recordar de quem é minha mãe.

- Isso, desculpa. - A mesma pausou, voltando a olhar Jere. - Quanto tempo. - O loiro assenti, o sorriso de orelha a orelha. - Você tem mesmo os olhos do meu pai.

Ele deu uma risada breve e se voltou para mim, pegando o buquê azul de minha mão.

- Trouxe umas hortênsias do jardim da minha mãe. Podemos conversar um minutinho? - Jeremiah tentava ir aos poucos, cara, como nunca percebi que ele é minimamente bom em conquistar as pessoas?

- É sobre a casa? - Tia Júlia questionou, o loiro ao meu lado assentiu novamente. - Me desculpe, mas eu decidi seguir com a venda. - O sorriso enorme de Jeremiah desaparecia aos poucos. - Alias, vai ter uma visita aberta amanhã.

Percebi que ele ficou meio que sem nada para falar, estava ficando nervoso.

- Tenta entender como essa casa é importante, pro Jeremiah, Conrad, para mim, minha família, os Conklin. - Pausei, lembrando das histórias que Susannah contava da casa de verão. - Você passou os verões da sua infância lá, não?

A loira assentiu levemente, um sorriso mínimo.

- Então, porque...quer deixar para trás um lugar tão nostálgico e mágico?

- Olha, não entendo como você consegue abrir mão de algo que sua irmã amava tanto, sabe? - Jeremiah falou logo depois de mim.

Dava para perceber que não era só o Conrad que se descontrolava quando falavam de Susanna.

- Não é nada pessoal. - Depois dela dizer isso, minha vontade de socar sua cara aumentou dez vezes mais, puta merda, que vaca! Acho que ela percebeu a cara fechada de Jere, então continuou - Você quer que eu te dê a casa de presente?

- Olha, a casa é noss-

- Não, não! - Interrompi Jeremiah antes de falar alguma besteira.

- Então eu acho que você e seu irmão tem que ver isso com o pai de vocês. Vocês com certeza tem
os recursos, mas não posso adiar a venda enquanto decidem sobre isso. Volto logo ao trabalho, quase não tenho tempo livre.

Jermeiah já estava puto, dava para ver isso de longe só pelo jeito que ele balançava a cabeça.

- Por isso não foi no funeral?

Quando ele disse isso, meu olho se arregalou instantaneamente, tia Julia não respondeu, o que tirou nosso silencio foi uma garota aparecendo atrás dela.

- Skye, eu não sabia que estava aqui. - Jeremiah se virou para mim. - Essa é a Chloe.

Levantei minha mão em um aceno junto de um sorrisinho. Tia Júlia olhou para Skye e se virou para nós novamente.

- Obrigada pela visitinha.

- Claro! Aqui as flores. - Dei um buquê para a loira,

- Tenha um bom resto de dia!

E antes mesmo de Jeremiah terminar de falar, ela já tinha fechado a porta na nossa cara.

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2023 ⏰

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𝐌𝐀𝐘𝐁𝐄 𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐓𝐈𝐌𝐄,  jeremiah fisherOnde histórias criam vida. Descubra agora