07 - near death?

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No caminho até a mesa de beer pong que estava minutos atrás, encontrei Jeremiah, que com toda a certeza teve a mesma ideia que eu: reviver bons tempos.
- Pronto para dançar loirinho? - Ele pega na minha mão e me leva até a pista de dança onde não só tinha eu e Jere mas outras pessoas também.
Ele colou meu corpo no seu, pegou minha cintura, coloquei minhas mãos na sua nuca e eu comecei a mexer meu quadril, nós alternamos as pernas, a minha vai para frente, a dele vai para trás e vice-versa. Tudo isso ao som de Yo Voy. Eu viro de costas para ele e me remexo cada vez mais, quando volto para frente de Jeremiah, o loiro faz a mesma coisa que fez quando estávamos cantando, só que do jeito que ele me jogou, foi bem melhor. Começamos a levar o quadril de um lado para o outro no refrão, ele coloca eu de lado e fomos mexendo os pés igual no começo, para frente, para trás. Jere me gira e quando volto, sinto seu corpo batendo com tudo no meu.
Seu corpo é quente e sua respiração está pesada. Estamos tão perto um do outro, isso seria minha deixa para beija-lo aqui mesmo, sem liga para ninguém. Acho que nunca percebi que essa dança é tão sensual, eu só tinha 13 anos e vi isso no Youtube. A música acaba e no mesmo momento ele me gira em meia volta e agarra na minha cintura com força, colocando também seu rosto no meio pescoço, conseguindo sentir sua pele pelando por conta da movimentação. Meu coração está acelerado por conta do toque, para quem tá bêbada, eu estou até que bem consciente. E de novo recebemos palmas, consigo ouvir Jeremiah rindo, o que me faz rir também. As meninas falou que a gente dança bem e que sonos um bom casal.
- Não somos um casal. - Eu e o loiro falamos ao mesmo tempo, e quando percebemos isso, ele fica me encarando com seus olhos oceânicos. Qual é dele de ficar me encarando tanto?
- Primeira fase da paixão: negação. - Heather fala colocando o braço pelo meu ombro, reviro os olhos.
- Já volto tá? Vou jogar com eles. - Jeremiah fala e aponta para Conrad, Cam, Ryan, Steven e um monte de garoto junto. Me dá um beijo na bochecha e sai.
- Tem certeza? - Nicole diz e toma um gole da bebida que estava na sua mão, vejo Gigi bufar.

!Jeremiah Fisher point of view!

Quando cheguei na mesa de beer pong, todos os meninos lá estavam quietos.
- Ei, gente, tá tudo bem? - Pergunto enquanto formo uma dupla com Steven.
- Vai falar que gosta dela quando? - Steven questiona, eu arregalo as sobrancelhas e olho para Conrad em busca de algum tipo de defesa, mas ele desvia o olhar dele.
- Quê? Como assim? - Jogo a bolinha que está na minha mão e acerto. - Boa! - Tento fazer um high-five com Steven, mas o japonês fica me julgando pelo olhar.
- Você sabe, Jeremiah. Não se faz de burro. - Conrad afirma e mira a bolinha dele. Agora é a vez de recorrer a Cam e Ryan. Mesma coisa do meu irmão. Falsos.
- Eu parei de ficar com ela por que sei que vocês se gostam. - Ryan diz e sai da mesa para ir ao bar.
Eu tentei não ligar para o que eles falavam, desviei do assunto. Não que eles estejam mentindo, mas...ela não sente o mesmo.
- Tá gente, qual é? Deu por hoje! - Saio da mesa e vou para um sofá, a noiva cadáver da Gigi vem atrás de mim.
- Eai, Jeremiah? Tudo bem?
- Oi, Gigi. - Nem dou bola para ela, não aguento mais essa carente.
- Então...você repensou na ideia do baile? - Ela mexe no cabelo enquanto fala.
- Olha, Gigi. Você é muito legal, bonita, engraçada e tudo mais... mas eu não quero ser seu namorado? Tá bom? - A expressão da loira some na hora, e ela vai embora. Respiro fundo, qual a dificuldade dela de entender algo tão simples? Vejo Conrad vindo até mim. Ótimo, mas um para encher o saco.
- Deu um fora nela? A Gigi saiu daqui com uma cara de cu. - Ele ri, mas eu mantenho minha expressão normal. - Jeremiah, para. Você sabe que a gente está certo.
- Vocês não estão na minha mente para saber o que eu penso. E outra, a Chloe é passado.
- Uhum,continua fingindo que não ficaria de joelhos por ela. - Reviro os olhos. - Você nunca esqueceu ela.
- E você nunca esqueceu a Belly! - Protesto, mas Conrad não está errado, só não posso admitir isso. Vejo Chloe com a Heather dançando e bebendo, ela é apaixonante demais.
- Se você conseguisse enxergar o jeito que você olha ela. - Ele sai do sofá, bufo com a sua fala.
Acho que gosto de Chloe pelo o motivo dela simplesmente ver algo a mais em mim, e não só a minha aparência igual todos que eu fico. E eu realmente gosto dela, eu poderia puxar ela para um canto e beijar-la até eu não aguentar mais, mas isso não parte só de mim.

**

!Chloe Thompson point of view!

Acho que já é uma da manhã, o horário que eu não tenho mais consciente, não sinto meu corpo, só faço o que eu acho certo na minha visão bêbada. Só espero que eu saia viva essa noite. Bebo cada vez mais, deve ter sido mais de vinte shots depois de muito tempo festa, a que ponto chegamos. Sei que beijei uns caras que vi por aí, até mesmo Ryan, poxa, ele é bonitinho.
- Tá bom por hoje né, Coco? - Jeremiah vem chega por trás de mim e pega o copo que estava na minha mão.
Pendurei nele sem falar nada, acho que ele sabia a resposta Pediu uma água para o garçom e eu a tomei.
- Quero mais.
- Chega, Chloe.
- Chega nada. Mas cinco shots, moço. - Falo com
um sorriso no rosto para o garçom.
- Você começou a beber as 18:00 e não parou até agora.
- Eu dei intervalos, Jere. - Minha voz sai toda embolada.
- Eu te avisei. - E ele sai, eu só quero ser feliz, no momento sozinha. Reviro os olhos. Eu sei que estou parecendo uma otária, mas isso é tão viciante, não dá para parar quando começa.

**

Três da manhã.
- Vamos, Chloe. - Henry diz me puxando.
- O último! - Viro outro shot. - Pronto. - Começo a rir andando.
Henry me coloca dentro do carro, com muita dificuldade, eu entro.
- Toma. - Ele me entrega um balde. - Se não vomitou até agora, vai ser no carro, certeza. - Meu irmão parecia bem, até porque ele que iria dirigir. A festa acabou, estávamos indo para casa depois de muito dançar, cantar, beber e jogar, resumindo: uma das melhores noite da minha vida! Eu estava quase dormindo no caminho, mas Jeremiah, que estava do meu lado, me cutucou. Eu comecei a me sentir fraca, mas muito fraca quando cheguei em casa, sentia que fosse desmaiar a qualquer momento, o vômito subia na minha garganta mas eu o segurava com todas as minhas forças. Tentava subir a escada, mas a cada degrau, parecia que estava em um abismo a ponto de cair, o que quase aconteceu, se não fosse Jeremiah.
- Eu te ajudo. - Ele entrelaça seu braço no meu e me leva até o quarto. Eu entro no banho, mas toda aquela sensação não passa, nunca mais bebo na vida.
Eu saio do chuveiro tropeçando e acabo vomitando no vaso, batidas na porta me fazem levantar a cabeça.
- Tá tudo bem aí?
- Tá. - Falo com muito esforço. Minha consciência voltou um pouco, quase nada, mas eu bebi tanto que parece que eu vou morrer ali mesmo. Coloquei um pijama confortável e saí do banheiro, tentei ir até minha cama e Jeremiah desligou todas as luzes. Mas que merda! Eu sentia falta de ar, nem parece que eu bebi para sentir tudo isso.
- Eu vou ficar aqui. - Assinto, tropeço de novo quando vou até minha penteadeira arrumar o cabelo. - Sério, você tem que parar de beber que nem doida.
- Da última vez foi para esquecer, agora foi para me divertir. - Respiro fundo, meus olhos piscam com dificuldade, eu realmente sinto que vou morrer.
Isso é estranho pra caralho. Eu sinto tudo escurecer quando estou indo até a cama, outro efeito colateral: pressão baixa. Acontece muito quando bebo demais, engraçado que é só comigo. Jeremiah me chacoalha, me chama, mas eu não consigo fazer nada. Acho que eu realmente exagerei na dose, para sentir náusea, me sentir fraca, desmaio - pressão baixa - além da dor de cabeça insuportável, tem que mandar a ver.
Finalmente sinto meus sentidos voltando, Jere não está mais aqui, mas é questão de uns trinta segundos para estar de volta.
- Toma, suco de laranja. - Ele fala me entregando um copo cheio do líquido. Jeremiah me leva até a minha cama e coloca meu corpo sobre o dele. - Quanto tempo ela demora para voltar ao normal?
- Vinte minutos. - O loiro começa a fazer cafuné na minha cabeça, ainda parece estar tudo
girando.
- Beleza, relaxa. - Sinto sua respiração, que está descontrolada.
- Seu coração tá acelerado.
- Porque isso foi assustador, droga.
Eu fico com aquela mesma sensação estranha até dormir, Jeremiah cuidou de mim, a noite inteira...
Ele é apaixonante demais.

obs: essa última parte foi inspirada no filme Continência ao Amor ou Purple Hearts, por isso do drama todo rs.
Espero que tenham gostado, comentem e votem por favorrrr!

𝐌𝐀𝐘𝐁𝐄 𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐓𝐈𝐌𝐄,  jeremiah fisherOnde histórias criam vida. Descubra agora